quinta-feira, 21 de julho de 2011

Nióbio, Metal Estratégico

O nióbio é um elemento químico, de símbolo Nb, número atômico 41 (41 prótons e 41 elétrons) e massa atómica 92,9 u. É um elemento de transição pertencente ao grupo 5 ou VB da classificação periódica dos elementos. O nome deriva da deusa grega Níobe, filha de Tântalo — que por sua vez deu nome a outro elemento da família 5B, o tântalo. É usado principalmente em ligas de aço para a produção de tubos condutores de fluidos. Em condições normais, é sólido. Foi descoberto em 1801 pelo inglês Charles Hatchett.

Características principais

O nióbio é um metal dúctil, cinza brilhante, que passa a adquirir uma coloração azulada quando em contato com o ar em temperatura ambiente após um longo período. Suas propriedades químicas são muito semelhantes às do tântalo (elemento químico), que está situado no mesmo grupo.
O metal começa a oxidar-se com o ar a 201 °C e seus estados de oxidação mais comuns são +3 e +5.

Aplicações

O nióbio apresenta numerosas aplicações. É usado em alguns aços inoxidáveis e em outras ligas de metais não ferrosos. Estas ligas devido à resistência são geralmente usadas para a fabricação de tubos transportadores de água e petróleo a longas distâncias.
  • Usado em indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais.
  • Usado em soldas elétricas.
  • Devido a sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de joias como, por exemplo, os piercings.
  • Quantidades apreciáveis de nióbio são utilizados em superligas para fabricação de componentes de motores de jatos , subconjuntos de foguetes , ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências a combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini.
  • O nióbio está sendo avaliado como uma alternativa ao tântalo para a utilização em capacitores.
O nióbio se converte num supercondutor quando reduzido a temperaturas criogênicas. Na pressão atmosférica, tem a mais alta temperatura crítica entre os elementos supercondutores, 9,3 K. Além disso, é um dos três elementos supercondutores que são do tipo II ( os outros são o vanádio e o tecnécio ), significando que continuam sendo supercondutores quando submetidos a elevados campos magnéticos.

História

O nióbio (mitologia grega: Níobe, filha de Tântalo) foi descoberto por Charles Hatchett em 1801. Hatchett encontrou o elemento no mineral columbita enviado para a Inglaterra em torno de 1750 por John Winthrop, que foi o primeiro governador de Connecticut. Devido à semelhança, havia uma grande confusão entre os elementos nióbio e tântalo que só foi resolvida em 1846 por Heinrich Rose e Jean Charles Galissard de Marignac que redescobriram o elemento. Desconhecendo o trabalho de Hatchett Since denominou o elemento de nióbio. Em 1864, Christian Blomstrand foi o primeiro a preparar o elemento pela redução do cloreto de nióbio, por aquecimento, numa atmosfera de hidrogênio.
“Columbium” foi o nome dado originalmente ao elemento nióbio por Hatchet, porém, a IUPAC adotou oficialmente o nome “niobium" em 1950, após 100 anos de controvérsias. Muitas sociedades químicas e organizações governamentais referem-se ao elemento 41 pelo nome IUPAC. Entretanto, a maioria dos metalúrgicos e produtores comerciais do metal, principalmente norte-americanos, adotam o seu nome original colúmbio.
Recentemente, o professor Luiz Roberto Martins de Miranda, da COPPE, UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em orientação a diversas teses de mestrado e doutorado, descobriu ser o óxido de nióbio um poderoso agente anticorrosivo, capaz de suportar a ação de ácidos extremamente agressivos, como os naftênicos, hoje muito comuns no dia-a-dia da indústria de petróleo. Tal descoberta gerou patentes de processos e produtos, hoje já em uso por indústrias de petróleo e aciarias com o nome comercial de Niobização. [1].

