terça-feira, 24 de outubro de 2017

Após reunião com Temer, base está otimista com placar de votação de denúncia


Marcelo Brandão

A dois dias da votação da segunda denúncia na Câmara, o presidente Michel Temer reuniu líderes dos partidos da base aliada para projetar o placar da votação, prevista para esta quarta-feira (25). Partido a partido, foram contabilizados quantos votos favoráveis Temer deve ganhar no plenário da Casa. Os aliados do governo deixaram a reunião otimistas: o discurso é que a vitória – o arquivamento da denúncia contra o presidente e dois de seus ministros  – virá por uma margem parecida com a obtida na votação da primeira denúncia, em agosto.

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“Nós deveremos ter entre 260 e 270 votos. Esse grupo que hoje esteve com o presidente fez uma reanálise com todos os partidos. Se a gente tiver uma votação expressiva, é lógico que vai refletir nas votações futuras, a reforma tributária, a reforma da Previdência e outras”, disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Em agosto, foram 263 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia.

O parecer do relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), contrário à admissibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi aprovado na Comissão de Constituição e de Justiça (CCJ) por 39 votos a 26. O governo precisa de 172 votos, ou seja, um terço mais um dos 513 deputados, para impedir que a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente da República e os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.

Na saída do encontro, ocorrido na noite de hoje (23) no Palácio da Alvorada, Mansur também comentou a postura de parlamentares de partidos da base do governo que, na avaliação dele, não têm sido fiéis.

“Acho que essa, possivelmente, seja a última chance de partidos que se dizem aliados e parlamentares que se dizem aliados estarem na base do governo. Quem estiver conosco, estará. Quem não estiver conosco, vai estar fora do governo. Tem muito parlamentar que está na base do governo e vota contra. Temos que privilegiar quem está votando conosco”, afirmou.

Para o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), há consenso entre os líderes da base do governo sobre a inconsistência da denúncia contra o presidente. “Os líderes têm a convicção plena de que a denúncia é inepta, não tem sustentação jurídica e por isso a perspectiva é extremamente positiva. Inclusive com uma perspectiva de termos uma votação ainda melhor do que na primeira denúncia. Isso foi o que nos passaram todos os líderes de cada uma das suas bancadas”, afirmou.

Mansur também falou sobre a liberação de emendas para parlamentares, frisando que o governo tem a obrigação de liberar os recursos tanto para base quanto para a oposição. “Muitas vezes você tem um parlamentar que recebeu uma promessa de liberar determinada emenda pra saúde, infraestrutura. E muitas vezes esse recurso não saiu. Eu defendo [ a liberação], até porque obrigatoriamente nós temos que liberar emendas tanto para a oposição quanto para a situação, que se libere essas emendas rapidamente. Ajuda, claro que ajuda [na votação]”.

Rito
Para que seja aberta a sessão desta quarta-feira, é necessário que no mínimo 342 deputados tenham registrados presença no painel eletrônico. Os aliados de Temer não demonstraram preocupação com o quórum mínimo e pretendem trabalhar para colocar o maior número de deputados no plenário.

A votação será por chamada nominal, por ordem alfabética, por estado, alternadamente do Norte para o Sul e vice-versa. Concluída a votação e tendo votado ao menos 342 deputados, será proclamado o resultado. Para que a Câmara autorize o STF a iniciar as investigações contra o presidente e os ministros são necessários, no mínimo, 342 votos contrários ao parecer de Andrada.

Autor de tiros em escola de Goiânia é transferido para centro de internação


O adolescente autor do ataque com arma de fogo no Colégio Goyazes, em Goiânia, foi transferido no final da tarde de hoje (23) para um centro de internação provisória. A internação foi recomendada pelo Ministério Público e determinada pela Justiça do estado.

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O estudante ficará internado até o julgamento do caso pelo Juizado da Infância e Juventude, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Por medida de segurança, a advogada do jovem, Rosângela Magalhães, não informou para qual unidade ele foi transferido. 

