São Paulo – Movimentos sociais brasileiros e da América Latina fizeram
hoje (28), em frente ao prédio onde fica o gabinete regional da Presidência da
República, na Avenida Paulista, em São Paulo, um ato contra o novo governo do
Paraguai. Elas cobraram as ações “mais duras” do Brasil, como o não
reconhecimento do novo governo paraguaio, sanções comerciais, o cancelamento
dos projetos de cooperação econômica e o bloqueio aos financiamentos públicos.
João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, reivindica que o
governo brasileiro e o Congresso Nacional enviem uma comissão ao país vizinho para
averiguar denúncias de que movimentos sociais camponeses estão sendo ameaçados
por setores do novo governo.
“As organizações que têm identificação com o ex-presidente Lugo estão
sendo perseguidas. Nós estamos muito preocupados porque a troca que houve nas
Forças Armadas colocou no poder um setor completamente reacionário, que esteve
na ditadura militar”, disse.
Rodrigues quer ainda que o Brasil adote medidas rigorosas contra o
atual governo paraguaio, mas sem que haja prejuízos para a população. “Que tenha
uma separação, para que o povo paraguaio não pague pelo que os golpistas
fizeram”, destacou.
José Mendonça, do Movimento Marcha Patriótica, da Colômbia, ressaltou
que houve um golpe no Paraguai e vê ameaça de um retrocesso aos tempos das
ditaduras nos países da América Latina. “Qualquer ameaça, qualquer tentativa de
um retrocesso ao que foi nos tempos da ditadura militar deve ser freada.
Qualquer tipo de ameaça de acabar com a democracia deve ser freada”, disse.
As entidades também ressaltaram, em um manifesto, a posição “firme”
adotada pelo governo brasileiro contra oimpeachment do presidente Fernando
Lugo.
“Como brasileiros, que nos solidarizamos com o povo paraguaio,
rejeitamos o golpe e defendemos a democracia, realizamos este ato político para
apoiar a postura firme da presidenta Dilma Rousseff e cobrar medidas ainda mais
incisivas contra os golpistas”, diz o manifesto divulgado pelos movimentos que
organizaram o ato, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Centro Brasileiro de
Solidariedade e Luta pela Paz (Cebrapaz), a Marcha das Mulheres, a União da
Juventude Socialista (UJS) e o Levante Popular da Juventude.
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