Da Agência
Brasil
A prisão do
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral atinge em cheio o PMDB no estado
e dificulta a situação da legenda diante da opinião pública para a disputa pelo
governo estadual em 2018, segundo o cientista político, professor e pesquisador
do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio, Ricardo Ismael.
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Além disso,
segundo o pesquisador, a situação de colapso financeiro do Rio tem repercussão
nacional e também deve dificultar a indicação de um candidato do PMDB ao
governo do estado em 2018, já que a legenda administra o Rio de Janeiro desde
2004.
“Quando um
governo chega a uma situação que este chegou, o desgaste é imenso e acho pouco
provável que consiga se recuperar a tempo de em 2018 o PMDB ter um candidato
para manter a continuidade política no governo do estado”, disse Ismael.
“Acho que o
ciclo do PMDB no estado do Rio de Janeiro se encerra. Já se encerrou na
capital. É evidente que terá que esperar a eleição de 2018 para que isso fique
mais oficializado, mas não vejo como consiga de recuperar até 2018. Isso não
quer dizer que o PMDB desapareça, mas vai ter um desgaste profundo. Sobrevive
ainda porque tem prefeitos e vereadores no interior”, analisou.
Ajuste
fiscal
Na avaliação
do pesquisador, outro efeito da prisão de Cabral será o aumento da resistência
da população às medidas de ajuste fiscal propostas pelo governador Luiz
Fernando Pezão, também do PMDB. “A prisão do ex-governador Sérgio Cabral e a
crise financeira terminam, provavelmente, fortalecendo uma mobilização
contrária ao pacote que foi enviado pelo governador Pezão à Assembleia
Legislativa.”
O sociólogo da
Universidade Federal do Rio de Janeiro Paulo Baía também destacou que a
população tende a relacionar a crise nas contas do estado às denúncias de
desvios nas gestões de Cabral e do ex-governador Anthony Garotinho, também
preso esta semana, e que isso pode ter impacto no atual governo.
“O fato de
dois ex-governadores dos últimos anos serem presos já é um grande impacto e
afeta diretamente o governo Pezão, na medida em que eles foram a base de
política continuada no estado”, apontou.
Baía destacou
que, no despacho que autorizou a prisão de Cabral, o juiz federal Sérgio Moro,
titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, indica o peemedebista como responsável
direto pela crise financeira do Rio.
“Ele coloca
toda a crise social e a crise institucional na responsabilidade do Sérgio
Cabral e em governos como o dele. É evidente que com a prisão dele e os
argumentos da prisão batem de frente no governo Pezão, que já tinha pouca e
agora fica sem margem de manobra”, avaliou.
Partido
relevante
Ex-presidente
do PMDB, o presidente Michel Temer disse hoje (17), após a prisão de Cabral,
que o partido continuará cumprindo um “papel relevante para a história
brasileira”, que tem milhões de filiados e deve ser “analisado na plenitude de
todas as suas ações”.
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