A
Dívida Pública Federal, que inclui o endividamento interno e externo do Brasil,
aumentou em abril. O estoque da dívida apresentou aumento de 0,32%, passando de
R$ 3,234 trilhões, em março, para R$ 3,244 trilhões, em abril, informou hoje
(24) a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda.
Saiba
Mais:
A
Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que é a parte da dívida
pública que pode ser paga em reais, teve seu estoque ampliado em 0,30%, ao
passar de R$ 3,113 trilhões para R$ 3,123 trilhões, devido aos gastos com
juros, no valor de R$ 21,75 bilhões, descontado pelo resgate líquido, no valor
de R$ 12,37 bilhões.
Com
relação ao estoque da Dívida Pública Federal Externa, captada do mercado
internacional, houve aumento de 0,81% sobre o estoque apurado em março,
encerrando o mês de abril em R$ 121,28 bilhões (US$ 37,92 bilhões). "A
variação ocorreu principalmente devido à desvalorização do real frente às
principais moedas que compõem o estoque da dívida externa", diz relatório
do Tesouro.
A
variação do endividamento do Tesouro pode ocorrer por meio da oferta de títulos
públicos em leilões pela internet (Tesouro Direto) ou pela emissão direta. A
variação pode ocorrer também pela assinatura de contratos de empréstimo. Neste
caso, o Tesouro toma empréstimo de uma instituição ou de um banco de fomento,
destinado a financiar o desenvolvimento de uma determinada região. Já a redução
do endividamento se dá, por exemplo, pelo resgate de títulos.
De
acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), a dívida pública poderá fechar
este ano entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões.
Leilões extraordinários
Em
atuação coordenada com o Banco Central para acalmar o mercado, o Tesouro
Nacional anunciou hoje (24) que realizou leilões extraordinários de títulos
públicos. Segundo o Tesouro, os leilões extraordinários são realizados em
“períodos de elevada volatilidade do mercado financeiro”. O mercado enfrenta
efeitos da crise gerada pela delação dos empresários Joesley e Wesley
Batista, donos da empresa JBF, com acusações contra o presidente Michel Temer,
o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR),
entre outras pessoas.
O
Tesouro Nacional informou que realizou nos últimos dias (19, 22 e 23 de maio)
leilões extraordinários de compra e venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN),
Notas do Tesouro Nacional, Série F e Notas do Tesouro Nacional, Série B. Com
esses leilões, foi efetuado um resgate líquido total de aproximadamente R$ 2,11
bilhões. Também nesses três dias, o Banco Central fez leilões de novos
contratos de swaps cambiais tradicionais, que equivalem à venda futura de
dólares.
“O
Tesouro Nacional entende que os leilões cumpriram com o objetivo de fornecer
parâmetros de referência de preços e contribuíram para um melhor funcionamento
do mercado financeiro nos últimos dias”, diz nota do órgão.
Segundo
a coordenadora de Operações da Dívida Pública, Márcia Tapajó, nos últimos dias
o mercado ficou sem parâmetros. Por isso, foram realizados os leilões de compra
e venda. “O que procuramos sempre fazer é olhar com cuidado sempre que a gente
observa essa disfuncionalidade, a gente atua”, disse Márcia, na entrevista para
apresentar os dados da dívida pública. Ela acrescentou que os leilões
extraordinários estão previstos no PAF.
O
Tesouro também anunciou o cancelamento de leilões de venda de LTN e NTN-F
previstos para amanhã (25) e que “permanecerá monitorando as condições de
mercado, buscando, por meio de suas ações, garantir o bom funcionamento do
mercado de títulos públicos e de outros mercados correlatos”, diz a
coordenadora.
Colchão de liquidez
O
coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando
Alves, disse que a política do Tesouro é de sempre manter antecipadamente “em
caixa um colchão de liquidez [recursos disponíveis]” de três a seis meses para
dívida que ainda vai vencer. “Hoje estamos próximos de seis meses de vendimento
de dívida em caixa”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi