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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Veja deverá deixar de ser panfleto para ser uma revista propriamente dita

O colunista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, acredita que, após mudanças na Abril, a revista Veja terá nova linha editorial sob o comando de Fabio Barbosa – pela primeira vez sem um Civita.

O derramamento de sangue nos altos escalões da Abril na ÚLTIMA segunda-feira não surpreendeu.

O novo presidente executivo da editora Abril, Alexandre Caldini, foi para lá para comandar o desmantelamento da divisão de revistas.

Sobrarão, com o massacre da internet, quatro ou cinco títulos, e bem diminuídas, num espaço de poucos anos.

E a Abril tem ainda uma estrutura feita para produzir dezenas de revistas que quase ninguém mais quer ler e nas quais cada vez menos anunciantes estão dispostos a anunciar.

Demissões, fechamento de revistas, cortes de custos desesperados – este é o futuro da Abril.

Então, não há surpresa nas dispensas de hoje.

O que chama a atenção é que, pelo comunicado interno da Abril, pela primeira vez a redação da Veja vai responder a alguém que não seja um Civita.

Ao executivo Fabio Barbosa, presidente da Abril Mídia, responderá o diretor de redação da Veja, Eurípides Alcântara.

O fundador da Abril, Victor Civita, controlou a Veja nos primórdios, ao lado do filho Roberto. Depois, ainda vivo, o patriarca entregou tudo a Roberto.

Morto Roberto, num primeiro momento a Veja esteve sob a supervisão do filho caçula de Roberto, Victor Civita Neto.

São previsíveis duas coisas sob Barbosa.

Primeiro, um forte ajuste nas despesas da revista. Sob a proteção de Roberto, um apaixonado sem limites pela Veja, a revista virtualmente passou ao largo das demissões ocorridas nos demais títulos da Abril.

A Veja tem cinco redatores-chefes, uma extravagância que nem a Time nos anos de ouro das revistas semanais de informações ousou cometer.

Barbosa chega sem os compromissos de Roberto Civita – herdados pelos filhos – com as pessoas-chave da Veja.

Não deve estar nada fácil o clima na revista. Na realidade de hoje – publicidade e circulação em queda livre – uma redação do porte da Veja não se sustenta.

A segunda mudança previsível é na linha editorial da revista.

Fábio Barbosa, ao longo de sua carreira, se caracterizou por posições muito mais progressistas – ou menos radicais no campo da direita — do que o que se lê na Veja.

Era conhecido por suas posições a favor da sustentabilidade, por exemplo – coisa que para a Veja é bobagem de esquerdistas interessados em atrapalhar o capitalismo.

A Veja acabou se transformando num depósito do pensamento ultradireitista de Olavo de Carvalho, nela representado por nomes como Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Felipe Moura Brasil e Lobão, para citar uns poucos entre tantos.

Barbosa, pode-se imaginar, tentará reconduzir a Veja para o terreno que ela ocupou nos anos 1980, quando era considerada a melhor escola de jornalismo do Brasil.

Isso significa dar a ela feições liberais, pró-livre iniciativa, ao estilo americano – mas sem babar.

Significa também deixar de ser panfleto para ser uma revista propriamente dita.

No mundo, há um exemplo que pode servir de modelo: a inglesa Economist. É uma revista de centro-direita que faz um jornalismo sério, de alto nível.

Modelo, há.

O que é difícil é recuperar a credibilidade destruída nos últimos anos por um jornalismo panfletário, manipulador e inconsequente.

De toda forma, vai ser interessante observar o comportamento da revista nas próximas semanas.

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Colunista sugere ação do MP para explicar 'fenômeno' Delúbio


Fernando Rodrigues diz que ex-tesoureiro do PT é uma potência, já que conseguiu mais apoio financeiro na internet do que Dilma Rousseff e Marina Silva juntas e que “seria útil o Brasil conhecer como funciona esse fascinante novo fenômeno de benemerência na política”

Por Fernando Rodrigues na Folha de S.Paulo
Delúbio é uma potência
BRASÍLIA - Delúbio Soares é uma potência. Conseguiu mais apoio financeiro na internet do que Dilma Rousseff e Marina Silva juntas.

O ex-tesoureiro do PT, agora cumprindo pena após ter sido condenado no mensalão, lançou uma campanha on-line para pagar sua multa de R$ 466.888,90. Abriu um site na internet e entesourou R$ 1.013.657,26. Num dia apenas entraram cerca de R$ 600 mil na conta delubiana.

Merval volta e vê deuses ao lado de Campos


Colunista do Globo diz que apagão ocorrido quase ao mesmo tempo em que presidenciável do PSB apresentava o primeiro esboço de seu programa de governo parecia dar razão a Campos quando ele afirmava que o governo saiu dos trilhos

O colunista do Globo Merval Pereira relacionou o apagão às críticas de Eduardo Campos ao governo Dilma Rousseff. Segundo ele, os deuses devem estar ao lado do presidenciável do PSB por acidente ter ocorrido quase ao mesmo tempo do lançamento de seu programa de governo. Leia: 
Luz e sombras
Os deuses parecem estar ao lado do governador Eduardo Campos. Quase ao mesmo tempo em que ele apresentava o primeiro esboço do que será o seu programa de governo caso vença a eleição para a Presidência da República em outubro, um apagão de grandes proporções tomou conta de boa parte do país, deixando mais de três milhões de unidades consumidoras sem energia.

sábado, 30 de março de 2013

Do golpe militar às Diretas-Já

Por Altamiro Borges
Do Blog do Miro
O golpe militar de 1964 serviu aos interesses – ideológicos, políticos e empresariais – dos barões da mídia. Com exceção do Última Hora, os principais jornais, revistas, emissoras de TV e rádio participaram da conspiração que derrubou João Goulart. O editorial da Folha de S.Paulo de 17 de fevereiro de 2009, que usou o neologismo “ditabranda” para qualificar a sanguinária ditadura, ajudou a reavivar esta história sinistra – além de resultar num manifesto de repúdio com 8 mil adesões de intelectuais e na perda de mais de 2 mil assinantes. Afinal, não foi apenas a Folha que clamou pelo golpe. Vários livros documentaram a participação ativa da mídia, inclusive listando veículos e jornalistas a serviço dos golpistas [9]. Os editoriais da época escancararam essa postura ilegal. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Como se manipula a informação

Não é de hoje que vários pensadores sérios estudam o mecanismo da manipulação da informação na mídia de mercado. Um deles, o linguista Noam Chomsky, relacionou dez estratégias sobre o tema. Confira meu artigo sobre esse tema, intitulado: “A mídia molda a opinião pública e o chicote o asno”.

