quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Reflexão: A sabedoria de fazer a correção sem valer-se da humilhação

Dag Vulpi

Obs. Ideia central pescada no Facebook. Editei parte do texto. (autor desconhecido)


Um jovem encontra um senhor e depois de cumprimenta-lo pergunta-lhe:

- “Tá lembrado de mim?”

- “Desculpe-me, mas não!” responde o senhor.

- "Quando criança, fui seu aluno." respondeu-lhe o jovem.

- “É mesmo, e o que você está fazendo agora, qual é sua profissão?” pergunta-lhe o curioso ex-professor.

- “Assim como o senhor, eu me tornei professor!” respondeu o jovem.

- “Ah, que bom, é uma das melhores profissões.” disse o senhor.

- “Concordo, Não me arrependo da escolha que fiz, muito ao contrário. Apesar de ser pouco reconhecida, tenho orgulho de poder contribuir na formação de alunos que acabam se tornando grandes profissionais. Na verdade, eu me tornei professor porque você me inspirou a ser como você”. Completou o jovem.

O velho professor, curioso, pergunta ao jovem em que momento foi que ele havia inspirando-o a ser professor.

Então o jovem conta-lhe a seguinte história:

Certo dia, um aluno chegou na sala de aula com um belo relógio, e eu decidi que o queria para mim e decidi roubá-lo, na primeira oportunidade eu o peguei e guardei no meu bolso. Logo depois o garoto notou o roubo e imediatamente reclamou ao nosso professor, que era o senhor..

Então, o senhor parou a aula e disse:

- “O relógio de um dos alunos dessa sala foi roubado durante essa aula. Quem o roubou, devolva-o imediatamente!”

Eu não o devolvi. Pois, além de deseja-lo muito, passaria por um grande constrangimento diante de toda sala e do senhor.

Foi então que o senhor fechou a porta da sala e disse para que todos nós nos levantássemos e que o senhor iria vasculhar todos os bolsos até encontrar o relógio. Porém, antes de iniciar a busca, pediu para que todos ficassem de pé, formassem uma fila e fechássemos bem os olhos. Todos obedecemos o seu pedido, e o senhor foi de bolso em bolso, e quando chegou ao meu, encontrou o relógio e o pegou. Porém, ao invés de encerrar a busca, continuou procurando nos bolsos de todos os demais alunos e quando terminou a busca disse:

- "Abram os olhos e sentem-se em suas cadeiras. Já temos o relógio."

Todos abrimos os olhos e lá estava o relógio sobre sua mesa.

- “É esse o seu relógio?” O senhor perguntou ao garoto que fizera a denúncia.

- “Sim senhor, é esse mesmo!” respondeu-lhe o garoto.

- “Muito bem, pegue-o e guarde-o”. Respondeu-lhe o senhor.

O senhor não me disse nada e nunca mencionou sobre o episódio. Nunca disse para nenhum dos alunos quem teria sido o autor do roubo do relógio.

Aquele foi o dia mais vergonhoso e constrangedor da minha vida. Mas também foi o dia em que minha dignidade foi salva. Sua atitude diante daquela situação evitou que eu me torna-se uma pessoa de má índole. Você nunca me disse nada e, mesmo que não tenha me repreendido ou chamado minha atenção para me dar uma lição de moral, recebi a mensagem claramente e a carrego e a carregarei pelo resto da minha vida.

Foi graças a você, meu professor, que entendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer.

O senhor se recordava desse episódio, professor?

- "Lembro-me do episódio do relógio que foi roubado na sala de aula e que o procurei em todos os bolsos, mas não lembrava de você. Aliás, eu nunca lembraria do rosto do aluno que havia cometido aquele deslize. E sabe porquê? Enquanto procurava eu também fechei os meus olhos "

Esta é a essência do ensino:

Se para corrigir você precisa humilhar; você não sabe ensinar.

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Abração

Dag Vulpi

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