O ex-presidente
executivo e atual presidente do Conselho de Administração da empreiteira
Odebrecht, Emílio Odebrecht, disse, em depoimento ao Ministério Público
Federal, ter feito repasses por meio de caixa 2 para as campanhas eleitorais de
Fernando Henrique Cardoso em 1993 e em 1997.
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“Eu não tenho dúvida de que houve alguma
coisa, que teve de caixa 2 e de caixa oficial. Se ele soube ou não, eu acho até
que não deve ter sabido. Eu também não sabia esses detalhes”, disse Emílio
Odebrecht, em depoimento.
Ao
lado do depoimento de mais 76 executivos e ex-executivos das empresas Odebrecht
e Braskem, o depoimento de Emílio Odebrecht serviu de base para a decisão do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizar a abertura de
investigação contra oito ministros do governo federal, três governadores, 24
senadores e 39 deputados federais.
Antes
de os vídeos das delações serem divulgados oficialmente pela Justiça, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já havia negado irregularidades. Em
vídeo, divulgado nas redes sociais, FHC defendeu a ampla investigação dos
fatos. “Não tenho nada a esconder, nada a temer. Eu vou ver com calma do que se
trata. Por enquanto não há nada específico. É tudo muito vago”, disse o
ex-presidente.
Dilma e Lula
Em
depoimento aos procuradores, o empresário Marcelo Odebrecht, filho de Emílio e
ex-presidente do grupo, afirmou também que os ex-presidentes Dilma Roussef e
Luiz Inácio Lula da Silva sabiam de doações não contabilizadas da
empreiteira para a campanha deles à Presidência da República.
O
empresário disse que se encontrou com a ex-presidente Dilma em 2015 no México,
e afirmou que fez um alerta sobre a possível contaminação que o caixa 2 poderia
causar à campanha dela por causa das investigações da Lava Jato.
"No
que tange à questão de caixa 2, tanto Lula quanto Dilma, eles tinham
conhecimento de um montante, não necessariamente do valor preciso, mas tinham
conhecimento da dimensão de todo o nosso apoio ao longo dos anos. A Dilma, ela
sabia, que grande parte do nosso apoio tava direcionado para João Santana
[responsável pelo marketing da campanha]. E especificamente em 2015, no
encontro que tive, já com a Operação Lava Jato deflagrada, tive consciência de
todos os depósitos que tinham sido feitos, eu mostrei a ela a quantidade que poderia
contaminar a campanha dela", disse em um dos depoimentos da delação
premiada.
Dilma
e Lula negam as acusações e dizem que as afirmações de Marcelo são falsas.
Primeira instância
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou o envio das
citações de ex-executivos da Odebrecht aos ex-presidentes Fernando Henrique
Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para a primeira instância
da Justiça. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo
fato de os acusados não terem mais foro privilegiado no STF.
Com
a decisão do STF, FHC deverá responder às acusações na Justiça Federal em São
Paulo.
As
acusações contra o ex-presidente Lula foram enviadas para a Justiça Federal no
Paraná. Nos depoimentos, os colaboradores ligados à Odebrecht também citaram
supostas tratativas com Lula para viabilizar politicamente a edição de uma
medida provisória para evitar a intervenção do Ministério Público nos acordos
de leniência assinados com empresas na Lava Jato.
Um
pedido de influência de Lula para que a Odebrecht conseguisse fechar negócios
com o governo angolano e reformas em um sítio em Atibaia (SP), além do
pagamento de palestras em troca de favorecimento da empresa também constam nos
depoimentos.
No
caso da ex-presidenta Dilma, foram citados supostos pagamentos de caixa dois
para a campanha eleitoral. As acusações foram enviadas para a Justiça Federal
em São Paulo.
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Com informações da TV Brasil
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