sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Episódio das desapropriações põe ponto final na aliança do PT com PH


A polêmica gerada em torno das desapropriações feitas pela prefeitura de Vitória, que vem causando desgaste político ao prefeito João Coser, selou a ruptura na aliança entre PT e o PMDB, ou melhor, o ex-governador Paulo Hartung.

Durante os oito anos do governo Hartung, e até o início deste mês, o partido mantinha o apoio ao grupo político do prefeito. Mas dentro do PT o entendimento das lideranças é de que não há mais clima para negociação depois do ocorrido.

Antes mesmo de qualquer explicação por parte do prefeito, o PMDB já sinalizou a intenção de rever a aliança com o PT. Para algumas lideranças petistas, as denúncias, independentemente de procedência e apuração, foram divulgadas em um momento político delicado, com o objetivo de desestabilizar o trabalho do partido de construção de uma candidatura própria, tendo à frente à ministra da Mulher, Iriny Lopes.

Isso porque a denúncia veio a público após o prefeito declarar apoio à candidatura de Iriny. Até então, o prefeito defendia o recuo da candidatura própria em favor de um palanque de consenso com Hartung à frente do grupo. Essa possibilidade não encontrou eco na militância e o prefeito não teve alternativa senão assumir a posição partidária.

Nos meios políticos, a impressão é de que o PT agora vai disputar a eleição independentemente do posicionamento de Hartung. Estando ele na eleição ou não, o partido manterá a candidatura de Iriny Lopes. A posição do PT ganha reforço com as declarações do PSB, também crítico a uma candidatura de consenso na cidade.

O que não acontece no lado da oposição, já que o deputado estadual Luciano Rezende (PPS) vem condicionando sua candidatura à do ex-governador Paulo Hartung e o PSDB pode travar um embate apenas com o PT, deixando Hartung correr solto na eleição.

Se o episódio afasta o PT do grupo de Hartung, o posicionamento do PSB, de defender a candidatura o PT, embora mantenha a sua com Serjão Magalhães, e de não apoiar a abertura de uma CPI na Câmara de Vereadores, aproxima os dois partidos não só para as eleições de 2012, que pode favorecer uma união em um provável segundo turno, como também em movimentações políticas futuras.

Por Renata Oliveira

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