No
início da retomada do julgamento da ação que pede a cassação da chapa
Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Napoleão Nunes
Maia, primeiro a se manifestar após a apresentação do voto do relator,
mostrou-se revoltado por surgirem denúncias de que ele estaria sendo citado nas
delações premiada das empresas OAS e JBS. O ministro chegou a desejar a “ira do
profeta” às pessoas que fizeram acusações contra ele. Após o desabafo de
Napoleão, a sessão foi suspensa por cinco minutos e depois retomada.
Em
sua fala, Napoleão Nunes Maia criticou duramente o instrumento da delação
premiada. “Se isto não terminar, o final não será bom. Todos nós estamos
sujeito ao alcance dessas pessoas [delatores]. O sujeito fica indefeso diante
disso, deve amargurar isso no coração?”, questionou o ministro. As informações
sobre citações ao ministro em delações foram noticiadas pela imprensa.
"Um
delator teria dito que eu intercedi [em favor da JBS]. Eu nunca vi esse
advogado e duvido que tenha dito isso. A mentira é do delator, que disse isso
para me incriminar em troca das benesses que recebeu. A delação está servindo
para isso. Alguém pode ser solicitado a denunciar alguém em troca de uma
benesse e [esse] alguém que amargure pelo resto da vida”, criticou Napoleão
Nunes.
Segundo
o ministro, ele chegou a ser questionado na igreja que frequenta sobre a
suposta inclusão do nome dele em delações. “Respondi que com a medida com que
me medem serão medidos. E sobre eles desabe a ira do profeta. É uma anátema
islâmica. Ira do profeta, não vou dizer o que é, mas vou fazer um gesto do que
é a ira do profeta”, disse o ministro passando a mão estendida à frente do
pescoço, imitando a degola por uma foice. "É isso que eu quero que caia
sobre eles", completou.
Após
a fala do ministro, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, prestou solidariedade
ao colega e acusou o Ministério Público Federal de ser o responsável por
vazamentos. Mendes ainda criticou o vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino,
que pediu, na sessão de hoje, a suspeição do ministro Admar Gonzaga. O pedido
foi rejeitado pelo plenário do TSE.
O
ministro também falou irritado sobre um fato ocorrido pela manhã quando o filho
dele foi impedido de entrar no tribunal por não está vestido adequadamente. O
filho, segundo o ministro, trazia fotos da neta em um envelope para entregar a
ele. Para ter acesso ao plenário, é necessário estar vestindo terno e
gravata. No entanto, o site O Antagonista noticiou que um "homem misterioso"
com um envelope que se encontraria com o ministro teria sido barrado, o que
irritou o ministro.
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