O
ex-ministro Geddel Vieira Lima, que ocupou a Secretaria de Governo no início do
governo de Michel Temer, antecipou-se a um possível pedido de prisão contra ele
pelo Ministério Público Federal (MPF), colocando seu passaporte e seu sigilo
bancário à disposição do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato
no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em
petição apresentada na noite de ontem (12) dentro do inquérito que investiga
Temer no Supremo, Geddel citou notícia veiculada no mesmo dia pela coluna do
jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo, em que se afirma que o
ex-ministro seria “o próximo alvo do Ministério Público”, órgão poderia pedir
sua prisão.
O
ex-ministro também anexou imagem de uma nota publicada pelo site O
Antagonista, que repercutiu a informação sob o título: “O próximo preso”.
“Excelência,
com as devidas e necessárias licenças, este peticionário tem certeza de que as
decisões desse Supremo Tribunal Federal, assim como requerimentos do Ministério
Público Federal, não são (e jamais serão) pautadas em especulações da
imprensa”, escreveu o advogado de Geddel, Gamil Föppel, na peça.
A
defesa ressaltou não haver motivo para medidas cautelares mais graves contra o
ex-ministro, como uma suposta prisão, pois ele vem colaborando com a Justiça.
Geddel se comprometeu, na petição apresentada a Fachin, a não fazer
movimentações maiores do que R$ 30 mil em suas contas bancárias.
O
ex-ministro solicita ainda que não pese contra ele o fato de ter ficado calado
durante depoimento prestado no último dia 8 de junho.
Geddel
Vieira Lima foi citado mais de uma vez na delação premiada dos executivos do
grupo empresarial J&F, que deu origem à investigação contra Temer. Segundo
os depoimentos, ele seria o intermediário nas negociações com o presidente até
o momento em que foi afastado da articulação do governo no Congresso. Apesar
disso, ele não figura como investigado no inquérito.
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