Na verdade, Chomsky elaborou um verdadeiro tratado que deve ser analisado por todos (jornalistas ou não) os interessados no tema tão em voga nos dias de hoje em função da importância adquirida pelos meios de comunicação na batalha diária de “fazer cabeças”.

Vale a pena transcrever o quinto tópico elaborado e que remete tranquilamente a um telejornal brasileiro de grande audiência e em especial ao apresentador.

O tópico assinala que o apresentador deve “dirigir-se ao público como criaturas de pouca idade ou deficientes mentais. A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantil, muitas vezes próxima da debilidade, como se o espectador fosse uma pessoa de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantil”.

E prossegue Chomsky indagando o motivo da estratégia. Ele mesmo responde: “se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, por razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos”.

Alguém pode estar imaginando que Chomsky se inspirou em William Bonner, o apresentador do Jornal Nacional que utiliza exatamente a mesma estratégia assinalada pelo linguista.

Mas não necessariamente, até porque em outros países existem figuras como Bonner, que são colocados na função para fazerem exatamente o que fazem, ajudando a aprofundar o esquema do pensamento único e da infantilização do telespectador.

De qualquer forma, o que diz Chomsky remete a artigo escrito há tempos pelo professor Laurindo Leal Filho depois de ter participado de uma visita, juntamente com outros professores universitários, a uma reunião de pauta do Jornal Nacional comandada por Bonner.

Laurindo informava então que na ocasião Bonner dissera que em pesquisa realizada pela TV Globo foi identificado o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se, segundo Bonner, que “ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como o BNDES, por exemplo. Na redação o personagem foi apelidado de Homer Simpson, um simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão do mundo”.

E prossegue o artigo observando que Homer Simpson “é pai de família, adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja, é preguiçoso e tem o raciocínio lento”.

Para perplexidade dos professores que visitavam a redação de jornalismo da TV Globo, Bonner passou então a se referir da seguinte forma ao vetar esta ou aquela reportagem: “essa o Hommer não vai entender” e assim sucessivamente.

A tal reunião de pauta do Jornal Nacional aconteceu no final do ano de 2005. O comentário de Noam Chomsky é talvez mais recente. É possível que o linguista estadunidense não conheça o informe elaborado por Laurindo Leal Filho, até porque depois de sete anos caiu no esquecimento. Mas como se trata de um artigo histórico, que marcou época, é pertinente relembrá-lo.

De lá para cá o Jornal Nacional praticamente não mudou de estratégia e nem de editor-chefe. Continua manipulando a informação, como aconteceu recentemente em matéria sobre o desmatamento na Amazônia, elaborada exatamente para indispor a opinião pública contra os assentados.

Dizia a matéria que os assentamentos são responsáveis pelo desmatamento na região Amazônica, mas simplesmente omitiu o fato segundo o qual o desmatamento não é produzido pelos assentados e sim por grupos de madeireiros com atuação ilegal.

Bonner certamente orientou a matéria com o visível objetivo de levar o telespectador a se colocar contra a reforma agrária, já que, na concepção manipulada da TV Globo, os assentados violentam o meio ambiente.

Em suma: assim caminha o jornalismo da TV Globo. Quando questionado, a resposta dos editores é acusar os críticos de defenderem a censura. Um argumento que não se sustenta.

A propósito, o jornal O Globo está de marcação cerrada contra o governo de Rafael Correa, do Equador, acusando-o de restringir a liberdade de imprensa. A matéria mais recente, em tom crítico, citava como exemplo a não renovação da concessão de algumas emissoras de rádio que não teriam cumprido determinações do contrato.

As Organizações Globo e demais mídias filiadas à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) raciocinam como se os canais de rádio e de televisão fossem propriedade particular e não concessões públicas com normas e procedimentos a serem respeitados.

Em outros termos: para o patronato associado à SIP quem manda são os proprietários, que podem fazer o que quiserem e bem entenderem sem obrigações contratuais.

No momento em que o Estado fiscaliza e cobra procedimentos, os proprietários de veículos eletrônicos de comunicação saem em campo para denunciar o que consideram restrição à liberdade de imprensa.

Os governos do Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina estão no índex do baronato midiático exatamente porque cobram obrigações contratuais. Quando emissoras irregulares não têm as concessões renovadas, a chiadeira do patronato é ampla, geral e irrestrita.

Da mesma forma que O Globo no Rio de Janeiro, Clarin na Argentina, El Mercurio no Chile e outros editam matérias com o mesmo teor, como se fossem extraídas de uma mesma matriz midiática.

Por Mário Augusto Jakobskind

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Globo ataca a blogosfera


Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Não é a primeira nem será a última vez que o jornal Globo ataca frontalmente a blogosfera. Tanto é que já estamos com casco duro e nem damos bola. Vale a pena analisar, porém, detidamente o editorial desta  terça-feira do jornal O Globo, onde os platinados tentam matar dois coelhos de uma vez: blindar a revista Veja e desqualificar o pensamento que diverge da mídia corporativa em geral.

