Por
Deisi Laiane* no blog oficial da DAHW Brasil
A
descoberta de uma doença gera muitos impactos na vida de uma pessoa, como somos
únicos, cada um vai reagir de acordo com a sua singularidade, porém na maioria
dos casos poderá vir acompanhada de muita ansiedade, angústias e dúvidas, esses
sentimentos são geralmente ainda maiores pela falta de informação gerando assim
o medo do desconhecido. No caso da Hanseníase esses sentimentos são reforçados
pelos estigmas e preconceitos que existem em relação à doença, tendo um impacto
ainda maior na vida do indivíduo.
A
Hanseníase é uma doença que existe a muitos séculos, representando ainda nos
dias atuais um problema de saúde pública devido à grande prevalência da doença.
Conhecida antigamente como “Lepra”, se tinha pouco conhecimento sobre ela, seja
a sua causa, tratamento ou cura.
Naquela
época os pacientes eram isolados do restante da sociedade e passavam a viver
nos antigos leprosários, muitos viveram nestes locais até o fim da vida. Essas
pessoas além de isoladas conviviam com a rejeição e o preconceito da sociedade,
pois essa doença era vista por muitos por um cunho bastante religioso, onde era
justificada como um “castigo divino”.
Muita
coisa mudou, hoje já se sabe a sua causa e o tratamento para se chegar à cura,
no entanto ainda existem estigmas e preconceitos que permeiam a doença; muitas
vezes causados pela falta de informação , um exemplo disso são as duvidas
quanto a transmissão, algumas pessoas não sabem que o paciente que está em
tratamento não mais a transmite, dessa forma se afastam com medo de serem
acometidas pela doença.
Muitos
ao serem diagnosticados sentem vergonha, então não contam para seus familiares
nem amigos, enfrentam sozinhos, pelo medo de serem rejeitados ou isolados,
tornando assim o processo muito mais doloroso.
Dessa
forma, se torna muito importante um acompanhamento psicológico, além da
presença de outros profissionais de saúde, onde teriam um papel importante
desde o momento do diagnóstico, onde poderiam contribuir para amenizar as
angústias que surgirem, seja tirando dúvidas quanto à forma de tratamento, de
transmissão, podendo também esclarecer mitos e preconceitos que existe em torno
da doença.
No
enfrentamento de uma doença, como a Hanseníase, se torna fundamental um espaço,
onde o paciente possa falar das suas fantasias e medos. Um espaço em que
principalmente se sinta ouvido e acolhido. Outra forma eficiente de se
trabalhar com os pacientes é através da terapia em grupo, onde permite a troca
de experiência, onde um vai aprendendo com o outro, tanto sobre a doença,
quanto as maneiras diferentes de enfrentá-la.
Se
torna também interessante realizar um trabalho com os próprios profissionais
que estão envolvidos no acompanhamento dos hansenianos , para reavaliarem
alguns preconceitos que possam existir, e que de alguma maneira possa
interferir no tratamento do paciente.
É
necessário a realização de um trabalho também com os familiares, comunidade e
com
a sociedade de maneira geral, pois quanto mais pessoas tiverem esclarecimentos,
e o conhecimento correto sobre a hanseníase, menor será o preconceito, além de
contribuir para o diagnóstico precoce, evitando assim as possíveis sequelas.
O
importante é o engajamento de todos, seja comunidade, seja profissionais de
saúde, todos que puderem multiplicar as informações, formando assim uma rede
que cresça cada vez mais, permitindo que ocorram as mudanças necessárias.
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