"Propriedade
intelectual que nada, piratas do mundo, uni-vos e pirateiem tudo que
escrevi!"
Nestas
semanas “bicudas” por conta do SOPA(Stop Online Piracy Act em tradução livre,
Lei de Combate à Pirataria Online) naqual os congressistas norte-americanos
pressionados pelas empresas de entretenimento The Walt Disney
Company, Universal Music Group, Motion Picture Association of America,
Recording Industry Association of America, Wal-Mart, Toshiba, Time Warner e
CBS, quase que aprovaram esta lei absurda para a despeito de combater a
pirataria online estaria cerceando a liberdade de ir e vir na Web e o direito a
informação e compartilhamento.
E o
principal ao meu ver é que os usuários de todo mundo ao fazerem downloads de
seus produtos(mp3,filmes,games)estão propagando os seus produtos.
Esta
mesma opinião é tambem compartilhada por um usuário ilustre, o escritor Paulo
Coelho que num artigo em seu blog(http://paulocoelhoblog.com/2011/05/30/pirateiem-meus-livros/)
anteviu todo “este barulho”; segue o artigo abaixo:
Em
meados do século 20, começaram a circular na antiga União Soviética vários
livros mimeografados questionando o sistema político. Seus autores jamais
ganharam um centavo de direitos autorais.
Pelo
contrário: foram perseguidos, desmoralizados na imprensa oficial, exilados para
os famosos gulags na Sibéria. Mesmo assim, continuaram escrevendo.
Por
quê? Porque precisavam dividir o que sentiam. Dos Evangelhos aos manifestos
políticos, a literatura permitiu que ideias pudessem viajar e, eventualmente,
transformar o mundo.
Nada
contra ganhar dinheiro com livros: eu vivo disso. Mas o que ocorre no presente?
A indústria se mobiliza para aprovar leis contra a “pirataria intelectual”.
Dependendo do país, o “pirata” -ou seja, aquele que está propagando arte na
rede- poderá terminar na cadeia.
E eu
com isso? Como autor, deveria estar defendendo a “propriedade intelectual”. Mas
não estou. Piratas do mundo, uni-vos e pirateiem tudo que escrevi!
A
época jurássica, em que uma ideia tinha dono, desapareceu para sempre.
Primeiro, porque tudo que o mundo faz é reciclar os mesmos quatro temas: uma
história de amor a dois, um triângulo amoroso, a luta pelo poder e a narração
de uma viagem. Segundo, porque quem escreve deseja ser lido -em um jornal, em
um blog, em um panfleto, em um muro.
Quanto
mais escutamos uma canção no rádio, mais temos vontade de comprar o CD. Isso
funciona também para a literatura: quanto mais gente “piratear” um livro,
melhor. Se gostou do começo, irá comprá-lo no dia seguinte -já que não há nada
mais cansativo que ler longos textos em tela de computador.
1 –
Algumas pessoas dirão: você é rico o bastante para permitir que seus textos
sejam divulgados livremente.
É
verdade: sou rico. Mas foi a vontade de ganhar dinheiro que me levou a
escrever?
Não.
Minha família, meus professores, todos diziam que a profissão de escritor não
tinha futuro. Comecei a escrever -e continuo escrevendo- porque me dá prazer e
porque justifica minha existência. Se dinheiro fosse o motivo, já podia ter
parado de escrever e de aturar as invariáveis críticas negativas.
2 – A
indústria dirá: artistas não podem sobreviver se não forem pagos.
A
vantagem da internet é a divulgação gratuita do seu trabalho.
Em
1999, quando fui publicado pela primeira vez na Rússia (tiragem de 3.000
exemplares), o país logo enfrentou uma crise de fornecimento de papel. Por
acaso, descobri uma edição “pirata” de “O Alquimista” e postei na minha página.
Um ano depois, a crise já solucionada, eu vendia 10 mil cópias.
Chegamos
a 2002 com 1 milhão de cópias; hoje, tenho mais de 12 milhões de livros naquele
país.
Quando
cruzei a Rússia de trem, encontrei várias pessoas que diziam ter tido o
primeiro contato com meu trabalho por meio daquela cópia “pirata” na minha
página.
Hoje,
mantenho o “Pirate Coelho”, colocando endereços (URLs) de livros meus que estão
em sites de compartilhamento de arquivos. E minhas vendagens só fazem crescer
-cerca de 140 milhões de exemplares no mundo.
Quando
você come uma laranja, precisa voltar para comprar outra. Nesse caso, faz
sentido cobrar no momento da venda do produto.
No
caso da arte, você não está comprando papel, tinta, pincel, tela ou notas
musicais, mas, sim, a ideia que nasce da combinação desses produtos.
A
“pirataria” é o seu primeiro contato com o trabalho do artista.
Se a
ideia for boa, você gostará de tê-la em sua casa; uma ideia consistente não
precisa de proteção.
O
resto é ganância ou ignorância.
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Dag Vulpi