A presidenta
da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), disse
hoje (28) que foi comunicada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de
que ele apresentará, até terça-feira (3), a defesa do governo após a rejeição
das contas do governo Dilma Rousseff em 2014 pelo Tribunal de Contas da
União (TCU).
“Tomei
conhecimento agora há pouco e já comuniquei à comissão. O ministro Nelson
[Barbosa] nos comunicou que terça-feira apresentará a defesa do governo na
própria comissão”, disse a presidenta.
Depois que o TCU
encaminhou ao Congresso o acórdão, o presidente do Parlamento, senador Renan
Calheiros (PMDB-AL), abriu prazo de 45 dias para que o governo apresente nova
defesa antes que o processo siga para a CMO. A concessão de prazo para defesa
prévia contrariou a senadora Rosa, que gostaria que a argumentação do governo
fosse apresentada diretamente à comissão.
Por isso, ela
e outros membros da CMO levaram a Renan um requerimento solicitando que o
processo seja imediatamente encaminhado à comissão para que comece a tramitar.
“Essa comissão tem uma data [para concluir os trabalhos] até março do ano que
vem. Quando você insere nesse contexto um prazo de mais 45 dias não requerido
por ninguém, você encurta a vida do trabalho da comissão e tira dela a
competência de fazer aquilo que está determinado pelo Regimento e pela
Constituição Federal”, disse Rose.
A senadora
disse que a intenção da comissão é entregar ao presidente um documento assinado
por todos os líderes. “Acredito que ele não tenha feito com o intuito de
desrespeitar a comissão, mas talvez de ajudar ao governo, mas prejudica
sobremaneira o trabalho da comissão”, disse.
A presidente
da CMO acredita que o fato de o ministro anunciar a entrega da defesa na
próxima semana – o que significa que em seguida o processo poderá seguir para a
comissão – não torna o requerimento inócuo. Na opinião dela, o documento
pressiona para que o processo seja repassado o mais rápido possível. Caso isso
não ocorra, os parlamentares que compõem a CMO ameaçam ir ao Supremo Tribunal
Federal.
“Só vai ao STF
se chegar ao limite da exaustão das nossas propostas e do desrespeito que não é
o procedimento do presidente Renan. Vamos esperar terça-feira que é o limite de
tudo”, concluiu a senadora.