Em discurso no
Plenário, nesta sexta-feira (10), o senador Fernando Collor (PTB-AL) pediu
a aprovação de requerimentos de sua autoria que convocam o procurador-geral de
República, Roberto Gurgel Santos, a subprocuradora-geral Cláudia Sampaio
Marques, esposa de Gurgel, e o jornalista editor da revista Veja em Brasília,
Policarpo Júnior, para deporem na CPMI do Cachoeira. A comissão se reúne na
próxima terça-feira para votar requerimentos.
Collor também
requer a convocação dos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e
Léa Batista de Oliveira; do presidente e editor do grupo Abril, Roberto Civita;
e dos funcionários da revista Veja Lauro Jardim, Gustavo Ribeiro e Rodrigo
Rangel. O senador informou que os requerimentos foram apresentados no início
das atividades da comissão e, para ele, não podem mais ter a votação adiada.
Na opinião de Fernando
Collor, a CPMI não deve atuar com limitação de foco e investigar apenas alguns
ramos da rede de relacionamento de Carlos Cachoeira. O senador afirmou que as
relações entre o contraventor com setores do Ministério Público e da imprensa
são “mais perniciosas do que se imagina”.
Para ele, as
investigações precisam atender aos interesses da sociedade e não aos de grupos
midiáticos.
- Precisamos de uma
verdade definitiva sobre todo esse conluio de autoridades e jornalistas que se
emaranharam, que se mesclaram, que se misturaram com criminosos, tornando-se
também criminosos. E essa verdade, essa rede completa de intrigas e crimes,
somente virá à tona se a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito for capaz de
ampliar seus horizontes de investigação, começando por ter a coragem, sem medo,
de trazer o testemunho pessoal e as informações de que dispõem os membros do
Ministério Público, especialmente o de seu comandante, e os ditos servidores da
revista Veja envolvidos em toda esta grande tramoia, que é a organização
criminosa investigada – disse o senador.
Em aparte, a senadora
Ana Amélia (PP-RS) ressaltou que a prática de alguns membros da Justiça e da
imprensa não deve afetar a imagem dessas instituições. Na avaliação dela, a
imprensa e o Ministério Público contribuem para a consolidação da democracia no
país.
- Casos isolados não
podem contaminar e nem prejudicar a imagem de duas instituições que têm
contribuído, sim, para o país evoluir, ampliar a democracia e consolidar os
princípios democráticos: a instituição da imprensa, mídia de um modo geral, e o
Ministério Público como instituição. São dois pilares fundamentais para a
democracia – observou Amélia.
Via Correio do Brasil
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