sábado, 16 de julho de 2011

Igreja Universal incentiva criança a vender brinquedo para dar dinheiro à Igreja



Bispo da Universal incentiva criança a dar brinquedo à igreja

Uma criança de 9 anos é incentivada por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus a vender seus brinquedos e doar o dinheiro à igreja para que os pais parem de brigar. Enquanto isso, sua mãe é exorcizada no altar.

A cena ocorreu em culto da Universal em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, e está sendo exibida em vídeo no blog do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.

A Universal foi procurada ontem para comentar o vídeo, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.

No vídeo, o menino conta ao bispo Guaracy Santos que seus pais têm brigado com frequência. O bispo pergunta que sacrifício ele fará pelos pais. "Eu vou dar tudo que eu tenho", responde a criança. Guaracy devolve: "E o que é tudo que você tem?". "Brinquedo", diz o menino.

O bispo insiste: "Você vai vender?". A criança diz que sim, e Guaracy pergunta, referindo-se ao dinheiro: "Pra colocar onde?" "No altar", promete a criança.

Em seguida, sua mãe aparece em crises de convulsão, sendo segurada por um obreiro da Universal. O bispo diz que ela tem "o demônio" e "uma praga". Depois, incentiva a criança a se aproximar. "Vai lá perto e fala: acabou pra você, diabo."

E conclui: "Seja fiel, vende o que você tem. Tem fé pra isso? Vai na tua fé".

Especialistas disseram à Folha que, embora não haja um artigo que trate explicitamente do caso, o vídeo fere os princípios do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ao expor o menino a possíveis constrangimentos, mesmo com o rosto borrado.

Direito da criança
Ricardo Cabezón, presidente da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB-SP, diz que o recurso não impede que o menino seja identificado por conhecidos.

"A criança deve ser poupada. Se a própria mãe está numa situação de incapacitada, nas mãos de outra pessoa, não se pode pegar uma criança para que ela explique o que está se passando."

A advogada Roberta Densa, que dá aulas sobre o ECA, avalia que o bispo se aproveita da condição "vulnerável" da criança. "É uma situação de manipulação."

Para João Santo Carcan, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o papel da igreja, ao tomar conhecimento de um problema desses, seria entrar em contato com os órgãos públicos de assistência social. "Ali tratam a criança como instrumento de receita", diz.

O vídeo foi postado no YouTube e noticiado ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Até ontem tinha 571 comentários no blog de Macedo, a maioria de fiéis da Universal. Muitos elogiam a "valentia" do garoto.

Folha.com
Veja o vídeo em folha.com.br/po944258

A educação de mentira

Como o Brasil está trocando conhecimento por ideologia 


Por Gustavo Arja Castañon*
 
Dias trágicos estamos vivendo na educação pública brasileira. Notícias que chocam o cidadão leigo se sucedem dia após dia. Já acostumados a ver as crianças aprovadas automaticamente nas escolas, analfabetos funcionais se formando no segundo grau e o Brasil nos últimos lugares de todas as avaliações internacionais de educação, agora nos deparamos com novos absurdos. Nos chocamos com o fechamento autoritário das APAEs e do Benjamin Constant (IBC) instituições amadas e respeitadas em todo o Brasil, referências da educação inclusiva. Ficamos perplexos com a distribuição nas escolas de livros didáticos de má qualidade e forte conteúdo ideológico, como o livro de português que desvaloriza ideologicamente o uso correto da língua. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que todos esses absurdos tem uma fonte comum. Antes, seu poder de destruição não era claro. Agora, é.

Baixos salários sim, políticos demagogos sim, mas o que mais?

A desgraça da educação brasileira é sim, em grande medida, fruto dos baixos salários dos professores, o que provoca carência de quadros em disciplinas e fuga de grande parte dos mais capazes para outras profissões. Isso a gente já sabe.

Mas não é o baixo salário dos professores que aprova automaticamente, ensina que falar “os menino pega o peixe” é errado por causa do preconceito da classe dominante ou fecha as APAEs e o IBC contra a vontade e o interesse dos alunos e das famílias desesperadas.

Também não é somente o PT ou o PSDB ou o DEM, embora todos eles – todos – contra promessas de campanha promovam a aprovação automática para maquiar números de escolarização e nada façam contra o descalabro salarial e educacional.