Ocorrência

Placa de Nióbio.
O elemento nunca foi encontrado livre na natureza. É encontrado em minerais tais como niobita (columbita) (Fe, Mn)(Nb, Ta)2O6, niobita-tantalita [(Fe, Mn)(Ta, Nb)2O6], pirocloro (NaCaNb2O6F ), e euxenita [(Y, Ca, Ce, U, Th) (Nb, Ta, Ti)2O6]. Minerais que contém nióbio geralmente contém também o tântalo.
Grandes depósitos de nióbio foram encontrados associados a rochas de carbono – silicatos, e como constituinte do pirocloro.
O Brasil detém 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio no mundo, e mais de 90% do total do minério presente no Planeta Terra. As Jazidas estão presentes em 3 cidades brasileiras: 61% proveniente de Araxá - MG, 21% das reservas em Catalão - GO e outros 12% em São Gabriel da Cachoeira - AM. Outra reserva importante de minerais de nióbio é do Canadá.[2]

Isótopos

O nióbio apresenta um único isótopo estável: Nb-93. Os radioisótopos mais estáveis são o Nb-92 com meia-vida de 34,7 milhões de anos, Nb-94 ( meia-vida de 20300 anos ) e o Nb-91 com meia-vida de 680 anos. Existe também um metaestável ( 0,031 mega elétron-volts ) com meia-vida de 16,13 anos
Outros vinte e três radioisótopos foram caraterizados. A maioria com meias-vida abaixo de duas horas, exceto o Nb-95 ( 35 dias ), o Nb-96 ( 23,4 horas ) e o Nb-90 ( 14,6 horas ).
O modo preliminar de decaimento dos isótopos com massas abaixo do isótopo estável Nb-93 é do tipo captura eletrônica e após este através de emissão beta , com casos de emissão de nêutrons como ocorre com os radioisótopos Nb-104, 109 e 110.

Precauções

Compostos que contém nióbio raramente são encontrados pelas pessoas. Porém, em sua maioria, são altamente tóxicos. O pó metálico deste elemento irrita os olhos e a pele, e pode apresentar riscos de entrar em combustão.
Para o nióbio não se conhece nenhum papel biológico.

Referências

  1. Tinta anticorrosividade de nióbio rende à COPPE patente internacional. Disponível em: <http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=710>. Acesso em: 15 jan. 2009.
  2. ↑ Mineral USGS

Bibliografia

  • Los Alamos National Laboratory – Niobium

Ligações externas

  • WebElements.com – Niobium
  • EnvironmentalChemistry.com – Niobium
  • Tantalum-Niobium International Study Center

Ajuste no mínimo precipitado.

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de elevar para 12,50% ao ano a taxa básica de juros, a Selic, promovendo o 5º reajuste para cima consecutivos, pareceram-me desnecessários,  por considerar que os índices inflacionários já estão sob controle, inclusive com a queda de preços de alguns produtos. Além disso, o setor industrial já enfrenta forte concorrência dos produtos importados decorrente da sobrevalorização do real frente ao dólar.
O impacto negativo dessa medida do Banco Central de aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual é a elevação dos custos de financiamento, em especial, do capital de giro. Essa decisão traz ainda um aumento dos juros ao consumidor final, majorando os custos de crédito para pessoa física, que passa a comprar menos produtos do setor industrial. O Governo Federal precisa adotar imediatamente medidas que amenizem os efeitos do aumento dos juros sobre a competitividade das empresas.
Quanto mais essas ações demorarem, maiores serão os prejuízos para o Brasil. A indústria espera a inclusão de medidas efetivas de desoneração tributária na nova fase da política industrial. Ao elevar os juros para 12,50% ao ano, apesar da queda no ritmo de aumento dos preços nos últimos meses, o Governo intensifica chegando a abusar do uso deste instrumento monetário de combate à inflação.