Usemos aquele método de fazer comentários intercalados. O editorial está em negrito, meus comentários em fonte normal:


O Globo – 08/05/2012

Comecemos pelo título. Evidentemente, Civita não é Murdoch. É pior. Murdoch queria só ganhar mais dinheiro. Civita queria ganhar mais dinheiro e derrubar governos. Murdoch espezinhava celebridades, divulgando fofocas e intimidades. Civita aliou-se a um mafioso para espionar autoridades com objetivo de chantageá-las e obter vantagens financeiras e políticas. É como se descobrissem que a Fox aliou-se a Bin Laden para tentar derrubar Obama, ou que o Times aliou-se à máfia chinesa, que lhe fornecia vídeos oriundos de grampos ilegais, com objetivo de derrubar o primeiro-ministro inglês.

Blogs e veículos de imprensa chapa-branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista “Veja”, na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta.

Globo inicia o texto através de uma desqualificação grosseira. Baixou o nível. Blogs não tem obrigação de ser neutros, nem de apoiar, nem de ser críticos. Blogs políticos nascem do desejo pessoal de cidadãos brasileiros de expressarem sua opinião. Chamá-los de chapa branca é aplicar-lhes um conceito já meio anacrônico do jornalismo comercial. É ofensivo e equivocado. O Globo jamais chamou o blog da Veja, ou a  própria Veja, que são notoriamente pró-tucanos, de chapa-brancas em relação ao governo de São Paulo. Na verdade, com o aumento do poder da mídia, somado às circunstâncias políticas e históricas da democracia brasileira, de repente ficou muito conveniente para a imprensa corporativa alardear sua ideologia de que “jornalismo é oposição”. Pena que não fez isso durante a ditadura brasileira, quando serviu à esta com submissão voluntária.

Além disso, Globo difunde uma inverdade ao atribuir a postura dos blogs a uma estratégia de “linha auxiliar de setores radicais do PT”. A indignação pública contra os desmandos de Rupert Murdoch não veio de setores esquerdistas radicais, assim como a indignação contra a Veja também funciona num diapasão muito acima do PT, quanto mais de suas alas radicais. É um movimento popular autêntico. O PT é que se identifica  com ele, e não o contrário. E a campanha não é organizada, como são as campanhas “anti-corrupção” patrocinadas pela mídia e setores do conservadorismo. Aí sim, há dinheiro e espaço nos jornais, em ações coordenadas que usam oportunisticamente a luta contra a corrupção para fazer proselitismo ideológico barato.

A operação tem todas as características de retaliação pelas várias reportagens da revista das quais biografias de figuras estreladas do partido saíram manchadas, e de denúncias de esquemas de corrupção urdidos em Brasília por partidos da base aliada do governo. É indisfarçável, ainda, a tentativa de atemorização da imprensa profissional como um todo, algo que esses mesmos setores radicais do PT têm tentado transformar em rotina nos últimos nove anos, sem sucesso, graças ao compromisso, antes do presidente Lula e agora da presidente Dilma Rousseff, com a liberdade de expressão.

O que o Globo chama de retaliação, seria mais apropriado chamar de reação natural. Reação não apenas de petistas, mas de amplos setores da intelectualidade, e da esquerda em geral, e não só do Brasil, mas de todas as Américas (incluindo aí os EUA), às consequências nocivas da concentração da mídia ao processo democrático. Esta é uma crítica que se faz desde Cidadão Kane, de Orson Welles, filmado em 1941. É uma crítica democrática, saudável. Ou o Globo acha que devemos achar muito normal que uma revista use, ao longo de vários anos, grampos clandestinos fornecidos por uma máfia sinistra, fazendo matérias que beneficiam financeiramente este grupo e a própria revista?

A mídia omite a si mesma de suas análises políticas. Ela se trata como uma espécie de deidade intocável, a “imprensa independente”, ou “imprensa livre”, quando na verdade sabemos que são empresas com interesses econômicos muito específicos. A Veja, por exemplo, tem empresas que vendem livros didáticos para o Estado, e tem faturado milhões com esse negócio, onde há uma relação promíscua entre política, imprensa e, como agora está claro, máfia.

A manobra se baseia em fragmentos de grampos legais feitos pela Polícia Federal na investigação das atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, pela qual se descobriu a verdadeira face do senador Demóstenes Torres, outrora bastião da moralidade, e, entre outros achados, ligações espúrias de Cachoeira com a construtora Delta. As gravações registraram vários contatos entre o diretor da sucursal de “Veja” em Brasília, Policarpo Jr., e Cachoeira. O bicheiro municiou a reportagem da revista com informações e material de vídeo/gravações sobre o baixo mundo da política, de que alguns políticos petistas e aliados fazem parte.

Exatamente, a “manobra” se baseia em grampos legais. Quer dizer que o Globo defende que apenas ele pode “manobrar” grampos, de preferência ilegais?


A constatação animou alas radicais do partido a dar o troco. O presidente petista, Rui Falcão, chegou a declarar formalmente que a CPI do Cachoeira iria “desmascarar o mensalão”. Aos poucos, os tais blogs começaram a soltar notas sobre uma suposta conspiração de “Veja” com o bicheiro. E, no fim de semana, reportagens de TV e na mídia impressa chapas-brancas, devidamente replicadas na internet, compararam Roberto Civita, da Abril, editora da revista, a Rupert Murdoch, o australiano-americano sob cerrada pressão na Inglaterra, devido aos crimes cometidos pelo seu jornal “News of the World”, fechado pelo próprio Murdoch.

Comparar Civita a Murdoch é tosco exercício de má-fé, pois o jornal inglês invadiu, ele próprio, a privacidade alheia. Quer-se produzir um escândalo de imprensa sobre um contato repórter-fonte. Cada organização jornalística tem códigos, em que as regras sobre este relacionamento – sem o qual não existe notícia – têm destaque, pela sua importância. Como inexiste notícia passada de forma desinteressada, é preciso extremo cuidado principalmente no tratamento de informações vazadas por fontes no anonimato. Até aqui, nenhuma das gravações divulgadas indica que o diretor de “Veja” estivesse a serviço do bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios. Ao contrário, numa das gravações, o bicheiro se irrita com o fato de municiar o jornalista com informações e dele nada receber em troca.

