Agência
Brasil
O
empreiteiro Marcelo Odebrecht afirmou, em seu depoimento de delação premiada ao
juiz Sérgio Moro, que políticos ligados ao PT tinham à disposição da empresa
uma espécie de conta de crédito na qual solicitavam recursos para bancar
campanhas eleitorais.
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Marcelo
disse que tratava dos repasses com o ex-ministro Antonio Palocci e que
determinadas quantias chegaram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os
depoimentos de segunda-feira (10) estavam em sigilo, mas foram tornados
públicos na manhã de hoje (12).
O
empresário, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba
em função das investigações da Operação Lava Jato, prestou depoimento no
processo em que Palocci é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro. Na oitiva, Marcelo Odebrecht relatou que Palocci era
responsável pelas indicações de pagamentos que deveriam ser feitos a campanhas
políticas. Segundo o empreiteiro, os recursos eram depositados em uma conta
informal que o PT tinha com a empreiteira em troca de favorecimentos.
"Eu combinei com o Palocci o seguinte [...] a
gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do instituto e para
outras coisas. Então, a gente disse foi seguinte [...]. Vamos pegar e
provisionar uma parte saldo, botamos R$ 35 milhões no saldo amigo, que é Lula.
Então [...] para o uso que fosse orientação de Lula", diz trecho
do depoimento.
O empreiteiro disse que os fatos ocorreram quando Lula já tinha deixado a presidência e contavam com sua influência sobre o PT. Durante o depoimento, Marcelo disse que Lula nunca pediu recursos diretamente a ele e que os repasses teriam sido combinados com Palocci.
"As duas únicas comprovações que eu teria de
que Lula, de certo modo, tinha conhecimento da provisão, foi quando veio pedido
para a compra do terreno do Instituto IL [Lula]. Eu não consegui me lembrar se
foi via Paulo Okamotto [presidente do instituto] ou via Bumlai [José
Carlos, amigo de Lula], mas com certeza foi um dos dois, depois eu falei com os
dois. Deixei bem claro que se eu fosse comprar o terreno, sairia do valor
provisionado. A gente comprou o terreno, saiu do valor provisionado, a gente
vendeu o terreno e voltou a creditar", explicou.
A
defesa de Lula afirmou que todas as 102 testemunhas ouvidas nos processos a que
o ex-presidente responde não deram qualquer declaração que pudesse envolver
Lula em ato ilícito relativo à Petrobras ou às propriedades que lhe são
indevidamente atribuídas, especialmente o apartamento do Guarujá e o sítio de
Atibaia. Os advogados de Palocci afirmaram que o ex-ministro nunca fez
solicitações de vantagens indevidas para campanhas do PT.
ele so abril a boca depois que a PF descobriu o departamento de propina.
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