O
alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, deplorou
nesta terça-feira (28) a enorme perda de civis ocorrida recentemente na região
oeste da cidade de Mossul, no Iraque.
"Corpos continuam sendo encontrados em prédios onde civis estavam sendo usados como escudos humanos por terroristas do Estado Islâmico", disse Al Hussein.
Essas
pessoas foram mortas após ataques aéreos conduzidos pelas forças de segurança
iraquianas e pelas forças de coalizão contra o Estado Islâmico. Vários
moradores foram vítimas de explosivos improvisados colocados nos prédios pelos
terroristas.
Entre
17 de fevereiro e 22 de março, 307 pessoas morreram e 273 ficaram feridas em
Mossul. O incidente mais grave aconteceu em 17 deste mês, quando um ataque
aéreo que tinha como alvo atiradores do Estado Islâmico acabou atingindo uma
casa em um bairro de Mossul. Testemunhas relataram que os terroristas obrigaram
140 civis a entrar na casa antes do ataque. Pelo menos 60 morreram.
Investigações
Em
Genebra, o porta-voz do alto comissário, Rupert Colville, disse que testemunhas
afirmaram que foram obrigadas a acompanhar os terroristas pelas ruas e que o
grupo lhes informou que "a melhor
coisa que poderiam fazer era morrer pelo califado".
O
chefe dos Direitos Humanos da ONU apoia as investigações sobre os incidentes
que estão sendo feitas pelas forças de segurança iraquianas. Zeid Al Hussein
lembra que essas investigações "precisam
ser transparentes e estabelecer o número exato de mortes em cada caso, com os
resultados sendo divulgados ao público".
Desrespeito
O
alto comissário condena a estratégia do grupo islâmico de "usar crianças e adultos como escudos",
considerando esse tipo de atitude "covarde
e vergonhoso", já que desrespeita os padrões mais básicos de dignidade
humana e de senso moral.
Ele
pediu ao governo do Iraque que reveja suas táticas com urgência para garantir
que os impactos sobre os civis sejam os menores possíveis, garantindo os
direitos da população. Desde que as operações para a retomada de Mossul
começaram, em outubro, quase 286 mil pessoas foram deslocadas de suas casas. O
levantamento é da Organização Internacional para Migrações.
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