“Nós solicitamos que ele não fosse para o Centro de Internação Provisória de Goiânia, pois tínhamos informações que ele poderia correr risco lá. Por isso, ele foi para outro local”, disse a advogada à Agência Brasil. O Ministério Público também pediu que o adolescente seja colocado em separado dos demais internos, já que é filho de militares.

A advogada do adolescente estima que a primeira audiência para ouvir o menor e os pais deve ocorrer na semana que vem. Também haverá outras audiências para ouvir testemunhas.

Lula entrega recibos do aluguel à Justiça em Curitiba


A defesa do ex-presidente já havia afirmado, no início do mês, ter "vias originais de todos os documentos já apresentados".

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A defesa do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva entrega nesta terça-feira (23) à Justiça, em Curitiba, os recibos do aluguel do apartamento investigado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

De acordo com a coluna de Mônica Bérgamo, Lula leva um notário para atestar que os recibos estão em bom estado.

Lembrando
A defesa do ex-presidente já havia afirmado ter "vias originais de todos os documentos já apresentados, além de outros 6 recibos de 2011 que também foram localizados, que serão apresentados para que possam, se o caso, serem submetidos à perícia", afirmou na altura.

A Lava Jato afirmou, na mesma altura, no início de outubro, que não houve pagamento de aluguel entre fevereiro de 2011 e pelo menos novembro de 2015, do imóvel vizinho a Lula, em São Bernardo. No dia 25 de setembro, 25, a defesa do ex-presidente apresentou documentos que contestam a versão dos procuradores. 

Brasil é corrupto, mas brasileiro não


Foram ouvidas 2.422 pessoas em todo o país, que tiveram que eleger em uma lista valores que melhor as definiam, os que representavam o Brasil de hoje e aquilo que desejariam para o país.

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O estudo, encomendado ao Instittuto Datafolha pela consultoria Crescimentum e pelo instituto britânico Barret Values Centre, tem como foco os valores pessoais mais importantes dos brasileiros este ano, assim como aqueles que moldam a cultura do país atualmente e aqueles que são desejados para o Brasil. Foram ouvidas, em agosto passado, 2.422 pessoas em todas as regiões do país, que tiveram que eleger em uma lista de cerca de 90 valores os dez que melhor as definiam, os que representavam o Brasil de hoje e aquilo que desejariam para o país.

Se no campo pessoal as qualidades escolhidas foram amizade, honestidade, respeito, confiança e paciência, a cultura nacional foi definida pelos "valores" de corrupção, violência, agressividade e discriminação racial. "Não tem nenhuma correspondência entre o que cada um percebe como seu valor individual e o que ele percebe como a cultura ao seu redor", avaliou o escritor e cientista social Eduardo Giannetti, em entrevista à Folha. "Este é um traço definidor da nossa cultura: o brasileiro é o outro".

A percepção dos problemas no país teria subido de 51%, em 2010, ano em que o estudo foi realizado pela primeira vez, para 61%, este ano. A corrupção, que no primeiro ano era destacada por 54% dos entrevistados, em 2017 foi indicada por 72% do público ouvido.

Sobre aquilo que se deseja tanto no campo pessoal, quanto para o país, a educação ganha espaço como tema predominante. No contexto pessoal, surge como o valor de “aprender sempre”, enquanto para a nação aparece como “oportunidades de educação”. "Brasileiro fala do brasileiro na terceira pessoa, e se dissocia", concluiu Guilherme Marback, economista e diretor da Crescimentum, na mesma reportagem. 

Meritocracia: brasileiro deixou de crer em 'justiça social', diz estudo


Analistas explicam como os sucessivos escândalos de corrupção transformaram a visão do brasileiro sobre o país e sobre si mesmo, segundo dados da Pesquisa Nacional de Valores de 2017.

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Frente à crise das instituições políticas no país, o brasileiro deixou de acreditar em valores como “justiça social” para investir no “faça você mesmo”. Ao menos é o que revela a Pesquisa Nacional de Valores de 2017, realizada pelo Instituto Datafolha e publicada pelo jornal Folha de São Paulo, que ouviu 2.422 pessoas em todas as regiões do país.