Pela última vez na história, ônibus espacial pousa na Flórida

Agora acabou. Pela última vez, um ônibus espacial da Nasa fez seu pouso no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 6h56 (horário de Brasília). O Atlantis encerrou uma missão histórica de 13 dias e agora vai virar peça de museu. Assista ao vivo transmissão da Nasa TV
"Missão cumprida, Houston", foram as palavras do comandante Chris Ferguson assim que a nave pousou. "Após servir por 30 anos, o ônibus espacial conquistou seu lugar na história e agora faz sua última parada".
O comandante afirmou que os americanos vão voltar ao espaço. "O ônibus espacial mudou a maneira com que vemos o mundo, a maneira com que vemos o universo. A América não vai parar de explorar. Obrigado por nos proteger e por trazer este programa para um fim merecido."
Ferguson também lembrou os outros ônibus espaciais. "Obrigado Columbia, Challenger, Discovery e Endeavour", afirmou após o pouso.
Ônibus espacial Atlantis faz último pouso da frota no Cabo Canaveral, na Flórida (Foto: Nasa)Ônibus espacial Atlantis faz último pouso da frota no Cabo Canaveral, na Flórida (Foto: Nasa)
Em resposta, o controle da missão parabenizou a tripulação. "Aproveitamos esta oportunidade para parabenizar a vocês, Atlantis, assim como os milhares de indivíduos apaixonados em toda esta nação exploradora do espaço que realmente deram poder a esta espaçonave incrível que, por três décadas, inspirou milhões por todo o globo", disse o astronauta responsável pela comunicação com a nave, Barry Wilmore. "O Atlantis está em casa, sua jornada está completa. Este é um momento para ser apreciado",
Milhares de pessoas se reuniram na cidade de Cabo Canaveral para acompanhar o pouso. Na transmissão da Nasa, o clima foi de nostalgia. Não há previsão de quando uma nova missão ao espaço com seres humanos será organizada pelos Estados Unidos.
A nave levou à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) o módulo Rafaello carregado de toneladas de equipamentos para abastecer o complexo orbital. A partir de agora, todas as viagens à ISS serão feitas pelas naves russas Soyuz.
Ao todo, quatro astronautas estiveram a bordo, além do comandante Christopher Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim.
Entenda como ocorre a aterrisagem:
A aposentadoriaA decisão de aposentar a frota veio após o acidente com o Columbia, que se desintegrou na reentrada após uma missão em 2003. A orientação do então governo Bush era finalizar a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), aposentar a frota até 2010 e desenvolver uma nave nova que deveria estar em operação em 2014.
De lá para cá, o governo Obama confirmou a aposentadoria do programa, mas permitiu um ano a mais de voos, até 2011. As operações na ISS foram estendidas até pelo menos 2020. E o programa de naves da administração Bush, o projeto Constellation, foi cancelado. Em seu lugar, o atual presidente ordenou que a parte de desenvolvimento e construção de espaçonaves fosse delegada à iniciativa privada, enquanto a Nasa se dedicaria a pensar as próximas fronteiras da exploração espacial.
O AtlantisO quarto ônibus espacial da Nasa estava em operação há 26 anos e foi responsável por alguns dos grandes marcos do programa americano: ele lançou o telescópio espacial de raios gama Compton e as sondas Magellan para Vênus e Galileo para Júpiter.
A nave também foi a primeira americana a acoplar com a estação espacial russa Mir, para onde fez sete voos consecutivos, entre 1995 e 1997.
Em 2009, o Atlantis fez a última missão de reparos prevista para o telescópio espacial Hubble, que permitiu que o observatório orbital, que estava definhando na época, pudesse ter sua expectativa de vida estendida para até 2014.
No voo seguinte, ele bateu o recorde do Discovery de menor número de problemas técnicos em uma missão: 54. Em 2010, bateu seu próprio recorde e baixou o número para 46.
A missão de 2010 estava prevista para ser a aposentadoria oficial do ônibus espacial. A atual era apenas uma missão de stand-by que seria usada para caso de necessidade de resgate do Endeavour, que, na época, estava previsto para fazer a missão final da frota. Com a decisão de tornar o voo de resgate em uma missão oficial, a nave foi recolocada em serviço.
Após a aposentadoria, o Atlantis será o único que continuará na Flórida, em exibição no complexo de visitantes do Centro Espacial Kennedy. O Discovery será enviado ao Museu Smithsonian na capital americana, Washington DC, no lugar do protótipo Enterprise, que nunca foi ao espaço e será transferido para Nova York. O Endeavour irá ao Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Copom aumenta taxa de juros em 0,25%

