segunda-feira, 16 de maio de 2011

A LEI DE MURPHY NO CONGRESSO BRASILEIRO

SE A LEI DE MURPHY DEPENDESSE DA RAPIDEZ DO CONGRESSO BRASILEIRO, ELA JÁ ESTARIA APROVADA

"Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível" é citada todos os dias por milhares de pessoas nos cinco continentes. A Lei de Murphy conseguiu ser respeitada até no Brasil, onde não se respeita nem a Lei da Gravidade, como bem prova Luiza Brunet. Qualquer popular sabe enunciar o seu princípio. Reconhecimento nunca me faltou, todos fazem questão, ao citá-la, de mencionar o nome do autor. Um privilégio que eu, o Rouanet e mais meia dúzia de gatos pingados temos.

No entanto, poucos são os que se dão conta dos benefícios sociais proporcionados por esta lei. Através dela, pessoas encontram alívio para os pequenos traumas cotidianos. Por exemplo, todos sabemos que basta a aeromoça servir o café pro avião entrar em turbulência. Se o sujeito que recebeu o copinho plástico de café tiver a infelicidade de verter o líquido preto sobre o seu terno novo, ele não precisa blasfemar contra a sacanagem do destino. Ele pode pensar que está apenas cumprindo a legislação. E se, ao chegar no aeroporto, lhe ocorrer o pensamento murphyano de que “não importa a esteira de bagagem em que você esteja, suas malas sempre sairão em outra”, ele não passará por um viajante desatento que não lê avisos, mas sim como um observante da lei.

Outro benefício decorrente da brilhante formulação é a geração de autoestima. Explico melhor. Frases corriqueiras como “basta eu lavar o carro pra que comece a chover” são a mais pura expressão da Lei de Murphy. Mas por trás dessa inocente fala, vemos como o protagonista em questão se reveste de uma importância incrível. Nuvens (e talvez o próprio Deus) ficam ao longe vigiando o proprietário desse automóvel. Quando ele decide que é hora de lavar seu bólido, elas entram em ação para armar o temporal. Porém, o fator mais importante do murphismo não será revelada agora. Acredita que eu tinha o final deste post anotado num guardanapo que estava ao lado de outro usado para segurar o sanduíche e a faxineira recolheu justamente o que tinha meu texto?

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Dag Vulpi

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