A oposição
venezuelana descartou nessa quarta-feira (11) a retomada do diálogo com o
governo do presidente Nicolás Maduro, congelado desde dezembro passado, mas se
mostrou disposta a conversar com o enviado do papa Francisco. A informação é da
Agência France Press (AFP).
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"O
diálogo não pode ser concebido como uma maneira de fazer o país perder
tempo", declarou Jesús Torrealba, secretário executivo da coalizão
opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Alegando que o
governo não cumpriu os acordos acertados, os delegados opositores suspenderam
sua participação, em 6 de dezembro passado, quando deveria ocorrer a terceira
rodada de negociações para superar a crise política e econômica.
Amanhã (13)
vence o prazo proposto pelo Vaticano e a União das Nações Sul-Americanas
(Unasul) - facilitadores do diálogo - para que sejam criadas as condições que
permitam a retomada do diálogo.
Os
facilitadores haviam exortado os poderes públicos a se "abster de tomar
decisões" passíveis de torpedear os contatos, mas as tensões acabaram se
aprofundando.
A maioria
opositora do Parlamento declarou, esta semana, Maduro em "abandono do
cargo", ao responsabilizá-lo pela crise, e exigiu a convocação de eleições
presidenciais.
A decisão é
considerada ilegal pelo chavismo, que pediu sua anulação pelo Supremo Tribunal
e uma ação penal contra os deputados que aprovaram a medida.
Apesar de
rejeitar os contatos diretos com o governo, Torrealba contemplou a
possibilidade de um encontro com o enviado do Papa, monsenhor Claudio María
Celli.
"Se, por
alguma razão, aqui chegar na próxima sexta um representante do Vaticano,
monsenhor Celli ou qualquer outro, vamos recebê-lo com os braços abertos".
O principal
delegado de Maduro, Jorge Rodríguez, anunciou na terça-feira que Celli viajará
à Venezuela para reativar a negociação.
"Nos
entrevistamos com o monsenhor Celli em sua residência, e ele nos manifestou que
o papa Francisco persiste em acompanhar o diálogo na Venezuela", declarou
Rodríguez, que se reuniu com o religioso na sexta-feira passada, em Roma.
A MUD exige a
convocação de eleições, mas o chavismo nega discutir esse tema na mesa de
negociações. "Não discutimos e nem vamos discutir antecipar qualquer data
para as eleições presidenciais", afirmou Rodríguez.
As eleições na
Venezuela estão previstas para dezembro de 2018.
Agencia Brasil
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