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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Papa implora pelo fim de conflitos no Iraque e na Síria


Da Agência Ansa

Ao lado do patriarca da Igreja Assíria do Oriente, Gewargis III, o papa Francisco implorou pelo fim dos conflitos que atingem o Iraque e a Síria há mais de cinco anos.

"Imploro pelo fim da violência horrível dos sangrentos conflitos, que nenhuma motivação pode justificar ou permitir [...] contra milhares de crianças inocentes, mulheres e homens", disse o pontífice lembrando dos "nossos irmãos e irmãs cristãos, além de diversas minorias religiosas e étnicas, que infelizmente se habituaram a sofrer cotidianamente grandes provações".

Esse é mais um dos apelos do líder católico para o fim da violência no Oriente Médio. Em setembro, ao condenar a série de ataques, o papa destacou que os responsáveis pelos bombardeios deverão prestar contas de seus atos diante de Deus.

Por sua vez, o líder máximo da Igreja Assíria sugeriu "a convocação de um encontro internacional de todos os patriarcas e primazes das igrejas apostólicas a fim de estudar e entender como e porque similares e inúmeras tragédias estão ocorrendo na região do Oriente Médio".

"Como todos bem sabemos, a condição das nossas antigas comunidades cristãs no Iraque provocou o deslocamento forçado de milhares de pessoas: mulheres, crianças e idosos que deixaram as suas casas e continuam a mudar-se incessantemente, de cidade em cidade, de vilarejo em vilarejo, em busca de uma vida segura", acrescentou Gewargis III.

A Igreja Assíria do Oriente tem várias denominações e se aproxima da Igreja Católica desde o pontificado de João Paulo II. Com cerca de 400 mil seguidores, foi criada com base na antiga Babilônia e nos preceitos de São Tomé.

Síria é “laboratório de crueldades”

Após o encontro com o líder dos assírios, o papa Francisco se reuniu com membros da Organização Não Governamental católica Caritas e disse que o que ocorre na Síria, tanto pelo lado dos extremistas como dos países que bombardeiam a nação, é um "laboratório de crueldades".


"Pensemos na Síria. Entraram tantos ali. As potências internacionais, gente da Síria, mas cada um pensa só em seu interesse, nenhum busca a liberdade de um povo. Não há amor, não há ternura. Há crueldade, pois onde não há ternura há sempre crueldade e o que ocorre hoje na Síria é crueldade, um laboratório de crueldades", disse o papa aos líderes da entidade assistencialista.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Papa Francisco diz que Igreja deve pedir desculpas aos homossexuais




Da Agência Ansa 

O papa Francisco disse no último domingo (26) que a Igreja deve pedir desculpas aos homossexuais pela forma com que foram tratados todos estes anos.

Em conversa com jornalistas a bordo do avião papal, quando voltava de uma visita de três dias à Armênia, Francisco voltou a dizer que se a pessoa "tem boa vontade e que busca Deus, quem somos nós para julgá-la?".

"Os cristãos devem pedir perdão por ter acompanhado tantas decisões equivocadas", disse, quando foi questionado se está de acordo com o cardeal Reinhard Marx, que declarou que a Igreja Católica deve pedir desculpas à comunidade gay por tê-la marginalizado.

"Eu creio que a Igreja não só deve pedir desculpa a essa pessoa que é gay e que ofendeu, mas também deve pedir desculpas aos pobres, às mulheres e às crianças exploradas no trabalho. Deve pedir desculpas por ter abençoado tantas armas", acrescentou.

Em 2013, na viagem de regresso a Roma após visitar o Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o papa Francisco chamou a atenção da imprensa mundial ao se referir pela primeira vez como Pontífice sobre o tema. "Se uma pessoa é gay e procura Jesus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas. Elas devem ser integradas à sociedade", declarou na ocasião.

sábado, 14 de novembro de 2015

Papa Francisco diz que ataques não têm justificativas religiosa ou humana

O papa Francisco disse hoje (14) que os atentados terroristas de Paris "não têm justificação religiosa ou humana". "Isto não é humano", destacou o papa em declaração ao canal de televisão TV200, da Conferência Episcopal Italiana.

"Estou comovido... Não entendo essas coisas feitas por seres humanos. Por isso, estou comovido e rezo", acrescentou Francisco por telefone.

"Sinto-me muito próximo do povo francês, tão amado. Estou próximo dos familiares das vítimas e rezo por todos eles."

Questionado sobre se os ataques são uma amostra da "guerra mundial aos pedaços" a que ele tem se referido frequentemente, Francisco afirmou que "este é um pedaço". Segundo ele, não há justificativas para essas coisas.

Numa mensagem enviada antes ao arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, Francisco tinha condenado vigorosamente os atentados e disse que "a violência não pode resolver nada".

Pelo menos 127 pessoas morreram e 180 ficaram feridas, 80 dos quais em estado crítico, nos diversos atentados de ontem (13) à noite em Paris, de acordo com fontes policiais francesas.

A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controle de fronteiras após os ataques classificados pelo presidente François Hollande como “ataques terroristas sem precedentes.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Papa "está determinado" em avançar com reformas na Igreja


O papa Francisco "está determinado" em avançar com as reformas na Igreja, depois do extravio de documentos sobre escândalos financeiros no Vaticano. A informação é do "número três" da Igreja Católica, Angelo Becciu.

"Avancemos com serenidade e determinação", afirmou Jorge Bergoglio, de acordo com informação publicada na conta de Angelo Becciu na rede social Twitter, após o novo escândalo de extravio de documentos confidenciais sobre desvio de fundos destinados aos pobres e doentes, para financiar o estilo de vida luxuoso de alguns cardeais. O escândalo ficou conhecido como Vatileaks 2.

