A
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara rejeitou o
parecer que pedia a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel
Temer. Por 40 votos a 25, os membros do colegiado derrubaram o relatório de
Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que autorizava o prosseguimento da acusação pelo
crime de corrupção passiva perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Foi
registrada uma abstenção.
A
denúncia foi elaborada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e encaminhada
pelo STF à Câmara, a qual cabe autorizar ou não se o presidente pode ser
investigado pela Corte. A primeira etapa da análise é feita pela CCJ, que agora
deve designar um novo relator que faça um parecer com mérito divergente em
relação ao de Zveiter.
Desde
o início da tramitação do processo, 11 deputados já apresentaram votos em
separado, dos quais seis são contrários à aceitação da denúncia. Por isso, o
presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), pode designar um dos autores
desses pareceres ou escolher um novo relator para acolher a posição majoritária
dos deputados contra a admissibilidade da denúncia.
Entre
os 18 partidos que tem representação na CCJ, nove encaminharam voto favorável à
denúncia: PT, PODEMOS, PSB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, PSOL e Rede. A liderança da
minoria também orientou a bancada em favor da denúncia.
Os
sete partidos contrários à autorização de prosseguimento da denúncia foram:
PMDB, PP, PR, PSD, PTB, SD, e PSC, acompanhados da orientação das lideranças da
maioria e do governo. O PSDB e o PV liberaram a bancada para que os deputados
votassem independentemente das orientações das bancadas.
Independente
da decisão da CCJ, o parecer que for aprovado pelo colegiado deve ser ainda
analisado pelo plenário da Câmara. Uma vez no plenário, a denúncia precisa ter
o apoio de pelo menos 342 votos para ter prosseguimento na Justiça ou para ser
interrompida.
Ainda
durante a fase de debates, deputados da oposição já esperavam a derrota e
lamentaram o que consideram como “resultado artificial”, em referência às
trocas de membros da CCJ que foram feitas pela base governista. Desde que a
semana em que a denúncia chegou à Câmara, 25 dos 66 integrantes da comissão
foram substituídos.
O relator
Zveiter também se manifestou previamente de forma crítica sobre o
resultado negativo. Os governistas comemoram e consideram que a decisão de não
aceitar a denúncia, que ainda deve ser referendada pelo plenário, pode trazer
estabilidade ao país.
Votação
A
expectativa para o resultado era tão grande no plenário que os parlamentares
chegaram a ficar de pé, impedindo a visualização do painel de votos. Logo após
o anúncio pelo presidente do colegiado, deputados oposicionistas protestaram
contra a rejeição do relatório, criticando o que classificaram de "vitória
de Pirro".
Pouco
antes da votação, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) encaminhava o voto de
sua bancada, quando reclamou da intervenção do deputado Major Olímpio (SD-SP),
o que gerou bate-boca entre os parlamentares e um princípio de confusão.
Deputados atuaram para acalmar os ânimos e o presidente da comissão, Rodrigo
Pacheco, teve que solicitar calma ao plenário e conceder mais tempo a Olímpio
para dar seguimento à fala dos líderes.
Apesar
de ocorrer em uma quinta-feira à tarde, período geralmente pouco movimentado no
Congresso, a votação se deu sob grande expectativa das lideranças. A segurança
dos corredores de acesso ao plenário da CCJ foi reforçada. Mais cedo, um grupo
de manifestantes invadiu o plenário gritando palavras de ordem contra o
presidente Michel Temer.
Após
o protesto, a segurança foi reforçada na entrada da CCJ. Mesmo com as
restrições, o plenário ficou lotado, com vários parlamentares em pé. Durante a
apresentação dos encaminhamentos dos votos, os líderes das bancadas repetiram
os argumentos de defesa ou crítica ao parecer pela admissibilidade apresentados
nas mais de 20 horas de debate da CCJ.
2018 eleiçoes,deputado que votar a favor......
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