Foram
ouvidas 2.422 pessoas em todo o país, que tiveram que eleger em uma lista
valores que melhor as definiam, os que representavam o Brasil de hoje e aquilo
que desejariam para o país.
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O estudo,
encomendado ao Instittuto Datafolha pela consultoria Crescimentum e pelo
instituto britânico Barret Values Centre, tem como foco os valores pessoais
mais importantes dos brasileiros este ano, assim como aqueles que moldam a
cultura do país atualmente e aqueles que são desejados para o Brasil. Foram
ouvidas, em agosto passado, 2.422 pessoas em todas as regiões do país, que
tiveram que eleger em uma lista de cerca de 90 valores os dez que melhor as
definiam, os que representavam o Brasil de hoje e aquilo que desejariam para o
país.
Se
no campo pessoal as qualidades escolhidas foram amizade, honestidade, respeito,
confiança e paciência, a cultura nacional foi definida pelos
"valores" de corrupção, violência, agressividade e discriminação
racial. "Não tem nenhuma correspondência entre o que cada um percebe como
seu valor individual e o que ele percebe como a cultura ao seu redor",
avaliou o escritor e cientista social Eduardo Giannetti, em entrevista à Folha.
"Este é um traço definidor da nossa cultura: o brasileiro é o outro".
A
percepção dos problemas no país teria subido de 51%, em 2010, ano em que o
estudo foi realizado pela primeira vez, para 61%, este ano. A corrupção, que no
primeiro ano era destacada por 54% dos entrevistados, em 2017 foi indicada por
72% do público ouvido.
Sobre
aquilo que se deseja tanto no campo pessoal, quanto para o país, a educação
ganha espaço como tema predominante. No contexto pessoal, surge como o valor de
“aprender sempre”, enquanto para a nação aparece como “oportunidades de
educação”. "Brasileiro fala do brasileiro na terceira pessoa, e se
dissocia", concluiu Guilherme Marback, economista e diretor da Crescimentum,
na mesma reportagem.