Além de mostrar que o brasileiro vê o país como corrupto, mas não se enquadra na corrupção, o estudo mostrou como a crise política, causada por sucessivos escândalos de corrupção que ganharam os noticiários nos últimos anos, reflete-se na visão do brasileiro sobre o país e sobre si mesmo.

"Diante do cenário de crise, cresce a perspectiva individualista, e as pessoas querem investir nelas mesmas", disse o cientista social Fernando Abrucio, da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista à Folha. "As pessoas acham que têm de resolver a situação por elas mesmas", completou Maria do Socorro Braga, professora de ciência política da Universidade Federal de São Carlos, também ouvida pelo jornal. Esta última enfatiza que o comportamento individual pode também ser fruto de desamparo por parte do Estado e das instituições.

Com a missão de escolher entre 90 valores os dez que melhor as definiam, os que representavam o Brasil de hoje e aquilo que desejariam para o país, os brasileiros apontaram, neste último quesito, que “aprender sempre” reina no contexto pessoal. Já na cultura desejada para o país, a escolha de “oportunidades de educação”, valor ausente na primeira edição da pesquisa, realizada em 2010, surge como o mais importante em 2017.

Fernando Abrucio explicou que a crença no crescimento pelo mérito individual resulta da melhoria das condições de vida nas últimas duas décadas. "Sem isso, ninguém apostaria em educação porque o problema era mais embaixo", analisou o cientista social.

Outros dois valores inéditos, como confiança e coragem, apontados na seara inidividual, também revelariam que a mudança passa pela "tomada de consciência de que temos de tomar as rédeas de nosso destino e do país", segundo Guilherme Marback, diretor da Crescimentum. O especialista, ouvido na mesma entrevista, aponta para o aumento na percepção dos problemas do país.

Os resultados do estudo representariam uma cisão entre os valores desejados para o país em 2010 e 2017, na opinião do sociólogo Demétrio Magnoli, colunista da Folha de São Paulo. Segundo ele, "justiça social", "moradia confortável" e "redução da pobreza" perderam espaço para "oportunidade de educação", "compromisso", "honestidade" e "cidadania". "O que antes derivava do discurso do governo de 2010 [do PT], que perdeu força, hoje deriva da ideia chave de acabar com a corrupção e o desperdício de recursos”, concluiu na reportagem.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Polícia acha corpo que seria de menina deixada de castigo fora de casa


Sherin Mathews, de 3 anos, desapareceu após ser deixada sozinha de madrugada por recusar tomar leite.

O Departamento de Polícia de Richardson, no Texas, investiga se um corpo encontrado no domingo (22) é o da menina Sherin Mathews, de 3 anos. A criança está desaparecida desde 7 de outubro, quando seu pai a deixou de castigo fora de casa durante a madrugada.

Os pais de Sherin foram notificados, e o FBI deve auxiliar a polícia local para identificar o corpo e a causa da morte.

De acordo com reportagem da Associated Press, a menina foi deixada sozinha no quintal em 7 de outubro pelo pai, Wesley Mathews, por se recusar a beber leite. Ele teria voltado ao local 15 minutos depois, mas não encontrou mais a criança.

De acordo com a polícia, Wesley levou cinco horas para comunicar o sumiço da menina, que possui atraso de desenvolvimento. "Isso não parece uma resposta normal de alguém cujo filho está desaparecido", comentou o sargento Kevin Perlich na ocasião, segundo a agência de notícias.

Em depoimento, o pai disse ter visto coiotes perto de onde deixou a menina, mas as investigações não indicam que alguma animal tenha arrastado Sherin. Wesley foi preso acusado e de abandonar ou expor uma criança ao perigo, mas foi liberado após pagar fiança. O outro filho de casal, de 4 anos, foi afastado da família pelo Serviço de Proteção à Criança dos EUA.

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