"Estive com o papa. As suas palavras foram: avancemos com serenidade e determinação", escreveu Becciu, substituto da Secretaria de Estado do Vaticano para Assuntos Gerais.

O secretário-geral da Conferência dos Bispos Italianos, Nunzio Galantino, disse à cadeia TV2000 que o papa deve estar se sentindo traído no episódio que levou à detenção, neste fim de semana, de dois suspeitos de extraviar informações e documentos: o religioso espanhol Lucio Angel Vallejo Balda, de 54 anos, e uma perita italiana, Francesca Chaouqui, de 33.

"Coloco-me no lugar do papa. Nenhum filho da Igreja pode ficar indiferente perante estes ataques", disse Galantino, sublinhando que "algumas pessoas têm claramente medo do processo de reformas que o papa está realizando".

Vallejo Balda continua detido, enquanto Francesca voltou a ser interrogada hoje, depois de ter sido liberada ao garantir que vai cooperar com as autoridades. De acordo com a imprensa italiana, foram roubados dados do computador do controlador-geral de finanças do Vaticano, o italiano Libero Milone.

Libero Milone, nomeado pelo papa Francisco em 5 de junho passado para a reforma das finanças, está encarregado de uma auditoria das contas do conjunto das administrações do Estado do Vaticano.

Duas obras que vão ser publicadas em breve e prometem revelações sobre os casos financeiros do Vaticano são assinadas pelos jornalistas Emiliano Fittipaldi, do jornal L'Espresso, e Gianluigi Nuzzi, da Mediaset.

As publicações das obras remetem ao escândalo do sumiço de documentos, denominado Vatileaks, que marcou o fim do pontificado de Bento XVI, em 2012. As informações foram reunidas e publicadas pelo jornalista Gianluigi Nuzzi.

No comunicado, o Vaticano faz referência ao Vatileaks e sublinha a "grave traição de confiança" do papa, não excluindo a possibilidade de um processo pelo tribunal do Vaticano.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Jornal diz que papa Francisco está com câncer; Vaticano desmente


O papa Francisco, de 78 anos, estaria com um tumor benigno no cérebro, de acordo com uma reportagem publicada nesta quarta-feira (21) pelo jornal italiano Quotidiano Nazionale.

Segundo o jornal, o papa foi diagnosticado com uma mancha escura no cérebro e está sendo assistido pelo médico japonês especialista em tumores e aneurismas Takanori Fukushima, da Duke University Medical Center, nos Estados Unidos. De acordo com a notícia, o médico descartou a necessidade de uma intervenção cirúrgica, dizendo que o câncer pode ser curado com tratamentos.

O Vaticano desmentiu a notícia e a considerou "gravemente irresponsável". "O papa está desenvolvendo, como sempre, sua atividade intensiva. A difusão da notícia é infundada e gravemente irresponsável. Não merece atenção", disse o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

Mais tarde, o porta-voz desmentiu, pela segunda vez, a notícia de que Francisco estaria com um tumor cerebral benigno. "Confirmo completamente a declaração que já dei. Faço isso depois de verificar a informação com fontes confiáveis, inclusive o papa", afirmou Lombardi. "Nenhum médico japonês veio visitar o papa no Vaticano e não foram feitos exames", concluiu.
De acordo com apuração da Ansa, Fukushima esteve na Itália no fim de janeiro, provavelmente para atender o pontífice. Na ocasião, um helicóptero oficial da Santa Sé com especialistas em câncer teria partido da clínica San Rossore, perto de Pisa, com destino ao Vaticano.

Lombardi negou que um helicóptero tenha pousado no Vaticano com médicos e especialistas. "Posso confirmar que o papa goza de boa saúde", declarou o porta-voz. "Reafirmo que a publicação da notícia é um grave ato de irresponsabilidade, absolutamente injustificado."

Em um editorial publicado ao lado da notícia principal sobre o suposto tumor de Francisco, o diretor do jornal, Andrea Cangini, confirmou a informação e explicou que o diário demorou para divulgar o fato para, justamente, garantir sua veracidade.

"Desmentir a notícia é uma atitude compreensível e já era esperada. Demoramos para publicar a notícia para podermos verificar todo o caso. Não temos a menor dúvida. Nós nos questionamos seriamente se deveríamos publicá-la e concluímos que aquilo que vale para um chefe de Estado ou de Governo, vale também para o papa. A enorme responsabilidade pública que essas personalidades carregam nos leva a acreditar que o direito à privacidade é menos importante que o direito da opinião pública de ser informada", argumentou Cangini.

Nesta quarta-feira, Francisco celebrou a tradicional audiência geral na Praça São Pedro, no Vaticano, para cerca de 30 mil pessoas.

Coincidentemente, o pontífice citou um de seus antecessores, João Paulo II, e destacou que é necessário "carregar com alegria a cruz da doença". "Caros jovens, que o testemunho de vida [de João Paulo II] seja um exemplo para os seus caminhos. Caros enfermos, carreguem com alegria a cruz do sofrimento, como ele nos ensinou", afirmou o líder da Igreja Católica, referindo-se a João Paulo II, que sofreu durante anos com problemas de saúde, quedas e uma tentativa de assassinato.

Francisco não se referia, entretanto, a seu próprio estado de saúde. O papa leu um texto que havia sido preparado anteriormente para a audiência, por ocasião do dia da memória litúrgica de João Paulo II, primeiro papa polonês, canonizado em abril de 2014 e que é celebrada amanhã (22).

O argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito líder da Igreja Católica em março de 2013, após a histórica renúncia do antecessor, Bento XVI. Em diversas ocasiões, Francisco disse acreditar que seu pontificado seria curto e que não descartava a hipótese de abandonar o posto.

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