Cristina Kirchner criticou as declarações de Cameron a respeito das ilhas Malvinas
A presidente Cristina Kirchner retornou ao cargo, nesta quarta-feira, 21 dias após a cirurgia para a retirada da tireóide – informada a princípio como sendo um câncer. No regresso, a líder da Argentina atacou as declarações do governo do Reino Unido a respeito das ilhas Malvinas.
Vestida de negro, Cristina deixou visível a marca da cirurgia no pescoço diante das câmeras de televisão. Apesar das especulações, a presidente não abandou o luto, que mantem desde a morte do do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, em 2010.
Em um evento na Casa Rosada, Cristina respondeu as declarações do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, a respeito das ilhas Malvinas.
“Nestes dias (de sua licença médica) nos acusaram de colonialistas. O comitê de descolonização das Nações Unidas tem dezesseis causas de lugares que são colônias, das quais dez são da Inglaterra e uma das mais emblemáticas são nossas ilhas Malvinas”, disse.
Na última semana, Cameron, acusou a Argentina de “colonialismo” em relação às Malvinas (chamadas pelos ingleses de Falklands), após Buenos Aires persuadir os países do Mercosul a fechar os portos a navios com a bandeira das ilhas.
“O que a Argentina tem dito recentemente parece ser colonialismo, porque o povo (das ilhas) quer permanecer britânico, e os argentinos querem que eles sejam outra coisa”, disse Cameron.
Cristina contestou Cameron e disse que mais cidadãos britânicos vivem hoje na Argentina do que nas ilhas Malvinas.
“Ninguém está pedindo a eles que deixem de ser ingleses (…). Esses argumentos caem por si só. Vamos seguir com nossa política de sempre e que seja cumprida a resolução das Nações Unidas de se sentar, dialogar e negociar a questão. Não esperem da nossa parte gritos ou gestos de xenofobia. Isso deixamos para outros”, afirmou Cristina.
Guerra das Malvinas
A defesa da soberania das Malvinas foi o assunto que mais tempo ocupou o discurso de mais de uma hora de Cristina, transmitido pelas principais emissoras de televisão do país.
“Querem nos converter em garotos maus, ou violentos. Mas não fazemos parte de nenhuma força invasora em nenhum país. Nossas Forças Armadas participam somente de missões de paz”, disse.
“Nós vamos continuar da mesma maneira que fizemos até agora, com muito rigor jurídico, político e diplomático, reunindo apoio”, afirmou.
Cristina também criticou o regime militar da Argentina, que ocupou o arquipélago do Atlântico Sul, em abril de 1982, provocando uma guerra com o Reino Unido.
“Eles quiseram esconder a tragédia de trinta mil desaparecidos (durante a ditadura militar) e uma economia em crise. E não tiveram melhor ideia do que mandar jovens a uma guerra suicida, jovens que não estavam preparados”, atacou.
A presidente anunciou a criação de uma comissão para a abertura de documentos do chamado ‘informe Rattenbach’, que seria mantido como segredo militar por cinquenta anos.
Cristina afirmou ainda que em 2013 se completará ?cento e oitenta anos da usurpação das Malvinas cometida pelo governo do Reino Unido em 1833?.
Petróleo
Cristina também atacou as prospecções para exploração de petróleo nas Malvinas.
“Estão depredando nossos recursos naturais. E não escutei nenhuma ONG ambientalista criticar o Reino Unido pelo que estão fazendo com os recursos naturais e internacionais. Uma exploração petroleira sem controle. Pode ocorrer um derrame, o setor da pesca pode ser afetado”, afirmou.
Em 2010, a Argentina acusou a Grã-Bretanha de descumprir regras internacionais por perfurar as águas das ilhas, em busca de petróleo.
Saúde
A presidente detalhou ainda como soube do resultado do exame que indicou que não tinha câncer, como chegou a ser anunciado inicialmente.
“O médico não quis dizer, mas eu digo. Foi um milagre. Quero agradecer a todos que rezaram pela minha saúde”.
A presidente contou que mais um nódulo foi encontrado, também sem sinais de câncer.
Cristina também voltou a atacar o Grupo Clarín, em mais um capítulo da ferrenha disputa entre o governo e o principal conglomerado de imprensa do país.
“Pensei em vir com lenço (para esconder a cicatriz), porque sei que não está muito estético. Mas aí, amanhã, o Clarín diria que ‘essa’ (ela) não operou”.
