quinta-feira, 5 de julho de 2012

Erros humanos e falhas técnicas levaram à queda do avião da Air France em 2009, diz relatório

Uma combinação de erros humanos e falhas técnicas resultou no acidente com o Airbus da Air France que caiu no Oceano Atlântico em 2009, deixando mais de 200 mortos, incluindo brasileiros. O Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, sigla em francês) divulgou hoje (5) o relatório final sobre as causas do acidente.
Segundo o relatório, o piloto automático se desligou duas horas após o início das turbulências. Em seguida, houve falhas nos altímetros e nos sensores de velocidade.
Os investigadores também concluíram que o piloto da aeronave não cumpriu as suas responsabilidades quando não retomou o controle do avião, que estava sendo comandado pelos copilotos enquanto ele fazia uma pausa.
O avião caiu durante o voo AF447, que seguia do Rio de Janeiro com destino a Paris, matando todas as 228 pessoas a bordo.


Relatório final aponta reações inadequadas da tripulação do vôo da Air France que caiu no Atlântico

O relatório final da investigação sobre o acidente com o voo AF447 da companhia aérea Air France, que caiu no Atlântico em 2009, ressalta que questões como a ergonomia da aeronave e reações inapropriadas da tripulação, sob forte pressão diante das indicações dos equipamentos de bordo, contribuíram para a queda do avião. Segundo o Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em francês), uma combinação de falhas humanas e técnicas causou o acidente.
Os problemas começaram com o congelamento dos sensores de velocidade, as sondas Pitot [instrumentos que permitem medir a velocidade aerodinâmica do avião], o que ocasionou uma incoerência temporária entre as velocidades medidas.
“A tripulação praticamente perdeu o controle da situação, mas tentou controlar o avião até os últimos instantes”, disse o diretor da investigação, Alain Boullard, em entrevista coletiva.
Segundo os investigadores, houve também problemas na formação da tripulação. O BEA insiste principalmente na importância da “formação e treinamento dos pilotos para que eles tenham um melhor conhecimento dos sistemas do avião em caso de uma situação não habitual”.
As recomendações de segurança visam tanto à companhia aérea quanto ao construtor. “Oito recomendações dizem respeito à formação dos pilotos e cinco à certificação dos aviões”, informou o diretor do BEA, Jean Paul Troadec.
O relatório técnico divulgado hoje não indica as conclusões da Justiça francesa, que são esperadas para os próximos dias. Mas outro relatório judicial, que só deveria ser revelado às famílias das vítimas no dia 10 deste mês, vazou para a imprensa hoje. O documento chega às mesmas conclusões que o relatório técnico.
A Air France e a Airbus foram indiciadas em março de 2011 por “homicídio culposo”.
A Airbus informou, em comunicado emitido logo após a divulgação do relatório técnico, que tomaria todas as providências para contribuir com o "esforço coletivo para otimização da segurança aérea”. De acordo com o comunicado, o grupo “já começou a trabalhar para reforçar as exigências relativas à resistência das sondas Pitot."
O avião caiu durante o voo AF447, que seguia do Rio de Janeiro com destino a Paris, matando todas as 228 pessoas a bordo.

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