JOSÉ ROBERTO ARRUDA COBRAVA PROPINA E REPASSAVA A SEUS AMIGOS TUCANOS E DEMOS.
Arruda dá nomes
de aliados a quem diz ter repassado dinheiro obtido com o cargo; ex-governador
do DF não nega corrupção.
Do UOL Notícias
Após passar um
bom tempo longe dos holofotes, o ex-governador José Roberto Arruda (sem
partido) concedeu entrevista à revista “Veja”, em que afirma ter usado seu
posto de “único governador do DEM” para sensibilizar empresários a fazer
doações eleitorais para colegas de sigla e até para políticos de outros
partidos.
Expulso do DEM
e demissionário do governo após a Operação Caixa de Pandora, que descobriu um
esquema de corrupção no Distrito Federal que o deixou preso por dois meses,
Arruda explicou que não pode garantir que as verbas arrecadadas eram
declaradas. “Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era
oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não
acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que
havia feito o pedido”, disse ele.
O ex-governador
disse ainda que tinha um “excelente relacionamento com os grandes empresários”
e que usou essa influência “para ajudar meu partido, nunca em proveito
próprio”. Como ele alegou, o processo funcionava assim: “Pedia ajuda a esses empresários.
Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor
para o partido’. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas
fazem”, argumentou na entrevista, publicada no portal da “Veja”.
Agripino e
Demóstenes
Entre os
beneficiados com o esquema, disse Arruda, estão políticos de renome, muitos
apontados por ele como “desleais” e hipócritas – ao confirmar o adjetivo
sugerido pelo entrevistador. “Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino
Maia (novo presidente do DEM), por exemplo, não hesitaram em me esculhambar.
Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo
ajuda!”, afirmou.
Arruda disse à
“Veja” que, em 2008, o senador Agripino foi até a sua casa pedir R$ 150 mil
para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV).
“Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita.”
O senador
Demóstenes também o teria procurado, solicitando a contratação de uma empresa
de cobrança de contas atrasadas. “O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi
implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria
conseguir linhas em Brasília”, enumerou ele, que ainda citou o ex-presidente do
DEM, Rodrigo Maia. “Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do
Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM
Neto à prefeitura de Salvador.”
Segundo Arruda,
ele também fazia outros favores, como “nomear afilhados políticos, conseguir
avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.”
“Dancei a
música que tocava no baile”
Arruda afirmou
que um dos poucos políticos que nunca ajudou é o prefeito paulistano Gilberto
Kassab (DEM). O ex-governador também, indiretamente, assumiu ter praticado
ilicitudes no cargo. Ao ser indagado se seria corrupto, ele alegou que,
“infelizmente, joguei o jogo da política brasileira”.
Segundo ele, as
empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de
facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios
vantajosos. “Ninguém se elege pela força de suas idéias, mas pelo tamanho do
bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as
campanhas se reduziram a isso”, afirmou.
Ajuda ao PSDB,
“com a melhor das intenções”
Por fim, o
ex-governador disse ainda que, “por amizade e laços antigos”, ajudou o PSDB
“sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu”. Segundo
ele, sempre “por meio de Eduardo Jorge”, a ajuda era dada “com a melhor das
intenções.”
Por Via Politica.Com
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