A presidente Cristina Kirchner retornou ao cargo, nesta quarta-feira, 21 dias após a cirurgia para a retirada da tireóide – informada a princípio como sendo um câncer. No regresso, a líder da Argentina atacou as declarações do governo do Reino Unido a respeito das ilhas Malvinas.
Vestida de negro, Cristina deixou visível a marca da cirurgia no pescoço diante das câmeras de televisão. Apesar das especulações, a presidente não abandou o luto, que mantem desde a morte do do marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, em 2010.
Em um evento na Casa Rosada, Cristina respondeu as declarações do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, a respeito das ilhas Malvinas.
“Nestes dias (de sua licença médica) nos acusaram de colonialistas. O comitê de descolonização das Nações Unidas tem dezesseis causas de lugares que são colônias, das quais dez são da Inglaterra e uma das mais emblemáticas são nossas ilhas Malvinas”, disse.
Na última semana, Cameron, acusou a Argentina de “colonialismo” em relação às Malvinas (chamadas pelos ingleses de Falklands), após Buenos Aires persuadir os países do Mercosul a fechar os portos a navios com a bandeira das ilhas.
“O que a Argentina tem dito recentemente parece ser colonialismo, porque o povo (das ilhas) quer permanecer britânico, e os argentinos querem que eles sejam outra coisa”, disse Cameron.
Cristina contestou Cameron e disse que mais cidadãos britânicos vivem hoje na Argentina do que nas ilhas Malvinas.
“Ninguém está pedindo a eles que deixem de ser ingleses (…). Esses argumentos caem por si só. Vamos seguir com nossa política de sempre e que seja cumprida a resolução das Nações Unidas de se sentar, dialogar e negociar a questão. Não esperem da nossa parte gritos ou gestos de xenofobia. Isso deixamos para outros”, afirmou Cristina.
Guerra das Malvinas
A defesa da soberania das Malvinas foi o assunto que mais tempo ocupou o discurso de mais de uma hora de Cristina, transmitido pelas principais emissoras de televisão do país.
“Querem nos converter em garotos maus, ou violentos. Mas não fazemos parte de nenhuma força invasora em nenhum país. Nossas Forças Armadas participam somente de missões de paz”, disse.
“Nós vamos continuar da mesma maneira que fizemos até agora, com muito rigor jurídico, político e diplomático, reunindo apoio”, afirmou.
Cristina também criticou o regime militar da Argentina, que ocupou o arquipélago do Atlântico Sul, em abril de 1982, provocando uma guerra com o Reino Unido.
“Eles quiseram esconder a tragédia de trinta mil desaparecidos (durante a ditadura militar) e uma economia em crise. E não tiveram melhor ideia do que mandar jovens a uma guerra suicida, jovens que não estavam preparados”, atacou.
A presidente anunciou a criação de uma comissão para a abertura de documentos do chamado ‘informe Rattenbach’, que seria mantido como segredo militar por cinquenta anos.
Cristina afirmou ainda que em 2013 se completará ?cento e oitenta anos da usurpação das Malvinas cometida pelo governo do Reino Unido em 1833?.
Petróleo
Cristina também atacou as prospecções para exploração de petróleo nas Malvinas.
“Estão depredando nossos recursos naturais. E não escutei nenhuma ONG ambientalista criticar o Reino Unido pelo que estão fazendo com os recursos naturais e internacionais. Uma exploração petroleira sem controle. Pode ocorrer um derrame, o setor da pesca pode ser afetado”, afirmou.
Em 2010, a Argentina acusou a Grã-Bretanha de descumprir regras internacionais por perfurar as águas das ilhas, em busca de petróleo.
Saúde
A presidente detalhou ainda como soube do resultado do exame que indicou que não tinha câncer, como chegou a ser anunciado inicialmente.
“O médico não quis dizer, mas eu digo. Foi um milagre. Quero agradecer a todos que rezaram pela minha saúde”.
A presidente contou que mais um nódulo foi encontrado, também sem sinais de câncer.
Cristina também voltou a atacar o Grupo Clarín, em mais um capítulo da ferrenha disputa entre o governo e o principal conglomerado de imprensa do país.
“Pensei em vir com lenço (para esconder a cicatriz), porque sei que não está muito estético. Mas aí, amanhã, o Clarín diria que ‘essa’ (ela) não operou”.
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Dag Vulpi