Por Wesley
Sousa
O cientista
político Noam Chomsky afirma, com toda razão, que o neoliberalismo não tem nada
de novo, tampouco de liberal. O “liberalismo” se converteu em mera ideologia
construída em prol das elites (através de seus sacerdotes, vulgo
economistas), legitimando a exploração e a miséria da grande maioria da
população em prol da “liberdade” de uma minoria privilegiada. E Domenico
Losurdo aponta o âmago da questão ao denunciar a associação entre “liberalismo”
e concepções escravocratas.
Locke não defendeu
a escravidão?…
John Calhoun
reconhecia na escravidão não um mal necessário, mas propriamente um bem
positivo, e até mesmo Washington e Jefferson eram coniventes com a prática da
escravidão. Dessa faceta nasce o neoliberalismo de Mises, Friedman, Hayek e
afins. Se louva a liberdade sempre em favor de alguns poucos afortunados.
Donde Mises e
Hayek escreveram “elogios” ao fascismo e à uma “ditadura liberal” e, Friedman,
por sua vez, que foi conselheiro econômico de Pinochet, na ditadura militar
chilena.
A crescente
onda liberal que toma roupagem de modismo é um claro sintoma de pouco
conhecimento teórico e uma perspectiva unilateral. O real liberalismo, em seus
elementos positivos, se mantém vivo nas correntes emancipatórias, que deram uma
roupagem universalista para a noção de liberdade.
Não existe
liberalismo emancipatório! As correntes posteriores como o socialismo em seus
diferentes representantes terão sua raiz em concepções liberais, assim como o
anarquismo.
Mas,
evidentemente, o liberalismo se converte em uma visão de mundo conservadora e
retrógrada. Quando falo que o liberalismo real vive nas correntes
emancipatórias me refiro ao elemento teórico de prezar as liberdades
individuais e ter por pedra-angular a noção de autonomia.
A noção de
emancipação emerge com os teóricos de uma democracia plena, no sentido
originário do termo, de autogestão, de governo do povo pelo povo; como ofensa
às oligarquias, em outras palavras, com os socialistas, comunistas e
anarquistas. O resto é teologia e propaganda enganosa – idealismo besta com
trajes de “verdades”.
O liberalismo
não tem por objetivo a emancipação humana. Ele nasce como contraposição ao
absolutismo, é um avanço em direção à liberdade humana, mas não sua realização.
Por: André dos
Santos (adaptado).
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