A pedagogia do ressentimento

Vamos ser honestos. O que se degenerou no Brasil foi a pedagogia. Acusa-se às vezes, sem maiores análises, o construtivismo pedagógico e a pedagogia de Paulo Freire como responsáveis pela tragédia educacional brasileira. Mas o que esses acusadores não sabem (ou fingem não saber) é que nos grupos hegemônicos das faculdades de pedagogia não resta nada de Piaget, e de Freire, só a reverência.

Não, também não é o marxismo. Antes fosse. Se as faculdades de pedagogia tivessem sido tomadas pelo realismo materialista marxista nossas crianças estariam sendo doutrinadas, mas ao menos estariam aprendendo matemática e ciência moderna: física, química, biologia.

Pouco há no currículo dos cursos de pedagogia brasileiros que diga respeito ao termo. Técnicas de ensino e uso de novas tecnologias para a aquisição de habilidades como a leitura (que é uma técnica), são rotuladas de tecnicismo e desvalorizadas como instrumentos de destruição do senso crítico e da criatividade. Diagnóstico psicológico de dificuldades de aprendizado é demonizado como processo de estigmatização. Conhecimento científico psicológico básico sobre processos cognitivos (aprendizagem, memória, linguagem, percepção, pensamento) estão ausentes dos currículos por serem considerados instrumentos de perpetuação da ideia de indivíduo e de natureza humana. Conhecimento neurocientífico é ignorado por implicar prova da existência de capacidades inatas e condicionantes biológicas não sociais.

O que se estuda então a maior parte do tempo nos quatro anos de um curso de pedagogia e nos dois de licenciatura? Doutrinação. Variações pós-modernas e consequências de duas ideias irmãs: sociologismo (a negação do conceito de indivíduo e responsabilidade pessoal e a ideia de que todo conhecimento é uma construção social) e relativismo (a crença de que não existe verdade e que o conhecimento é ideologia).

Esterilizados pela ideia de que é verdade que não existe verdade, a maioria dos novos pedagogos se forma discursando contra a ciência moderna e contra todo tipo de avaliação (portanto, de reprovação). Para eles, como o sujeito é uma construção social, avaliações só serviriam ao propósito de dominação de classe e estigmatização do aluno pobre, impondo-lhe uma cultura “eurocêntrica” e “fabricando” seu fracasso escolar.

O relativismo epistêmico nega o valor que é o norte do conhecimento e da educação: a verdade. Quando afirma: ‘não há verdade válida para todos’, afirma que isso é verdade, e que é para todos. O relativismo é o dogmatismo mais ingênuo e danoso que existe, o dogmatismo inútil e ilógico de um dogma só, e que ainda assim, consegue se contradizer.

O casamento do ressentimento com a demagogia

Essas ideias falsas e rancorosas se casaram no Brasil com “administradores públicos” populistas que queriam maquiar os terríveis índices de evasão escolar, repetência e escolaridade média brasileiros, sem gastar um tostão a mais com educação. Os governos do PSDB em São Paulo, e de Garotinho e Cesar Maia no Rio, lideraram a disseminação da aprovação automática no Brasil.

Hoje vivemos o aprofundamento desse processo na educação básica com a gestão do PT. Apesar dos compromissos assumidos na campanha pela Presidente Dilma contra a aprovação automática, o MEC continua patrocinando este câncer sob o nome de “progressão continuada”. Faz isso porque se tornou refém dos grupos que exigem o aprofundamento dessas políticas, e controlam o sistema de confecção de livros didáticos e “políticas inclusivas” (para eles, o fechamento do IBC e das APAEs).

Porque as APAEs e o Benjamin Constant são inimigos?

As APAEs e o IBC existem para transmitir conhecimento (portanto emancipar) a pessoas com deficiências, concentrando nossos escassos recursos materiais e humanos. Mas para a pedagogia do ressentimento elas são inimigas, porque fabricariam a exclusão ao separar crianças do convívio social legitimando a ideia de que são diferentes. Como se a falta de visão, audição e paralisia cerebral fossem construções sociais e não fatos biológicos.