A comparação é válida, e Civita leva a pior, como já expliquei acima. Murdoch espionou a privacidade alheia. Civita aliou-se à uma máfia política. Há várias gravações que mostram uma relação promíscua entre a revista e o bicheiro sim. Globo quer tapar o sol com peneira. Além disso, há muitas gravações que ainda não chegaram ao conhecimento do público. Há sim uma indignação muito grande de amplos setores da sociedade contra a ética jornalística da Veja. E contra o Globo também. Os platinados tentam blindar a Veja porque tem medo que sejam atingidos por algum petardo similar, visto que as reportagens que Civita publicava, a mando de Cachoeira, repercutiam imediatamente no Globo, em especial no temível Jornal Nacional. Na verdade, a Veja era apenas a porta de entrada para o noticiário televisivo, onde, aí sim, os estragos políticos contra os inimigos do esquema Cachoeira (honestos ou não) eram quase sempre fatais. Eu não engulo aqueles 7 a 8 minutos que o Globo deu a Rubnei Quicoli, bandidinho de terceira categoria, ex-presidiário, no Jornal Nacional, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, com base em matérias da… Veja.

Estabelecem as Organizações Globo em um dos itens de seus Princípios Editoriais: “(…) é altamente recomendável que a relação com a fonte, por mais próxima que seja, não se transforme em relação de amizade. A lealdade do jornalista é com a notícia.” E em busca da notícia o repórter não pode escolher fontes. Mas as informações que vêm delas devem ser analisadas e confirmadas, antes da publicação. E nada pode ser oferecido em troca, com a óbvia exceção do anonimato, quando necessário.

Os princípios editoriais do Globo são uma piada de mau gosto. O grupo Globo se transformou numa empresa que oprime ideologicamente seus jornalistas, violentando-lhes a liberdade de se manifestarem politicamente. O Globo é inimigo da liberdade de expressão de seus próprios empregados. Princípios não valem nada, além disso, se não correspondem à prática. O Globo escolhe despudoradamente suas fontes de acordo com seus interesses políticos, e sua lealdade não é com a notícia e sim com a ideologia dos patrões, mesmo que para isso precise sacrificar a notícia.

O próprio braço sindical do PT, durante a CPI de PC/Collor, abasteceu a imprensa com informações vazadas ilegalmente, a partir da quebra do sigilo bancário e fiscal de PC e outros. O “Washington Post” só pôde elucidar a invasão de um escritório democrata no conjunto Watergate porque um alto funcionário do FBI, o Garganta Profunda, repassou a seus jornalistas, ilegalmente, informações sigilosas. Só alguém de dentro do esquema do mensalão poderia denunciá-lo. Coube a  Roberto Jefferson esta tarefa.

Uma coisa é o vazamento ilegal de grampos realizados com autorização judicial. Não é um crime tão grave, embora também tenhamos aí uma situação muito irregular e, às vezes, perigosa, já que se formam conluios interessados entre setores da polícia e imprensa. Outra coisa é o vazamento de dados sigilosos bancários e fiscais. Aí temos um crime grave contra a privacidade, que tem sido muito raro nos últimos anos. O vazamento dos dados do caseiro Francenildo, por exemplo, derrubou um ministro da Fazenda. O Globo sempre atacou com muita virulência esse tipo de prática, então fica incongruente pregar o “locupletemo-nos todos” apenas para defender o uso de grampos clandestinos pela revista Veja.

Uma terceira coisa, porém, totalmente distinta, é usar grampos ilegais, pagos e realizados por uma máfia política, que tem naturalmente interesses financeiros escusos em divulgá-los. É um crime infinitamente mais grave. A comparação com o caso Watergate é descabida também por causa disso. A fonte era um alto funcionário do FBI, ou seja, alguém do Estado, não era um membro do esquema Cachoeira, um bandido corrupto, com interesses partidários, como eram as fontes de Veja.

A questão é como processar as informações obtidas da fonte, a partir do interesse público que elas tenham. E não houve desmentidos das reportagens de “Veja” que irritaram alas do PT. Ao contrário, a maior parte delas resultou em atitudes firmes da presidente Dilma Rousseff, que demitiu ministros e funcionários, no que ficou conhecido no início do governo como uma faxina ética.

Mais uma vez a mídia omite seu próprio poder, além de mentir. Houve sim desmentidos, fortes, dos envolvidos. A presidenta Dilma demitiu alguns ministros sem prova, por conta da instabilidade política provocada pela própria mídia. Alguns talvez tivessem culpa no cartório, como aliás quase todo ser humano tem, mas sua maior culpa consistia em serem ministros de um governo trabalhista. As crises ministeriais tinham início através de uma denúncia, mas depois nem importava que essas denúncias não fossem verdadeiras: iniciava-se uma campanha maciça, organizada, para derrubar aquele alvo específico, atacando membros do partido, mesmo que nada tivessem a ver com o acusado. Foi o caso de Orlando Silva, em que a mídia começou a atacar o PCdoB de forma generalizada, inclusive Manuela D’Ávila, quadro importante do partido e ao mesmo tempo vulnerável por ser candidata à prefeitura de Porto Alegre, disputando um eleitorado fortemente politizado e, por isso, sensível a campanhas de imprensa. A mídia não perdoa nem a família. No caso do Sarney, não escapou nem uma neta de menos de 20 anos, que cometeu o crime terrível de ligar para o avô e pedir emprego para o namorado. Quando os envolvidos são aliados da mídia, aí a blindagem é completa. Demóstenes Torres ligou para Aécio para pedir emprego para a prima de Cachoeira, foi atendido, e não se criou escândalo nenhum. Ou seja, os Princípios do Globo me parecem bem flexíveis.

