O transtorno
obsessivo compulsivo (TOC) caracteriza-se por dois tipos de
manifestações:
01 - as
obsessões ou ideias obsessivas.
02 - as
compulsões ou rituais compulsivos.
As obsessões
são ideias ou imagens que vem à mente da pessoa independente de sua vontade
repetidamente.
Embora a
pessoa saiba que são ideias suas, sem sentido, não consegue evitar de
pensá-las. São frequentes ideias relacionadas a religião, sexo, duvidas,
contaminação, agressão (por exemplo, a pessoa tem ideias repetidas de que suas
mãos estão contaminadas por ter tocado em objetos "sujos").
As compulsões
são atos ou rituais que o indivíduo se vê obrigado a executar para aliviar ou
evitar as obsessões.
Se a pessoa
não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa. Os rituais são repetidos
numerosas vezes, apesar da sensação que a pessoa tem de que não fazem
sentido.
Compulsões frequentes
são lavar as mãos, verificar se a porta está trancada ou a válvula do gás está
fechada, questionar uma informação repetidamente para ver se está correta,
executar minuciosamente uma série pré-programada de atos para evitar que
aconteça algum mal a alguém, contar ou falar silenciosamente.
Tanto as
obsessões como as compulsões ocupam uma boa parte do tempo da pessoa,
prejudicando ou dificultando seu dia a dia.
Como a própria
pessoa reconhece que seus pensamentos ou atos são sem sentido, ela procura
disfarçar tais manifestações, evitando conversar sobre esse assunto e relutando
em procurar auxilio médico psiquiátrico.
O transtorno
obsessivo compulsivo inicia em geral no fim da adolescência, por volta dos 20
anos de idade e atinge cerca de 2 em cada 100 pessoas. A doença pode se
manifestar em crianças também. Em geral a doença evolui com períodos de melhora
e piora; com o tratamento adequado há um controle satisfatório dos sintomas,
embora seja pouco frequente a cura completa da doença.
Muitos
portadores de TOC apresentam também outros transtornos como fobia social,
depressão, transtorno de pânico e alcoolismo. Alguns transtornos mentais como a
tricotilomania (arrancar pelos ou cabelos), o distúrbio dimórfico do corpo (ideia
fixa de que há um pequeno defeito no corpo, em geral na face) e a síndrome de
Tourette (síndrome dos tics) parecem estar relacionados ao TOC.
Pesquisas
recentes mostram que o TOC é uma doença do cérebro na qual algumas áreas
cerebrais apresentam um funcionamento excessivo. Sabe-se também que o
neurotransmissor serotonina está envolvido na formação dos sintomas
obsessivo-compulsivos. Acredita-se também que as pessoas que tem uma predisposição
para a doença, reagem excessivamente ao estresse. Tal reação consiste nos
pensamentos obsessivos, que por sua vez geram mais estresse, criando assim um
circulo vicioso.
O tratamento
do transtorno obsessivo compulsivo envolve a combinação de medicamentos e
psicoterapia. Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, em geral em
doses elevadas e por tempo bastante prolongado. A psicoterapia mais estudada é
a terapia comportamental, através da qual o paciente é estimulado a controlar
seus pensamentos obsessivos e rituais compulsivos. Outras formas de
psicoterapia auxiliam o paciente a lidar com as situações de ansiedade que
agravam a doença.
Prof. Dr.
Mario Rodrigues Louzã Neto - Psiquiatria - Psicanálise
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