Agência
Brasil
O
ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), divulgou ontem (11) decisões que envolvem 12 atuais governadores.
Fachin autorizou a abertura de inquérito de três governadores no STF - Alagoas,
Acre e Rio Grande do Norte -, já que eles são citados em ações envolvendo
políticos com foro privilegiado. O ministro determinou ainda que as citações
contra nove governadores nas delações de ex-executivos da Odebrecht sejam
remetidas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), instância responsável por
julgar mandatários do Executivo estadual. Fachin atendeu ao pedido de
desmembramento feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Leia também:
Os
governadores citados manifestaram-se sobre a decisão do Supremo. Todas as
decisões proferidas pelo ministro Edson Fachin sobre a abertura de investigação
contra pessoas citadas nos depoimentos de delação premiada de ex-executivos da
Odebrecht foram publicadas em edição extra do Diário da Justiça. Ao todo, o
ministro retirou o sigilo de 74 dos 76 inquéritos cuja abertura foi autorizada
por ele contra 83 políticos suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção.
Veja
os posicionamentos dos governadores cuja abertura de inquérito foi autorizada:
1
- Renan Filho, governador de Alagoas;
2
- Robinson Faria, governador do Rio Grande do Norte;
3
- Tião Viana, governador do Estado do Acre.
O
governador de Alagoas, Renan Filho, declarou que todas as doações recebidas
durante a campanha "ocorreram dentro
da lei e foram devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral".
Na
manhã desta quarta-feira (12), Robinson Faria divulgou nota em que diz que
ainda não teve acesso ao teor da denúncia, "mas quero deixar claro que minha postura é de serenidade e consciência
tranquila. Estou pronto para prestar os esclarecimentos que venham a ser
necessários à Justiça".
O
governador do Acre, Tião Viana, também divulgou nota em que classifica a
divulgação como "momento dantesco da vida nacional" em que "parece que nenhuma linha fina separa a honra
da desonestidade". "Defendo
a apuração de qualquer fato suspeito e a punição de qualquer um que tenha culpa
provada. Portanto, também tenho integridade, coerência e coragem para não
aceitar a sanha condenatória de setores poderosos que destroem reputações
tomando apenas a delação interessada de corruptos apanhados no crime".
Segundo Viana, a construtora Odebrecht nunca realizou qualquer obra no Acre.
Veja
os posicionamentos dos governadores cujas citações foram remetidas ao STJ:
1 - Paulo Hartung (Espírito Santo);
2 - Geraldo Alckmin (São Paulo);
3 - Fernando Pimentel (Minas Gerais);
4- Flávio Dino (Maranhão);
5 - Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro);
6 - Raimundo Colombo (Santa Catarina);
7 - Marcelo Miranda (Tocantins);
8 - Beto Richa (Paraná);
9 - Marconi Perillo (Goiás).
O
governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, ressaltou em nota que não disputou
as eleições de 2010 e 2012. "Portanto,
é leviana, mentirosa e delirante a citação de que ele teria recebido recursos
da construtora Odebrecht", declarou por meio de sua assessoria. "O governador afirma que acusações infundadas
como essa só contribuem para confundir, tumultuar a investigação e manchar a
trajetória das pessoas de forma irresponsável".
Geraldo
Alckmin, governador de São Paulo, manfestou-se por meio de sua assessoria de
imprensa. "Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem
autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma
forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei",
disse.
O
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse que só vai se pronunciar
depois que o teor das delações for divulgado.
Flávio
Dino, governador do Maranhão, publicou hoje (12) nas redes sociais nota em que
diz: "No meu caso há palavra de uma
pessoa que me acusa contra documentos que provam que a acusação é falsa. Por
isso, reafirmo: se um dia for investigado, em qualquer lugar, a conclusão vai
ser a mesma de sempre. Tenho vida limpa e honrada".
O
governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse que não vai comentar o
assunto porque não sabe do que está sendo acusado, pois foram divulgados apenas
nomes em uma suposta lista.
Por
meio da assessoria de imprensa, o governador de Santa Catarina, Raimundo
Colombo, disse que a empresa Odebrecht "não tem nenhum contrato, obra ou projeto com o governo do estado de
Santa Catarina, não tendo sequer participado de licitações desde o início da
atual administração em janeiro de 2011. O governo do estado aguarda a abertura
do sigilo das informações para prestar todos os esclarecimentos cabíveis".
Em
relação ao governador de Tocantins, Marcelo Miranda, a Secretaria de Estado da
Comunicação Social disse em nota que ele "foi somente citado, não houve indiciamento. Mas vale considerar que
todas as doações de campanha do governador foram feitas de forma legal,
devidamente declaradas e as contas aprovadas".
Beto
Richa, governador do Paraná, disse em nota: "Desconheço o contexto no qual tive meu nome citado. Todas as minhas
campanhas tiveram a origem dos recursos declarada à Justiça Eleitoral."
O
governador de Goiás, Marconi Perillo, disse que só irá se manifestar após
conhecimento integral do teor das declarações apresentadas. "O governador
reitera que acredita na Justiça e que irá esclarecer qualquer eventual
questionamento, mesmo porque, até o presente momento, não há qualquer inquérito
autorizado pelo Poder Judiciário em tramitação no STJ, sendo impossível uma
manifestação acerca de citação sem a devida contextualização", diz nota
publicada pelo governo. "O
governador ressalta que nunca pediu ou autorizou que solicitassem em seu nome
qualquer contribuição de campanha que não fosse oficial e rigorosamente de
acordo com a legislação eleitoral".
politica a coisa mais suja do mundo
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