O editorial do Globo, por outro lado, corresponde a mais um atestado de que a blogosfera vem se tornando cada vez mais influente. É um contrapeso importante à mídia corporativa. É um verdadeiro ombudsman coletivo e independente do trabalho da imprensa brasileira. Em nome da liberdade de expressão, da democracia, do jornalismo, o Globo deveria agradecer a blogosfera, que lhe presta um serviço, gratuitamente, permitindo-lhe aprimorar-se. A imprensa, pressionada pela blogosfera, se vê obrigada a frear um pouco o conservadorismo doentio, fanático e partidário para o qual parece eventualmente enveredar.

Nem sempre a blogosfera está certa. Mas ela não se pretende infalível. A blogosfera é, na maioria dos casos, assumidamente tendenciosa, ideológica, partidária, ou seja, totalmente oposta à neutralidade higiênica e hipócrita da imprensa corporativa. A blogosfera, todavia, é bem mais livre das amarras que prendem jornais a uma série de interesses econômicos. Blogueiros e comentaristas não são amordaçados pelos “códigos de conduta” que alguns meios impõem – tiranicamente – a seus empregados. Como blogueiro, observo às vezes até meio estupefato como as mesmas massas que apoiavam a Dilma, de repente passam a criticá-la ferozmente no dia seguinte, para voltar a apoiá-la posteriormente, tendo como base sempre e exclusivamente a independência de seu juízo. As massas blogosféricas (hoje integradas em redes sociais) são instáveis, anárquicas, imprevisíveis e livres, como jamais a imprensa, ou a velha mídia, será. Ao detratá-la, portanto, o Globo ataca o próprio símbolo da contemporaneidade, e dá recibo de sua insegurança perante um novo mundo.
Via Blog do Miro

sábado, 3 de setembro de 2011

PT aprova texto preliminar com proposta de regulação da mídia


Militantes e dirigentes aprovaram neste sábado, durante o 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT) em Brasília, texto preliminar que faz duros ataques à "mídia conspiradora" e que propõe um marco regulatório para os meios de comunicação como forma de combater a "partidarização" e a "parcialidade" da imprensa. A proposta faz parte da resolução política e ainda poderá receber adaptações até ter seu conteúdo fechado neste domingo.

"A crescente partidarização, a parcialidade, a afronta aos fatos como sustentação do noticiário preocupam a todos os que lutam por meios de comunicação que sejam efetivamente democráticos. Por tudo isso o PT luta por um marco regulatório capaz de democratizar a mídia no País", diz trecho do documento preliminar do PT.

No texto, o partido relembra a inexistência de uma Lei de Imprensa ¿ em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) a considerou incompatível com a Constituição - e diz que atualmente alguns veículos fazem um "jornalismo marrom (...) que deve ser responsabilizado toda vez que falsear os fatos ou distorcer as informações para caluniar, injuriar ou difamar".

"Para nós é questão de princípio repudiar, repelir e barrar qualquer tentativa de censura e restrição à liberdade de imprensa. Mas o jornalismo marrom de certos veículos, que às vezes chega a práticas  ilegais, deve ser responsabilizado toda vez que falsear os fatos ou distorcer as informações para caluniar, injuriar ou difamar", diz trecho do texto básico.

"A inexistência de uma lei de Imprensa, a não regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam da propriedade cruzada de meios, o desrespeito aos direitos humanos presente na mídia, o domínio midiático por alguns poucos grupos econômicos tolhem a democracia, silenciam vozes, marginalizam multidões, enfim, criam um clima de imposição de uma única versão para o Brasil", completa o partido.

Na abertura do Congresso do PT nesta sexta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu. Alvo de uma reportagem de revista Veja o ex-ministro foi retratado como um político que teria um gabinete informal em um hotel de Brasília para "conspirar" contra o governo Dilma. Neste domingo, Dirceu deve receber uma moção de desagravo no congresso petista.

Independentemente da crítica à imprensa, o Congresso do PT também prevê manter em seu documento final o repúdio ao polêmico projeto que criminaliza práticas cometidas por meio da internet. "Nosso repúdio ao projeto 84/99, que se originou e tramita no Senado, o AI-5 digital, pois pretende reprimir a livre expressão na blogosfera", diz o texto.

Pelo projeto relatado pelo deputado Eduardo Azeredo (PMDB-MG), por exemplo, passa a ser crime a divulgação ou utilização indevida de informações e dados pessoais por hackers ou usuários comuns. Para o PT, o projeto que classificam como AI-5 Digital merece críticas no que diz respeito ao armazenamento pelo prazo de três anos de dados de endereçamento eletrônico de computadores, classificado pelos opositores do texto como quebra de privacidade, e à adoção de penas de reclusão muito altas para delitos que não comportariam a mesma gravidade.
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André Caregnato Sobre a necessidade de um Controle Social da Mídia (como já acontece nos países de 1° mundo)
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2) DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO

"O direito à comunicação é um dos pilares centrais de uma sociedade democrática. Informação é poder e a qualidade da informação ou o nível de informação de um povo influencia direta e necessariamente a qualidade do processo democrático. Não é possível falar em democracia plena com um cenário de concentração dos meios de comunicação como o brasileiro. Hoje no país, nove famílias controlam os principais jornais, revistas e emissoras de rádio e TV. Nove têm
liberdade e 180 milhões de pessoas têm que aceitar o que lhes é imposto por poucos. A concentração inviabiliza o princípio de uma sociedade democrática, bem informada e com capacidade de analisar criticamente a informação, porque sufoca a pluralidade de visões e a diversidade de meios de produção de comunicação, elementos constituintes da esfera pública. Por isso, o combate à concentração da propriedade é chave para a democratização da comunicação no Brasil.

