Em
visita à Espanha, presidente reafirmou ser 'fundamental' crescimento dos países
do bloco para superar turbulências
A presidente Dilma Rousseff com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy |
Fernando Nakagawa
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, 19, no Palácio da Moncloa, em Madri, a presidente Dilma Rousseff defendeu mais uma vez que o melhor caminho para sair da crise é a austeridade somada ao incentivo para o crescimento econômico. Já o premiê da Espanha, Mariano Rajoy, reafirmou seu compromisso com o controle do déficit público.
A despeito de eventuais diferenças, a presidente brasileira se colocou à disposição do colega espanhol. "O Brasil se põe à disposição da Espanha, de Portugal e de todos os países europeus", disse Dilma na entrevista concedida após uma reunião fechada com Rajoy.
"O Brasil pode e deve contribuir para uma solução da crise, que passa necessariamente pelo crescimento. Eu considero que a combinação de austeridade e crescimento é a melhor forma de superar os desafios de uma crise", disse Dilma, ao lado do premiê espanhol. "Até porque nós, no Brasil, temos uma experiência de que o baixo crescimento, ao invés de reduzir, o que faz é aumentar a dívida e o déficit", completou.
Ao argumentar que seu governo direciona esforços para o crescimento sem esquecer da responsabilidade econômica, Dilma rebateu indiretamente as críticas de que seu governo ignora aspectos como o controle do gasto e da inflação. "Consideramos que o equilíbrio fiscal e a distribuição de renda são compatíveis e não são antagônicos", disse. "Nós tivemos durante duas décadas apenas a perspectiva do ajuste fiscal e só conseguimos sair da crise quando fizemos controle de gasto e de inflação com a distribuição de renda, com crescimento", resumiu a presidente.
Rajoy, por sua vez, manteve o discurso pró-austeridade. "Estamos fazendo uma política que controla o déficit público e cria bases para o crescimento. Tenho total e absoluta convicção de que o pior já passou. Em 2014, a Espanha vai ter crescimento econômico positivo", disse. "Não há uma varinha mágica. É necessário controlar o déficit, resolver o problema do financiamento. Não se pode viver gastando o que não entrou", declarou.
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