Para resolver isso, querem arrancá-las de professores e ambientes físicos altamente especializados e do convívio e socialização com outras crianças que tem as mesmas experiências. Mas o que é mais incrível: querem atirar crianças cegas, surdas ou com paralisia cerebral em classes comuns, entre crianças comuns (com a crueldade comum da idade), entregando crianças que precisam se comunicar em libra e ler em braile na mão dos mesmos professores que não conseguem ensinar Português a adultos. É a exclusão em nome da inclusão.

E o pior é que todos sabem disso. O MEC sabe disso. Os políticos sabem disso. Você sabe disso. E ninguém, à exceção das famílias desesperadas dessas crianças, está fazendo nada para evitar esse crime.

Nossa covardia e omissão nos levaram à ruína. E agora?

Nós sabemos que essa antipedagógica, esse anarquismo pedagógico, nos levou à ruína. Sabemos que um diploma público ginasial não atesta mais nem que a pessoa sabe ler ou somar. A educação brasileira tem um dos piores resultados por recurso investido do mundo.

Antes de executar ações para reverter esse quadro, temos que deter sua piora. Se você concorda com alguma coisa que foi dita aqui, por amor a nossas crianças, faça alguma coisa. Assuma o desgaste. Se exponha. Combata a desconstrução em sua escola e em sua universidade. Divulgue este artigo. Escreva o seu. Participe das reuniões de pais. Impeça o fechamento das APAEs e do IBC. Lute pelo fim da aprovação automática. Pressione seu deputado. Pare de falar mal do Brasil no bar e assuma sua responsabilidade.

Não podemos mais lavar nossas mãos enquanto a educação pública brasileira se transforma numa atividade de doutrinação, psicoterapia ineficaz e lazer. Não podemos nos omitir enquanto o futuro de nossas crianças está entregue a uma legião de Pôncios Pilatos que, diante da realidade da desgraça educacional brasileira, lavam de suas mãos os restos do futuro de nossas crianças e perguntam cinicamente: “O que é a verdade?”.

 





*Gustavo Arja Castañon é doutor em Psicologia e professor de Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora.
http://quemtemmedodademocracia.com/colunas/non-abbiate-paura/a-educacao-de-mentira/

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Rajadas de Política


Não haverá acordo
Fonte: Google
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, não vai fazer acordo com o senador Roberto Requião (PMDB) para que os dois processos que movem contra o peemedebista sejam suspensos. A decisão foi comunicada hoje (14) pelo ministro a seus advogados. A resposta deve ser protocolada no Supremo Tribunal Federal, onde Requião formalizou a proposta. O ministro está processando Requião por conta da denúncia de que ele teria tentado superfaturar a construção de um ramal ferroviário no Paraná, feita numa das reuniões da extinta Escola de Governo. O governador também acusou Bernardo de ter recebido dinheiro do ex-prefeito de Londrina, Antônio Belinati e de ter usado "laranjas" para comprar uma rádio no interior do estado.

Barril de pólvora
Fonte: Google
O líder do PSDB no Senado Federal, Álvaro Dias  (PSDB), fez apelo para que o Itamaraty intervenha nos conflitos que estão ocorrendo na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, especialmente em áreas agrícolas de propriedade de brasileiros, chamados de “brasiguaios”. Segundo o tucano, há algum tempo títulos falsos foram entregues para obtenção de créditos em um banco. Como o banco decretou falência, esses mesmos títulos foram recolhidos pelo Banco Central do país, que os levou a um leilão em praça pública. “Quem adquiriu esses títulos falsos agora invade as propriedades e tentar desalojar os verdadeiros proprietários, geralmente “brasiguaios”. Se o governo não defende esses brasileiros, não sei mais quem esse governo defende”, afirmou Álvaro, que está propondo uma audiência pública para debater a questão na Comissão de Direitos Humanos ou de Relações Exteriores.

Com novo recurso
Fonte: Google
O ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli continua usando de recursos jurídicos para tentar fugir do júri popular, decisão confirmada recentemente pelo Tribunal de Justiça. Os advogados do ex-deputado apresentaram o recurso embargo de declaração, que visa rever a decisão dos desembargadores. O relator do caso é o desembargador Naor Macedo Neto, que está com o processo em mãos. Caso venha a perder, Carli continuará recorrendo, desta vez ao Superior Tribunal de Justiça. Com isso, a decisão sobre o caso se arrasta e já é pouco provável a realização de um júri popular no segundo semestre deste ano, conforme se previa. Carli Filho é acusado de duplo homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de produzir o resultado. Ele se envolveu em um acidente de trânsito, em maio de 2009, no bairro do Mossunguê, que vitimou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida.

