O ex-ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu, nunca negociou compra de apoio parlamentar e
desconhecia detalhes da administração do PT enquanto ocupou o cargo no governo
Luiz Inácio Lula da Silva. Esses foram os argumentos apresentados pelo
advogado de Dirceu, José Luis de Oliveira Lima, durante o julgamento do
mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Oliveira Lima refutou
as acusações do Ministério Público destacando que as principais provas colhidas
no processo – os depoimentos de mais de 500 testemunhas – desconstruíram a tese
de que Dirceu foi o mentor do mensalão. “O Ministério Público não comprovou sua
tese não por incompetência, mas porque não existiu a tão propalada compra de
votos”.
O advogado confirmou a
influência do ex-ministro no governo e no PT, inclusive na negociação de
cargos, mas lembrou que isso não é crime. O mesmo argumento foi usado para
explicar o bom trânsito de Dirceu com empresários e representantes de
instituições financeiras quando chefiava a Casa Civil, incluindo Marcos Valério,
que está sendo julgado por intermediar as operações do chamado núcleo
operacional com o núcleo financeiro do esquema.
Oliveira Lima ainda
argumentou que, apesar da influência política, Dirceu não conhecia detalhes da
gestão do PT. “Não estou afirmando que é um homem sem importância [no partido],
que não teve relevância, é lógico que teve. Mas, quando assumiu a chefia da
Casa Civil, deixou de participar da vida do partido e quem fala isso não é a
defesa, são as testemunhas”.
A tática adotada pelo
advogado para neutralizar os depoimentos contra Dirceu foi desqualificar os
autores. Foi o que aconteceu na referência a Roberto Jefferson, principal
acusador do ex-ministro, classificado como "um homem eloquente, um belo
orador, que conseguiu fazer um bom teatro”.
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