A
medida deve ter impacto nas tarifas de energia a partir dos reajustes anuais
das distribuidoras.
O
governo decidiu manter em operação térmicas mais caras, apesar do início do
período chuvoso, com o objetivo de tentar preservar água nos reservatórios das
hidrelétricas brasileiras. A medida deve ter impacto nas tarifas de energia a
partir dos reajustes anuais das distribuidoras, quando são calculados os gastos
adicionais da taxa ESS (Encargos de Serviços do Sistema), cobrada na conta de
luz.
Em
reunião nesta sexta-feira (3), o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico) decidiu autorizar o despacho fora da ordem de mérito, que libera o
ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a usar usinas mais caras do que as
recomendadas pelo modelo que rege a operação do sistema.
De
acordo com o MME (Ministério de Minas e Energia), a medida é necessária porque,
com o início do período de chuvas, o preço-limite para o despacho de usinas
caiu.
Assim,
só poderiam ser usadas usinas com custo de até R$ 493,24 por megawatt-hora
(MWh), o que limita o acionamento de parte do parque térmico. Na reunião, o
CMSE permitiu que o ONS permaneça usando usinas com preço de até R$ 702,50 por
MWh.
A
decisão vale para a semana que vem. Na próxima quinta (9), o comitê se reúne
novamente para avaliar a situação. Em 25 de outubro, o CMSE decidiu fazer
reuniões emergenciais toda semana, para acompanhar mais de perto a situação dos
reservatórios, que já se encontram em níveis inferiores ao período anterior ao
racionamento de 2001.
Na
quinta (2), os reservatórios do sistema Sudeste e Centro-Oeste estavam com
17,76% de sua capacidade de armazenamento de energia, volume inferior aos
23,19% registrados em novembro de 2001. No Nordeste, os reservatórios estão em
5,78%, abaixo dos 8% do mesmo mês em 2001.
O
consumidor já vem sentindo no bolso o efeito da seca, com o pagamento da
bandeira tarifária em sua conta de luz. Neste mês, está vigorando a bandeira
vermelha patamar 2, que custa R$ 5 por cada 100 quilowatts-hora (kWh)
consumidos.
A
arrecadação com as bandeiras é usada para antecipar recursos às distribuidoras
de eletricidade para pagamento de energia mais cara comprada no mercado. Ainda
assim, na terça (31), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou
o uso de cerca de R$ 1 bilhão da Conta de Energia de Reserva (Coner), também
cobrada na conta de luz, para ajudar as distribuidoras a liquidar contratos de
fornecimento de energia em setembro.
As
empresas, porém, afirmam que o montante é insuficiente e podem partir para
pedidos de revisão tarifária extraordinária para conseguir antecipar aumentos
nas tarifas.
Com informações da Folhapress.
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