O irmão ficará
Fonte: Google
Em função do ocorrido e sob a ameaça de perder o mandato, Carli renunciou à Assembléia Legislativa. No ano passado, a família lançou o irmão Bernardo (PSB), que ficou na primeira suplência mas assumiu a Assembléia com a licença de Osmar Bertoldi (DEM), que agora vai continuar fora já que ocupará a Secretaria Especial da Habitação do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci.



Como um desastre
Fonte: Google
Em comentário ontem na rádio CBN, a cientista política Lúcia Hipolito classificou como “um desastre” para o PSDB a saída do ex-deputado Gustavo Fruet do partido. “O PSDB já não vai bem de quadros e o Gustavo Fruet era um dos melhores quadros jovens do PSDB”. A jornalista criticou ainda a postura do governador Beto Richa, em não abrir espaço para a candidatura de Fruet à prefeitura, por conta de um suposto acordo com o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), e previu que isso poderá trazer graves prejuízos para os tucanos. “Fruet deve ir para o PDT, e provavelmente terá o apoio dos partidos de oposição. E o PSDB que já é um partido pequeno, acaba de perder um de seus melhores quadros, não só em termos locais, em termos nacionais, porque Fruet era uma das esperanças de renovação da política brasileira”, avaliou.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Trabalhadores têm direito a R$800 mi em fundo antigo

 
Quem declarou Imposto de Renda entre 1967 e 1981 e aplicou no Fundo 157 pode ter dinheiro a receber; saiba como fazer a consulta
O trabalhador que declarou Imposto de Renda entre 1967 e 1981 e aplicou parte do imposto no fundo de investimento, batizado de 157, pode ter um dinheiro extra à sua espera. De acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão do governo que regula o mercado financeiro, ainda existem cerca de 3,4 milhões de aplicações que somam R$ 800 milhões para resgate por parte dos aplicadores.
Entre as explicações para a falta de procura pelos rendimentos, especialistas apontam esquecimento por parte do trabalhador e até mesmo morte do titular da aplicação. Porém, nos casos de falecimento do cotista, o representante do espólio pode recuperar o dinheiro.
Naquela época, a Receita Federal permitiu que trabalhadores investissem parte dos vencimentos retidos pelo Leão no fundo de ações. O Fundo 157 foi extinto em 1985, mas os contribuintes não sacaram o dinheiro. Os recursos ficaram aplicados em um banco indicado pelo próprio cotista.
É bem provável que o trabalhador com mais de 50 anos tenha dinheiro a receber. Quem lembrar em qual banco efetuou a aplicação deve procurá-lo e solicitar o resgate. É preciso levar comprovante de identidade, CPF e comprovante de residência.
Quem não lembra se fez a aplicação, mas quer fazer a consulta, deve acessar o site www.cvm.gov.br, no link “Consulta Fundo 157”. Basta inserir o CPF para saber se tem cotas para resgate e em qual banco está depositada. As informações são baseadas em dados de abril de 1996, fornecidos pelos bancos. Quem sacou depois desse período não tem mais direito. Mais informações também podem ser obtidas pelo 0800 722 5354.
A CVM alerta ainda quanto a oportunistas. Pessoas mal intencionadas que procuram cotistas se apresentando como intermediários para o saque e chegam a cobrar pela “assessoria”. O órgão esclarece que ninguém está autorizado a fazer qualquer intermediação.
CVM alerta para falsos agentes intermediários
Quem tem direito a sacar os rendimentos do Fundo 157 deve ficar atento para não cair em golpes. A CVM alerta que ninguém está autorizado a intermediar o resgate da aplicação. Tudo porque alguns golpistas que se apresentam como representantes da entidade cobram para “auxiliar” o cotista no processo.
O órgão esclarece que, para retirar o dinheiro, o trabalhador não precisa fazer depósito prévio em conta corrente que seria utilizado para pagamento de impostos ou taxas referente à operação. Ainda de acordo com a CVM, somente o próprio cotista ou representante legal pode resgatar as contas do Fundo 157.
Por admin • jul 4th, 2011 • Categoria: Seu Bolso







quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pagot diz que está sendo grampeado


