Em um dia atípico para presença expressiva de parlamentares no Congresso Nacional, o plenário da Câmara dos Deputados abriu hoje (7) três sessões não deliberativas. Para ser aberta a sessão, é preciso ter o registro de presença de pelo menos 51 deputados, quórum dificilmente atingido às sextas-feiras na Casa.
As
sessões deliberativas e de debates realizadas pelo plenário da Câmara são
válidas para a contagem do prazo de tramitação da denúncia de corrupção passiva
apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel
Temer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Segundo
o Regimento Interno da Câmara, depois da entrega da defesa escrita de Michel
Temer, ocorrida no último dia 5, a comissão tem até cinco sessões para analisar
e votar o parecer elaborado pelo relator Sérgio Sveiter (PMDB-RJ). Com os
debates no plenário nesta sexta-feira (7), já se passaram duas sessões do prazo
destinado à CCJ.
Pela
manhã, a sessão de debates foi aberta pontualmente às 9h. Apesar de 83 deputados
terem registrado presença na Casa, apenas 16 participaram da discussão em
plenário. Deputados da base aliada do governo e da oposição se revezaram no
púlpito por mais de duas horas proferindo discursos de repercussão da denúncia
de corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o
presidente Michel Temer.
No
período da tarde, foram convocadas duas sessões solenes, uma para homenagear a
Semana Nacional de Prevenção contra Incêndio e Pânico e a outra para celebrar o
Dia do Orgulho LGBT. Mas, de acordo com o regimento, para contar o prazo da
denúncia vale apenas a primeira sessão deliberativa ou de debates aberta no
dia.
Para
o vice-líder do Governo, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), a abertura das
sessões é demonstração de força do governo e sua base aliada. “O governo segue
forte, com segurança, esperança e confiança na sua base, apesar de todas as
crises fabricadas pela oposição e pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo
Janot, e seus subordinados”, disse Perondi em seu site oficial.
Já
para a deputada Érika Kokay (PT-DF), a estratégia do governo de dar quórum nas
sessões de sexta-feira é para evitar que a discussão sobre a denúncia seja
conhecida pela sociedade. “Quando o governo se mobiliza para vir aqui e obriga
seus parlamentares a dar quórum numa sexta-feira, onde não tem ordem do dia, o
governo faz porque tem insegurança se vai ganhar na CCJ e se vai ganhar neste
plenário”.
Os
integrantes da base aliada defendem que a tramitação do processo contra Michel
Temer seja rápida para derrubar o quanto antes a denúncia. A estratégia também
foi defendida nos últimos dias pelos advogados do presidente.
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