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) voltou a subir a taxa de juros nesta quarta-feira, em 0,25%, sem viés. A alta no índice Selic, agora em 12,5%, é parte do esforço para restringir a oferta de crédito e conter a inflação.
No início deste mês, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mostrou variação de 6,71% na inflação, no acumulado dos últimos 12 meses. O percentual já é superior à meta anual de inflação estipulada pelo Banco Central, de 4,5%.
Trata-se da quinta elevação consecutiva na taxa Selic. De dezembro do ano passado até agora, os aumentos já somam 1,75 ponto percentual.
Tradicionalmente uma das mais altas do mundo, a taxa Selic chegou a cair a 8,75% em setembro de 2009, mas voltou a subir em junho do ano passado.
A escalada nos juros é bastante criticada pelo empresariado, uma vez a alta na Selic acaba favorecendo o fluxo de capitais ao país, o que por sua vez contribui para a valorização do real e o aumento das importações, prejudicando a indústria nacional.
Em nota, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) disse nesta quarta-feira que “o governo precisa adotar imediatamente medidas que amenizem os efeitos do aumento dos juros sobre a competitividade das empresas”.
“Quanto mais essas ações demorarem, maiores serão os prejuízos para o país. Por isso, a indústria espera a inclusão de medidas efetivas de desoneração tributária na nova fase da política industrial”, diz a nota da CNI.
A alta nos juros também inibe o crédito para o setor produtivo. A contenção do crédito, no entanto, é uma dos objetivos do Copom, a fim de combater o superaquecimento da demanda e a inflação.

Copom define nova taxa de juros hoje


Diretores aumentaram taxa por quatro vezes seguida desde abril de 2010
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (20) a nova taxa básica de juros do país (a Selic). A reunião, que ocorre em duas etapas, começou ontem e terá seu desfecho hoje, quando os diretores do BC vão decidir se aumentam, abaixam ou mantêm a taxa atual, de 12,25% ao ano.
Na última reunião, que aconteceu no mês passado, a taxa foi aumentada pela quarta vez seguida e, na nota divulgada justificando a elevação, os diretores indicaram que novas altas ainda deveriam ocorrer neste ano.
Na ocasião, a inflação avançando e o cenário internacional "incerto" eram os principais argumentos dos diretores do BC para a alta - cenário que pouco se modificou até agora.
Os analistas financeiros apostam em aumento para 12,50% ao ano, ao contrário de empresários e trabalhadores que pedem a redução da taxa. Desde abril de 2010 ela não para de subir. Em março do ano passado, estava em 8,75% ao ano.
Isso ocorre por um único motivo: encarecer o crédito para diminuir o consumo e controlar a inflação. Nos últimos 12 meses até junho, os preços dos produtos e serviços ao consumidor brasileiro acumulam um aumento de 6,71% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O governo trabalha com uma meta de inflação de 4,5%, com uma "margem de segurança" que varia em até dois pontos, ou seja, de 2,5% até 6,5%. Sendo assim, a inflação já estourou o limite máximo e tem forçado o Banco Central a agir cada vez mais para controlar o consumo do brasileiro.
Segundo a pesquisa semanal do BC feita com analistas do mercado financeiro, a taxa vai subir ainda mais até o final do ano. Ainda há mais três reuniões além da realizada nesta semana (30 e 31 de agosto, 18 e 19 de outubro e 29 e 30 de novembro). Há quem fale que a taxa possa ficar entre 12,75% e 13% até dezembro.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Os coveiros do euro batem à porta da Itália