Após um depoimento de cerca de oito horas na Câmara, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, revelou nesta quarta-feira que está sendo vítima de grampo e cobrou investigação da Polícia Federal.
Segundo ele, no último dia 5, uma pessoa que não quis se identificar lhe telefonou dando detalhes de conversas pessoais e profissionais que teve em seus dois telefones nos últimos dois anos.
- Fiquei estupefato - declarou Pagot, acrescentando que, se os deputados querem a quebra de seus sigilos telefônico, fiscal, bancário e de e-mail, na prática, isso já está acontecendo.
Repetindo sua conduta do dia anterior, quando depôs no Senado, Pagot evitou o confronto com o governo e líderes petistas nesta quarta-feira e fez lobby para continuar no cargo. Ele disse que quer continuar o seu trabalho no Dnit, mas para isso será necessária uma longa conversa com a presidente Dilma Rousseff.
- É claro que tenho esperança de poder continuar.
O diretor-geral afirmou serem necessárias mudanças estruturais no departamento, como o aumento da quantidade de funcionários e melhoria nas condições de funcionamento.
- Como é que eu posso viver sob o jugo do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados)? - questionou, reclamando que não raro o órgão leva oito dias para resolver um problema.

Siga o blog Dag Vulpi

A presidente em seu labirinto

 

 Luiz Antônio Pagot é uma bomba com alto poder destrutivo, comprovou o artigo do jornalista Ricardo Noblat publicado na seção Feira Livre.
O detonador não foi acionado durante o depoimento no Senado nesta terça-feira. Mas o petardo não foi desativado, avisam os recados em código embutidos no falatório de cinco horas. Demitido há 10 dias pelo então ministro Alfredo Nascimento, por ordem da presidente Dilma Rousseff, Pagot lembrou mais de uma vez que continua na direção geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Em vez de esvaziar o gabinete, resolveu desafiar a chefe de governo com a ideia de sair de férias.
“Se nada for provado contra ele durante as férias, acho que a presidente deveria mantê-lo no cargo”, emendou o senador Blairo Maggi, que apadrinhou a nomeação de Pagot para o comando do DNIT. Dilma já bateu em retirada ao aceitar que o PR seguisse controlando o Ministério dos Transportes.
Se ceder à chantagem, revogar uma decisão irrevogável e devolver ao empregão o vigarista atrevido, terá renunciado no sétimo mês do mandato ao exercício efetivo da chefia de governo. Se resistir aos chantagistas e consumar a demissão do pecador, poderá precipitar a detonação da bomba suficientemente poderosa para reeditar o escândalo do mensalão.
Os quadrilheiros do PR não são as únicas criaturas do pântano que começa no Ministério dos Transportes e pode terminar no caixa da campanha presidencial de 2010. Nele também chafurdam figurões de partidos alugados, Altos Companheiros do PT, cardeais do Congresso e ministros de Estado.
Por conhecer as abjeções com as quais divide o vasto território, por saber quem são e o que fizeram, Pagot pode acabar escancarando o mensalão de Dilma. A reedição mal paginada de Roberto Jefferson talvez seja menos letal que a matriz. Mas a sucessora é muito mais frágil que Lula.
Ambas de altíssimo risco, as opções oferecidas atestam que Dilma foi confrontada mais cedo do que se imaginava com o monstro gerado por oito anos de patifarias toleradas ou estimuladas pelo governo. Primeiro como ministra, depois como principal parceira de Lula na construção do Brasil Maravilha, ajudou a institucionalizar a impunidade dos bandidos de estimação ─ muitas vezes como cúmplice, outras tantas como protagonista.
Quem se mete com uma Erenice Guerra, por exemplo, não escapa da péssima companhia sem pecados a omitir, sem cadáveres trancados no armário. Acuados, os integrantes de alianças forjada no esgoto da política brasileira se lembrarão subitamente da fábrica de dossiês, da conversa com Lina Vieira, das bandalheiras promovidas por Erenice e seus filhotes.
Dilma é prisioneira de aliados fora-da-lei e do próprio passado. O Brasil é governado por uma presidente em seu labirinto.

Por: Blog de Augusto Nunes Siga o blog Dag Vulpi
Veja o blog Dag Vulpi

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook