Por
André Luis Silva da Silva
A partir da tradição sustentada
por Dilthey, se pretendeu estabelecer uma teoria geral do modo como as
objetivações da experiência humana podem ser interpretadas, defendendo a
autonomia do objeto de interpretação, e à possibilidade de uma objetividade
histórica na elaboração de interpretações válidas.
Dilthey adaptou
o conceito de hermenêutica de Schleiermacher, como método de
compreensão (doutrina ou teoria da arte de interpretar textos), tomando
por base “uma análise da compreensão como tal e, incluindo no âmbito das suas
investigações sobre o desenvolvimento das ciências do espírito, também
prosseguiu no desenvolvimento da hermenêutica”. Schleiermacher colocou a
hermenêutica, como doutrina da arte da compreensão, e enquanto disciplina, na
relação com a gramática, a retórica e a dialética, sendo tal metodologia formal
(HEIDEGGER, 2012).
A tradição
hermenêutica de Heidegger e Gadamer orientou-se para a questão mais filosófica
do que a interpretação em si mesma, defendendo que o ato da compreensão
está ligado à descrição do que é; ”está a fazer ontologia e não
metodologia”. Conforme seus opositores, ambos são críticos destrutivos da
objetividade e pretendiam “mergulhar a hermenêutica num pântano de
relatividade, sem quaisquer regras” (PALMER, 1986).
Heidegger avançou propondo que a
hermenêutica, em seu significado mais moderno, seja abordada muito menos no
sentido estrito de uma teoria da interpretação, mas que persiga o
significado original do termo gregohermêutiká - que deriva de Hérmes, o
deus mensageiro dos deuses - na realização do hermenéien (do
comunicar), ou seja, da interpretação da faticidade que conduz ao
encontro, visão, maneira e conceito fático. Entende ele
por fático “algo que é”, articulando-se por si mesmo sobre um
caráter ontológico, o qual é desse modo.
Já para
Mannheim, a interpretação se ocupa da mais profunda compreensão do sentido,
pois em seu conteúdo mais autêntico este somente pode ser compreendido ou
interpretado. Assim sendo, as abordagens qualitativas trabalham com construtos
sociais, cuja importância será reconhecida no processo interativo de pesquisa e
de interpretação dos dados coletados (MANNHEIM, 1964).
Licenciatura
Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)
Referências:
HEIDEGGER, Martin. Ontologia – Hermenêutica da Faticidade. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
HEIDEGGER, Martin. Ontologia – Hermenêutica da Faticidade. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
PALMER, Richard
E. Hermenêutica. Lisboa: Edições 70, 1986.
MANNHEIM, Karl. Beiträge zur Theorie der
Weltanschaungsinterpretation. Neuwied: Luchterhand, 1964.