*Michael R. Krätke
 Foto Reprodução
Há muito tempo que os italianos não conseguem pontuações tão brilhantes no terreno econômico como as obtidas pelos alemães. Contudo, a sétima economia do mundo vive com isso tranquilamente. Enquanto os mercados financeiros não sofrerem um ataque de histeria e os bancos italianos seguirem comprando os bônus de seu Estado, a dívida resulta suportável. Desde o início da semana passada, porém, todos os acordos existentes até então perderam sua validade: as agências de classificação de risco repreenderam o país, os investidores fugiram apavorados, as ações dos grandes bancos romanos despencaram e o pânico tomou conta das bolsas. Os juros, os impostos sobre riscos e as taxas de retorno para os bônus do Estado italiano dispararam. Grécia, Portugal e Irlanda são pequenas iscas perto do peixe gordo que é a Itália que passou a figurar na alça de mira dos mercados financeiros.

Cerca de 1,84 bilhões de euros em bônus do Tesouro italiano estão atualmente em circulação. Em comparação, a Espanha, quarta economia da zona euro, conta somente com 0,65 bilhão de euros. Trata-se principalmente de credores italianos que emprestaram dinheiro à sua república. Só 262 bilhões de euros, menos de 15% desta dívida estatal, encontra-se na carteira de bancos estrangeiros, entre eles instituições francesas que, com bônus no valor de 98 bilhões, possuem a maior parte da dívida em mãos estrangeiras. Os bancos alemães têm muito menos: cerca de 36 bilhões. No entanto, sem eles, os Bad Banks limitam-se a ir guardando títulos podres. Assim, não há nenhuma razão para agitação. Até o final de 2011, contudo, devem ser financiados 177 bilhões de euros que, em 2012, serão cerca de 245 bilhões e até o final de 2014 alcançarão os 700 bilhões. Em vista dessas consideráveis obrigações financeiras, o ministro italiano das Finanças, Guilo Tremonti, começou a se preocupar com a possibilidade de os mercados financeiros começarem a apostar na alta.

Há, porém, poucos motivos para que se alimente o pânico: a Itália não está afetada por nenhuma crise imobiliária nem bancária, nem está, tampouco, superendividada como a Espanha. Para o governo em Roma, por mais louco que seja, o enorme desemprego de jovens segue sendo de longe um problema pior que o da dívida do Estado.

O recente programa de austeridade do ministro das Finanças – que recém assumiu o gabinete – contemplo um arrocho de 40 bilhões de euros que será prorrogado até depois das próximas eleições para o parlamento, em 2013, mas que representará pouco mais do que migalhas se os juros e taxas sobre o risco para os títulos italianos começarem a disparar como ocorreu nas semanas anteriores. Ainda que a Itália possa garantir nos próximos meses o pagamento de seus títulos, será só ao preço de acumular uma montanha de dívida que alcançará o céu.

Os fiadores da Europa só podem esperar que seus governantes vejam os sinais do incêndio que se avizinha e compreendam que a crise financeira está muito longe de ter terminado. A partir do momento em que a Itália se encontre na alça de mira dos credores e dos mercados internacionais, o tamanho de qualquer programa de resgate será incomensurável. A única libertação possível para os países da Europa está ao alcance da mão: os eurobônus devem agora competir com os bônus do Tesouro estadunidense de maneira eficaz. A zona euro necessita de uma política financeira, uma estrutura fiscal e um mercado comum para os títulos públicos; do contrário, pode ir despedindo-se do euro. Da retórica anti-crise de nossas elites, que de nada ajuda, só se aproveitam os estados anglo-saxões quebrados.

(*) Michael R. Krätke é membro do Conselho Editorial de SinPermiso.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook