Um torcedor
foi detido hoje (6) à tarde, durante as finais da competição de tiro, no
sambódromo do Rio de Janeiro. Ele foi retirado da arquibancada, na presença da
família, por agentes da Força Nacional, alegando que o torcedor havia gritado
“Fora, Temer”, o que ele nega. A Secretaria Extraordinária de Segurança de
Grandes Eventos, do Ministério da Justiça, procurada, não justificou a detenção
do torcedor, que quase acabou expulso do local.
Vídeos na
internet também mostram torcedores expulsos do Mineirão, em Minas Gerais, onde
ocorria a final do jogo de futebol feminino entre França e Estados Unidos. O
grupo vestia camisas que, juntas, formavam a frase “Fora Temer”. Eles também
foram retirados da arena por policias militares, responsáveis pela segurança do
público nesta olimpíada.
No Rio, o
geofísico detido, de 40 anos, acompanhava a mulher e dois filhos menores e
preferiu não se identificar à Agência Brasil. Em vídeo divulgado na internet,
ele recebe voz de prisão, depois de ser abordado por três militares, alegando
que o torcedor era o autor do grito “Fora, Temer”. Em tom de coação, os
policiais ainda ameaçaram confiscar o telefone da esposa do espectador, que
filmava a abordagem, quando ela questionou a legalidade da prisão.
Antes de os
policiais chegarem, o torcedor confirma que exibiu um cartaz com a expressão
“Fora, Temer!”, o que é proibido pela organização dos Jogos Rio 2016. No
momento, um agente da Força pediu para que ele fechasse o cartaz, no que foi
atendido prontamente. A organização não permite protestos religiosos ou
políticos nas arenas olímpicas, para evitar confusão.
Minutos
depois, um outro torcedor, segundo a família, gritou “Fora,Temer”, o que fez
com que os agentes voltassem a abordar o geofísico. Como ele negou ser autor do
grito, acabou sendo retirado à força pelos policiais, que só tiveram a ação
interrompida por um membro do Comitê Rio 2016. O responsável pela arena
explicou que a expulsão era uma medida extrema desnecessária, bastando ao
torcedor se comprometer a não realizar mais nenhum tipo de protesto políticos.
Por fim, o
geofísico foi liberado e conseguiu ver a disputada medalha de ouro no tiro.
Regras
O Comitê Rio
2016 divulgou no início de julho regras que restringem os objetos que podem ser
levados para os locais de prova, entre eles “qualquer item que possa ser
utilizado para realização de protestos na instalação - como cordas, algemas,
faixas e cartazes de protesto”. