O
advogado Flávio Caetano, que faz a defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff na
ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), disse hoje (6) em sua sustentação na retomada do julgamento
que não houve ilegalidade na campanha presidencial de 2014 e que, em relação ao
processo original, “não há nenhuma acusação que pare de pé que possa levar à
condenação da chapa Dilma-Temer”. Caetano rejeitou a tese da defesa de Temer
que pede a separação da prestação de contas de Dilma de seu então vice.
Saiba
Mais:
O
advogado argumentou que os depoimentos dos executivos da Odebrecht e dos
publicitários João Santana e Mônica Moura, dados em investigações da Operação
Lava Jato, devem ser desconsiderados pelo TSE pois “extrapolam” o objeto da
denúncia analisada pela Corte Eleitoral. “Esse fatos, os depoimentos,
extrapolam o objeto, violam o devir do processo legal”. A defesa de Dilma
dividiu a defesa duas fases: pré e pós delação premiada de executivos da
Odebrecht.
Segundo
Caetano, dos 21 fatos apontados pelo PSBD na ação, apenas dois “merecem
dedicação”: os serviços gráficos e de montagem de palanque da campanha.
“Esse
dois temas foram assunto de mais de um ano de investigação, perícia, força
tarefa, 17 testemunhas falaram e foi apresentado um laudo divergente. Se
mostrou que as empresas de fato existem e que os serviços gráficos foram
realizados e os serviços foram rigorosamente pagos”, sustentou o advogado.
Para
o defensor de Dilma, a ação movida pelo PSDB é fruto do “inconformismo do
candidato derrotado”, referindo ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
Flávio Caetano pediu que, caso haja cassação da chapa, seja determinada a
realizada de eleição direta, sem possibilidade de que Aécio, segundo colocado
na disputa de 2014, assuma o cargo.
Entenda o processo
Após
o resultado das eleições de 2014, o PSDB entrou com a ação, e o TSE começou a
julgar suspeitas de irregularidade nos repasses a gráficas que prestaram
serviços para a campanha eleitoral de Dilma e Temer. Recentemente, o ministro
relator do caso no TSE, Herman Benjamin, decidiu incluir no processo o
depoimento dos delatores ligados à empreiteira Odebrecht investigados na
Operação Lava Jato. Os delatores relataram que fizeram repasses ilegais à
campanha de Dilma e Temer.
Em
dezembro de 2014, as contas da campanha da chapa foram aprovadas com ressalvas
por unanimidade no TSE. No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB
questionou a aprovação. Segundo entendimento da Corte Eleitoral, a prestação
contábil da então presidenta e do vice-presidente tem que ser julgada em
conjunto.
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