O
sucesso no tratamento do câncer de pâncreas está diretamente relacionado a um
diagnóstico precoce, de acordo com alerta feito pelo A.C.Camargo Cancer Center,
da cidade de São Paulo. No entanto, para ter sucesso no tratamento oncológico é
necessário também haver avaliação de equipe médica multidisciplinar desde o
primeiro momento do tratamento. Além disso, a cirurgia deve ser feita com
preceitos oncológicos rigorosos.
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Segundo
o hospital, oito entre dez casos de câncer de pâncreas são diagnosticados em
fase mais avançada da doença, o que está relacionado com o fato de os sintomas
associados ao surgimento desses tumores serem inespecíficos e tardios. “Os
principais sintomas são emagrecimento, perda de apetite, alterações do açúcar
no sangue, dor abdominal e nas costas e coloração amarela da pele e dos olhos”.
Para
a equipe do A.C. Camargo Cancer Center, mesmo com sintomas pouco claros é
possível alterar o quadro prestando atenção nos fatores de risco para prevenir
a doença e obter diagnóstico precoce. Entre os fatores de risco para surgimento
da doença, o principal é o consumo de cigarro, seguido da hereditariedade.
“Os
fumantes têm risco aumentado em dois a seis vezes em relação aos não fumantes.
Estão no grupo de risco os indivíduos com antecedência familiar de câncer de
pâncreas ou com histórico de outras síndromes como a de mama e ovário
hereditário (mutação no gene BRCA), melanoma familial, polipose adenomatosa
familiar - relacionada ao câncer de intestino - e síndrome de Von Hippel Lindau
- relacionada ao câncer de rim hereditário”, disse o cirurgião oncologista e
diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo Cancer Center,
Felipe José Fernández Coimbra.
Para
chegar ao diagnóstico de câncer de pâncreas um dos exames necessários é o de
sangue, que investiga elevação em um marcador tumoral (CA 19-9), que pode
acontecer em até 80% dos casos. Para complementar a lista de exames é
fundamental fazer a tomografia computadorizada de abdômen.
Já
pacientes que não podem usar contraste iodado podem realizar a ressonância
nuclear magnética. De acordo com o caso, podem ser indicadas a
colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (exame realizado por endoscopia,
onde é injetado contraste na via biliar e no pâncreas) e a ultrassonografia
endoscópica (ultrassom realizado com o aparelho de endoscopia).
Segundo
o A.C. Camardo, a maioria dos pacientes submetidos à retirada dos tumores de
pâncreas devem ser tratados com quimioterapia no pós-operatório, para destruir
as células tumorais distantes que ainda estiverem vivas. “Pode ser indicada
também a realização de quimioterapia antes da cirurgia nos pacientes com
tumores localmente avançados”.
De
acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pâncreas é
responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4%
do total de mortes por essa doença. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum
a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os
casos da doença aumentam com o avanço da idade, com maior prevalência entre os
80 e 85 anos e na população masculina.
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