Deputados
da base aliada ao governo protocolaram hoje (11) na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara um voto em separado no processo de denúncia
por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Assinam o documento os
nove integrantes do PMDB que compõem a comissão como titulares ou suplentes.
O
voto apresenta argumentos contrários ao parecer proferido ontem (10) pelo
deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendou o prosseguimento da acusação
contra Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). No relatório alternativo, os
governistas apontam a fragilidade das provas apresentadas pela
Procuradoria-Geral da República e pedem a inadmissibilidade da denúncia.
Assinam
o documento os deputados Alceu Moreira (RS), Daniel Vilela (GO), Darcísio
Perondi (RS), Lelo Coimbra (ES), Hildo Rocha (MA), Soraya Santos (RJ), Carlos
Marun (MS), Baleia Rossi (SP) e Carlos Bezerra (MT).
Premissas
Segundo
o líder da maioria, Lelo Coimbra (PMDB-es), o documento foi elaborado com base
em três premissas. A primeira é de que o autor de denúncia, o Procurador-Geral
da República, Rodrigo Janot, disse no congresso da Associação Brasileira de
Jornalismo Investigativo (Abraji), realizado na última semana em São Paulo, que
uma “prova satânica” comprovaria a relação de Michel Temer com o ex-assessor
Rodrigo Rocha Loures.
Coimbra
também disse que o procurador-geral não conseguiu provar que os empresários da
JBS tenham obtido vantagens no Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) por intermédio do presidente Temer.
“No
tocante aos indícios mínimos de corrupção passiva, crime de natureza funcional,
a argumentação trazida pela peça acusatória não conseguiu indicar, nem ao menos
minimamente, quais seriam os atos funcionais de competência do Presidente da
República que pudessem vir a favorecer os interesses de Joesley, o que leva à
descaracterização do tipo penal”, diz trecho do documento.
A
terceira premissa é que o parecer do relator Zveiter não reflete a posição do
PMDB. O líder disse que o parecer favorável era esperado, mas sem a
manifestação política do relator.
O
deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), além de assinar o documento conjunto, também
apresentou outro voto em separado contra o parecer de Zveiter.
O
presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que todos os votos em
separado que forem apresentados serão aceitos pela comissão. "Voto em
separado é uma prerrogativa do parlamentar para discordar do parecer ou para
aderir a algum argumento do parecer. Então é uma prerrogativa do deputado de
apresentá-lo por escrito, exprimindo suas ideias. E tantos quantos forem os
votos em separado, vamos acolher e inseri-los no sistema", disse.
Pacheco
esclareceu que os votos em separado serão lidos e os autores podem expor seus
argumentos no prazo de 15 minutos. O único parecer que será votado é o do
relator Zveiter. Caso ele seja derrotado na votação da CCJ, outro deputado será
designado para ser relator da tese vencedora e poderá, então, apresentar o seu
próprio voto em separado como parecer, e se este vencer, será encaminhado ao
plenário.
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