Ao
decretar a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o juiz
federal Vallisney de Souza Oliveira autorizou a busca e apreensão de aparelhos
celulares do investigado e a quebra do sigilo telefônico dos telefones
apreendidos. O objetivo é buscar elementos para comprovar os contatos de Geddel
com a esposa do doleiro Lúcio Funaro, preso na Operação Lava Jato.
Na
decisão, o juiz diz que Geddel entrou em contato por diversas vezes com a
esposa de Funaro para verificar a disposição do marido preso em firmar acordo
de colaboração premiada, o que pode caracterizar um exercício de pressão sobre
Funaro e sua família. Segundo o magistrado, não é a primeira vez que Geddel
tenta persuadir pessoas ou pressioná-las, lembrando o episódio em que o
ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou Geddel de atuar para a
liberação da construção de um imóvel em Salvador.
Para
o juiz, há provas até o momento da participação de Geddel no esquema de
irregularidades apuradas na Operação Cui Bono, que investiga o suposto esquema
de corrupção na Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013 e, se
permanecer solto, ele pode atrapalhar as investigações.
“É
que em liberdade, Geddel Vieira Lima, pelas atitudes que vem tomando
recentemente, pode dar continuidade a tentativas de influenciar testemunhas que
irão depor na fase de inquérito da Operação Cui Bono, bem como contra pessoas
próximas aos coinvestigados e réus presos Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves
e Lúcio Bolonha Funaro”, diz o juiz em sua decisão.
O
ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima foi preso hoje pela
Polícia Federal por tentar obstruir a investigação de supostas irregularidades
na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal. A defesa de Geddel
informou à Agência Brasil que ainda está apurando os acontecimentos e
em breve irá se manifestar.
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Dag Vulpi