Atualmente, as concessões são renovadas quase que automaticamente e têm sido historicamente, distribuídas segundo interesses políticos. É preciso estabelecer o controle público também para as concessões dos meios, garantindo a pluralidade necessária para a consolidação da democracia. A legislação brasileira deve prever o limite de propriedade, como acontece em muitos países do mundo, incluindo aí o controle da propriedade cruzada e da audiência potencial. Somente o estabelecimento de limites à propriedade não é suficiente, porque a disputa entre os grandes e os pequenos é hoje extremamente desigual. Na busca do equilíbrio de forças, é preciso estimular a chamada mídia alternativa. Assumir as conseqü.ncias das diferenças econômicas e interferir nesse processo é o primeiro passo para combater a desigualdade. Também a regionalização de parte significativa da produção cultural, artística e jornalística das emissoras é fundamental para o estímulo às culturas locais e para a abertura de novos mercados de trabalho. A abertura de espaço na grande mídia para produções independentes é um outro elemento no combate à desigualdade, ao permitir que pequenos/as produtores/as também tenham voz.

É preciso democratizar os meios de produção e difusão da comunicação que, numa sociedade democrática, pertence ao povo.

Seu espaço é necessariamente público e o único poder legítimo para regular suas práticas emana da coletividade, que é quem deveria decidir sobre as questões relacionadas ao tema. Infelizmente, a organização do espaço público de comunicação no Brasil fez-se até hoje sem a imprescindível participação popular. E mais sem entender que sociedade e comunicação democráticas são indissociáveis, porque pertencem ao mesmo universo e sua relação não pode ser dissolvida. Se a comunicação exerce um papel fundamental para a realização plena da cidadania e da democracia brasileira, a democratização da comunicação representa condição fundamental para o efetivo exercício da soberania popular.

Assumir a comunicação como um direito fundamental significa reconhecer o direito de todo ser humano de ter voz, de se expressar.

Entendê-la como um direito é entender que é preciso elaborar e implementar políticas públicas que o garantam enquanto tal. Por isso propomos a implementação do art. 223 da Constituição Federal que prevê a criação do sistema público de comunicação.

PROPOSTAS:
1. Criação do Sistema Público de Comunicação:
Defendemos a criação do Sistema Público de comunicação conforme prevê o Art. 223 da Constituição Federal de 1988, complementarmente aos sistemas privado e estatal. Hoje, o Sistema Público, não-comercial e não-estatal, inexiste, tornando o ambiente da radiodifusão desequilibrado, baseado exclusivamente em interesses privados. Para que a comunicação possa acontecer livre de interesses comerciais ou políticos, é necessário equilibrar a proporção entre estes sistemas, criando emissoras públicas fortes e criar condições para o surgimento de emissoras sem fins lucrativos, vinculadas às organizações da sociedade civil e instituições de caráter público – como as comunitárias - garantindo mecanismos de financiamento e autonomia de gestão.

2. Criação de Centrais Públicas de Comunicação :
Como parte de um sistema público de comunicação, é necessária uma política de apropriação da mídia pela população, baseada na criação de centrais públicas de comunicação que possibilitem o exercício da produção e distribuição de conteúdos em diversas linguagens, seja para Rádio, TVs e outros. De forma articulada, os veículos que fazem parte do sistema público deverão manter espaços em suas programações para exibir a produção gerada nessas centrais.

3. Controle Social do Sistema de Comunicação:
Defendemos o controle social sobre os meios de comunicação que visa a democratizar e dar transparência à formulação e ao acompanhamento das medidas de restrição (controle III. Eixos e propostas 31 de propriedade) e de promoção (sistema público e estímulo à diversidade). Tais medidas constituem-se na criação de espaços públicos de deliberação, composto por ampla representação de segmentos políticos e sociais, que têm como função fiscalizar os detentores de concessões públicas, propor correções e sanções. Este controle engloba o controle público de propriedade dos meios de comunicação, das concessões e do conteúdo. O combate à concentração da propriedade é chave para a democratização da comunicação no Brasil. O controle público não se dá somente sobre os veículos, mas sobre os processos de formulação, deliberação e acompanhamento das políticas públicas da área.

Para que o controle social aconteça de forma participativa, defendemos:

a) Controle de conteúdo:
Por estarem ligados diretamente à formação de valores e de idéias nas definições dos rumos da coletividade, e por lidarem com bens de administração estatal (o espectro por onde transitam as ondas de rádio e TV), os meios de comunicação têm uma responsabilidade para com a sociedade.Esse compromisso compreende o atendimento de finalidades culturais e educativas, conforme diz a Constituição (Art. 221) e a coibição de abusos na produção e difusão de informação e cultura. Diferentemente da censura, em que um poder ou classe tem o poder arbitrário de impedir a veiculação de conteúdos, o controle de conteúdo é a subordinação dos meios de comunicação ao interesse público.

b) Criação de Conselhos de Comunicação Social:
Defendemos o controle público sobre os meios de comunicação, principalmente, pelos Conselhos de Comunicação Social estruturados nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).
Tais conselhos devem constituir-se como espaços públicos de deliberação, composto por ampla representação de segmentos políticos e sociais, com a função de fiscalizar os detentores de concessões públicas, propor correções e sanções ao conteúdo veiculado pela mídia, além de democratizar e dar transparência à formulação e o acompanhamento das políticas da área. As concessões e renovações de rádios e TVs devem ser aprovadas pelos conselhos. Para isso é necessário rever a lei que cria o Conselho de Comunicação Social

c) Realização regular de Conferências de Comunicação:
O controle público não se dá somente sobre os veículos e o seu conteúdo, mas sobre o processo de formulação, deliberação e acompanhamento das políticas públicas da área. Para que isso aconteça de forma participativa, além da criação de conselhos, a realização de conferências nos três âmbitos da federação, com participação da sociedade civil, é fundamental. Faz-se necessário, portanto, convocar de imediato a 1ª Conferência Nacional das Comunicações e que esta seja reconhecida como espaço legítimo para a discussão e definição de uma Lei Geral das Comunicações.

