O
plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (27) punir o PT e o
PMDB por irregularidades na prestação de contas de 2011, identificadas em
pareceres da área técnica do tribunal. Mais cinco partidos receberam sanção:
DEM, PSOL, PSTU, PSL e PTC.
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A
maior punição foi a do PT, que teve suas contas reprovadas parcialmente, sendo
condenado a retornar R$ 5,6 milhões ao erário, além de deixar de receber R$ 7,8
milhões referentes à cota de um mês do Fundo Partidário deste ano. Entre as
principais irregularidades identificadas está o pagamento de empréstimos
fraudulentos ligados à Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão.
O
PMDB teve suas contas aprovadas com ressalva e foi condenado a retornar R$ 762
mil aos cofres públicos. O partido foi punido, principalmente, por
irregularidades na contratação de uma agência de publicidade e pelo pagamento
de um advogado para defender um filiado em uma ação não relacionada à atividade
partidária.
Também
com suas contas aprovadas com ressalvas, o DEM não foi condenado a devolver
dinheiro aos cofres públicos, mas terá que direcionar mais de R$ 1 milhão do
Fundo Partidário deste ano para financiar ações de incentivo à participação da
mulher na política. O valor exato ainda será calculado, informou a assessoria
do TSE.
PSOL,
PSTU e PTC também tiveram suas contas aprovadas com ressalvas. Juntos, eles
terão que devolver R$ 766 mil aos cofres públicos. Assim como o PT, o PSL teve
suas contas reprovadas parcialmente, e terá que retornar R$ 114 mil ao erário.
Presentes
na audiência, os advogados dos partidos expressaram preocupação em saber de
onde as agremiações vão retirar os recursos a serem devolvidos, já que as cotas
do Fundo Partidário deste ano não podem ser usadas para isso e, desde 2015, as
legendas enfrentam restrições no recebimento de doações feitas por pessoas
jurídicas.
“Agora não sabemos de onde vamos tirar, vamos
recorrer em relação a isso”, disse o advogado do PMDB, Renato Ramos.
Desaprovação
parcial X aprovação com ressalva
Na
sessão desta quinta-feira, o TSE reforçou sua jurisprudência de ser flexível
com as irregularidades que fiquem abaixo dos 10% do total do Fundo Partidário
recebido pela legenda no ano das contas julgadas. Foi o caso do PMDB, que, por
essa razão, teve suas contas aprovadas com ressalvas e foi alvo de sanções mais
brandas.
As
irregularidades do PT, por outro lado, somaram mais do que 10% do Fundo
Partidário recebido em 2011, motivo pelo qual a agremiação teve suas contas
desaprovadas parcialmente e, além de ter que ressarcir dinheiro os cofres
públicos, deixará também de receber parte dos recursos deste ano.
“Se
não for isso, vai ser um rigor danado, demonstrando até os centavos. Não tem
quem demonstre. Nem na sua conta pessoal você demonstra. Experimente puxar sua
conta bancária. Tem coisa lá que você não sabe o que é”, disse o ministro
Napoleão Nunes, ao ser questionado sobre a tolerância observada pelo TSE, cujo
critério de 10% não tem respaldo em lei.
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