A
Promotoria Especializada Anticorrupção, que investiga o caso Odebrecht, no
Panamá, informou na quinta-feira (11) que apreendeu mais de US$ 13 milhões em
contas bancárias. Informou hoje (12) a Agência EFE.
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Do
total, US$ 10 milhões estão "em nome de uma empresa de construção
brasileira"; US$ 485.212 e US$ 10.766 em duas contas de um gerente da
empresa que não foi identificado, e US$ 3,2 milhões em uma conta "de
valores fixos", disse o Ministério Público (MP), em um comunicado onde não
deu mais detalhes dos fundos.
O
setor especializado foi criado para acompanhar os casos e denúncias contra a
Odebrecht, após a descoberta do escândalo do pagamento de propinas, e passou
esta informação após a divulgação do conteúdo da delação da publicitária Mônica
Moura.
Ela
afirmou que a construtora, em um acordo com o então presidente panamenho,
Ricardo Martinelli (2009-2014), financiou ilegalmente com US$ 16 milhões a
campanha do candidato derrotado, José Domingo Arias, nas eleições de 2014, vencida
pelo atual mandatário, Juan Carlos Varela.
As
delações de Mônica e de seu esposo, o também publicitário João Santana, foram
divulgadas na quinta, depois que o ministro Edson Fachin, relator da Operação
Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), retirasse o sigilo dos
testemunhos.
No
Panamá, a investigação começou após a denúncia do ex-controlador Alvin Weeden,
em setembro de 2015, sobre empresas panamenhas que foram utilizadas para
transferências de dinheiro ligadas a Lava Jato, diz a Promotoria.
Mônica
Moura e João Santana, responsáveis pelas campanhas vencedoras do Partido dos
Trabalhadores (PT) em 2006 (com Luiz Inácio Lula da Silva), 2010 e 2014 (com
Dilma Rousseff), chegaram a um acordo para colaborar com a Justiça, em troca
pelas redução de suas condenações.
Segundo
o casal, a maior parte dos recursos para a campanha eleitoral de Arias foi paga
ilegalmente pela Odebrecht com recursos não declarados e depósitos feitos no
exterior.
A
publicitária disse em sua delação que seus trabalhos no Panamá foram
intermediados pelo diretor-geral da Odebrecht no país, André Rabello, quem os
contatou pedindo ajuda para o candidato apoiado por Martinelli.
A
Odebrecht é a principal empreiteira do Panamá e desde que chegou ao país, em
2007, executou projetos de que superam os US$ 9 bilhões.
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