d) Fim do monopólio e oligopólio nas comunicações:
32 O § 5º do Artigo 220 da Constituição Federal estabelece que “os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Defendemos a criação de dispositivo legal que impeça concentração de propriedade vertical de veículos, ou seja, que um mesmo grupo possa controlar emissoras de rádio e televisão além de jornais e/ou revistas, empresa de TV a cabo e internet no mesmo mercado.

e) Proibição de que parlamentares sejam concessionários de emissoras de rádio e TV: Sobre o processo de concessões, é preciso fazer valer de imediato o dispositivo legal que  impede que parlamentares sejam concessionários de radiodifusão (Art. 54 da CF).
4. Fortalecimento das rádios e TVs comunitárias:
Defendemos a valorização desses meios, com a anistia dos processos criminais contra as emissoras e seus dirigentes. Defendemos também a mudança de legislação que se refere às rádios e TVs comunitárias, para que atenda às demandas da sociedade e ao direito humano a comunicação. No plano da sustentabilidade dos veículos comunitários, devemos garantir mecanismos de financiamento regular tais como a destinação de um percentual da publicidade estatal para esses meios.

5. Instituição do Direito de Antena: De imediato, conferir caráter público ao sistema de comunicações no país exige a instituição do direito de antena para organizações da sociedade civil, que consiste na abertura de espaços nas programações dos meios de comunicação já outorgados para mensagens dessas entidades. Para tal, é preciso estabelecer critérios para definir quais organizações podem ocupar esse espaço e de que forma ele pode ser ocupado.

6. Criação de mecanismos que garantam a diversidade e a pluralidade de conteúdos: Os meios de comunicação devem ter responsabilidade para com a sociedade que compreende o atendimento às finalidades culturais e educativas, conforme estabelece a Constituição (Art. 221), a coibição de abusos na produção e difusão de informação e cultura e a garantira de que os meios de comunicação reflitam a diversidade regional, étnico-racial, de gênero, orientação afetivo-sexual, crença e de região, além da representação de outros grupos minoritários, como pessoas com deficiência. III. Eixos e propostas 33

7. Outras políticas públicas: A democratização da informação e da comunicação pressupõe o livre acesso dos/as cidadãos/as a todas as formas e meios de produção, difusão e compartilhamento de informações. Defendemos:
a) a criação de política pública de inclusão digital, criandocondições para a democratização do acesso aos hardwares e livre acesso a redes em banda larga.
b) o incentivo ao uso e desenvolvimento de software livre e outras tecnologias livres. Tal incentivo pode e deve ser feito pela adoção de software livre pela máquina estatal, nos três poderes e esferas de poder. c) a educação para a mídia. Para além do acesso e capacitação para a produção, é preciso incentivar uma relação entre sociedade e mídia que seja emancipadora, o que exige políticas que promovam a educação para a mídia e leitura crítica.

8. Propagandas oficiais: Defendemos a proibição de propagandas oficiais pagas em meios de comunicação privados e essas devem ser eminentemente educativas e formativas."

- Cartilha da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política ampla e democrática - páginas 29-33. 

Link para download da cartilha: http://encurta.com/a9f30EVer mais

Fernanda Tardin guenta firme compas..... a milicada vai soltar a macacada feroz nas 'plenarias' fascistas de noticias requentadas e sem saberem debater, argumentar. Foi dada a largada pra baixaria. Não acatem, vamos seguir formando e informando. SIM, NÓS PODEMOS. Juntos somos fortes, O POVO NO PODER.
Fernanda Tardin e se o sol esfriar a culpa é do 'sapo barbudo', já sabem né? rsrs bora UM OUTRO MUNDO É POSSIVEL. Abaixo a mídia golpista


sexta-feira, 8 de abril de 2011

CANDIDATURA DE PESSOAS SEM VÍNCULO PARTIDÁRIO

Publicação e Postagem
Dag Vulpi 08/04/2011 13:05
"Comissão aprova candidatura de pessoas sem vínculo partidário"

Brasília - A Comissão da Reforma Política aprovou que pessoas sem vínculos partidários possam registrar candidatura a prefeito e vereador. De acordo com a proposta, a pessoa que desejar se candidatar de forma avulsa terá que comprovar junto à Justiça Eleitoral ter apoio de pelo menos 10% dos eleitores do município.

Além disso, a Comissão decidiu manter a regra em vigor sobre fidelidade partidária. Com esta regra, o mandato permanece sendo do partido, e não, do candidato. Desta forma, o partido pode requerer o mandato caso o político troque de sigla ao longo dele.

A Comissão fará um relatório que será levado em votação no Plenário do Senado. Em seguida, o texto deve ser aprovado pela Câmara para a Reforma Política entrar em vigor.

Fernanda Tardin virou foi bagunça mesmo..... putz grila. Lista Fechada, Partido cada vez mais sem compromisso com seus filiados..... Viramos boi. muuuuuuuuuuuuuuuuuuuu Eita vida de gado, povo marcado, povo feliz. Dominaram.....tá vendo, o GOLPE pintou de novo, desta vez nem precisou da 'contra revolução sanguinária'.

Dagmar Vulpi Nanda, voce observou o detalhe de que o candidato avulso tem que comprovar que tem o apoio de 10% dos moradores do município? Como seria esta comprovação? hahahaha é uma piada atrás da outra, todas de mau gosto.

Fernanda Tardin e a fidelidade partidaria? e o financiamento publico de campanha? como seria financiado este candidato? E o tempo de propaganda eleitoral gratuita? aiaiaia demag
...e a formação partidária?

