Líderes
da oposição protocolaram hoje (6) requerimento para que a votação da
admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da
Câmara dos Deputados ocorra em um domingo. Com o argumento de que é necessário
dar publicidade à sessão plenária, os deputados oposicionistas comparam a
votação da denúncia à deliberação do processo de impeachment da então
presidenta Dilma Rousseff, que, segundo eles, teve "ampla cobertura"
dos meios de comunicação.
De
acordo com a proposição dirigida ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), a sessão plenária extraordinária deveria ocorrer em um domingo após o
recesso parlamentar do meio do ano. Apresentada pela Procuradoria-Geral da
República, a denúncia contra Temer pelo crime de corrupção passiva começou a
tramitar na Câmara na última quinta-feira (29) na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ), à qual cabe a primeira análise da matéria.
Os
parlamentares argumentam que a votação em um dia da semana não permitiria o
acompanhamento da sessão por um grande número de pessoas, devido às suas
atividades diárias. “Realizar sessão deliberativa ao domingo permitirá a
maximização dos princípios constitucionais republicanos que fundamentam o
Estado Democrático de Direito, notadamente o da publicidade, que propicia a
fiscalização direta e efetiva dos representados sobre o voto de seus
mandatários.”
Segundo
os parlamentares, a votação tem grande relevância, além de ser “inédita na
história” brasileira. “A exigência de aprofundamento democrático que o país
vivencia nas últimas décadas demanda do Parlamento a ampliação dos mecanismos
de controle social em torno dos atos praticados por agentes públicos”,
afirmaram os oposicionistas.
O
documento foi apresentado pelos líderes do PCdoB, PT, PSOL, PDT e REDE, além de
lideranças da minoria na Câmara e no Congresso Nacional. Embora o requerimento
defenda a realização da sessão plenária após o recesso parlamentar previsto
para o período entre 18 de julho e 1º de agosto, os governistas trabalham para
acelerar a tramitação da denúncia e conclui-la antes do recesso.
O
cronograma das lideranças da base aliada prevê que a votação do parecer do
relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) na CCJ ocorra na próxima quarta-feira (12) e,
dois dias depois, no plenário. A previsão do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco
(PMDB-MG), é que o relatório seja apresentado à comissão na segunda-feira (10)
e que as discussões se iniciem na quarta, caso haja pedido de vista.
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