Marcos Rebello Primeira proposta decente que fizeram! Mas e a cláusula de barreira??? Como esse candidato poderá ser aprovado? Quais serão as regras? 

Lelo Coimbra O candidato avulso - por fora dos partidos - foi tentado na Constituinte de 1988, pelos segmentos que representavam a militância dentro do espaço da Igreja Católica, e foi rejeitado. Suas possibilidades de aprovação são muito remotas. A comissão do Senado, pela desenvoltura, será a que evoluirá no tema Reforma Política. Na Camara as convergências estão muito escassas. Temos financiamento publico, que precisa de lista partidária,como um ponto de interesse mais comum. Mas a lista ganha resistências, inclusive a minha, na forma como pode vir a ser proposta. Mas, o interessante e que cresce na Camara a proposta de plebiscito, o que tenho achado ótimo. Independente do resultado, democratizar e popularizar esse tema se torna muito importante. Vamos ver o que resultara! Na contraposicao ao Distritao, estamos construindo possibilidade de Distrital Misto.

Marcos Rebello Salve, Lelo. Estás vivo! Nesses últimos dias tenho pensado muito sobre essa Reforma, e não me dá nenhum alento pelo que tenho visto em termos de propostas. A cultura social, ou melhor, o consciente coletivo, aquele que tínhamos nos anos 60 e 70 simplesmente fizeram com que evaporasse. Sim, isso não foi por acaso, como nada na política é por acaso. Então temos hoje o tramite dessa Reforma que teria o propósito de democratizar esse sistema político - que deveria ser o produto de como a sociedade no seu intercurso trataria de modificar como ela se governa. Mas não é isso que estamos presenciando - uns pouquíssimos que se interessam e que vem a saber que isto está ocorrendo. 

Porque não há absolutamente NADA na mídia para alertar a sociedade disso que ela estaria sabendo se houvesse uma fração de democracia nesse país. Essa mesma mídia que durante as eleições é determinante no resultado. Então, resulta que essa Reforma Política está sento feita por interesses políticos já estabelecidos e muito entrincheirados nas instituições do governo longe do conhecimento e do consentimento popular. E perguntamos, para que isso? Qual o propósito de um faz de contas? Está tudo muito claro.

As listas fechadas! Essa é a única razão pela qual tudo isso está acontecendo porque interesses muito bem arrazoados entre si já decidiram que para conduzir o Brasil e coloca-lo no eixo dos grandes interesses internacionais é constituir uma classe política SEPARADA da sociedade como é o resto dos outros países chave nesse processo de globalização. 

Esse é o desenho daqueles que comandam a Nova Ordem Mundial. Portanto, já vimos essa Comissão do Senado passar a proposta mesmo sabendo que não há a aceitação da maioria dos que se ocupam de pensar essa Reforma com um mínimo de consideração para com a democracia e a sociedade. 

O projeto das Listas Fechadas deverá ser levado a cabo custe o que custar, porque nessa Comissão irão fazer com que fique a impressão que no frigir dos ovos fez-se um acordo político, um misto quente, com as propostas da sociedade - que nem serão estudadas - e será como a proposta mais votada para enfiarem pela garganta do povo. Ficaremos sabendo o que já sabemos desde o princípio: que o Financiamento de Campanha só poderá ser feito se for com as Listas Fechadas. Isso será a fraude maior que esse país jamais sofrerá na sua historia, porque isso será o ultimo prego no caixão dessa democracia! Perguntamos então: por que não fazem um Plebiscito como é o correto? Muito simples, porque é muito perigoso para os grandes interesses - as coisas saem dos trilhos. Então por que apenas cogitam em um Referendo? Porque tudo já estará feito e podem controlar o resultado. Isso, meu caro, não é nem de longe uma democracia, e nunca será. Muito menos depois dessa Reforma vergonhosa.

...Adiciono isso: Essa do candidato avulso foi para não dizerem que nada que vem do povo foi aceito. É aquele grão de milho atirado no galinheiro de quatrocentas galinhas. Rs ... agora, se as galinhas fossem inteligentes elas não comeriam aquele único grão, nem brigariam por ele. Mas deixariam de comê-lo para coloca-lo em um altar como símbolo daquilo que elas realmente querem!

Dagmar Vulpi Salve Lelo, estávamos com saudades e preocupados, mas o importante é que voltou amigo.



A proposta do candidato avulso é apenas uma “Firula” (te copiei), pois é completamente incabível, pelo menos com o atual, e o sistema eleitoral até então proposto pela comissão. 

Quanto ao financiamento publico que a comissão faz questão de condicioná-lo ao sistema de lista fechada, considero como um desafio da comissão à capacidade do povo pensar.

Nada poderá diferenciar e nem pode, no caso de financiamento público a distribuição destes recursos entre os candidatos daquele partido, seja por lista fechada ou aberta.

Subentende-se que, caso o sistema seja por listas fechadas, o partido investirá todos os recursos em si próprio e não nos candidatos, pois os votos serão na legenda. Podemos imaginar uma campanha onde os debates não mais serão entre os candidatos, pois não fará diferença se o candidato a ou b tenha melhores propostas e tenha a preferência do eleitor, afinal por se tratar de lista fechada o eleitor não terá nenhuma garantia de que aquele candidato que tem a sua aprovação será o mesmo escolhido pelo partido. 

Teremos uma campanha eleitoral restrita às legendas, onde ao invés do eleitor ouvir os candidatos, terá que se contentar em ouvir os dirigentes dos partidos vendendo os seus peixes. 

E depois das eleições caso o candidato indicado pelo partido cometa improbidade, quem será responsabilizado? O partido sairá desta impune? Afinal o responsável por aquele político se encontrar no poder já não será mais o povo, mas única e exclusivamente do partido, vejo que haverá a necessidade de uma nova lei, com o intuito de punir os dirigentes responsáveis por colocarem políticos desonestos no poder.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

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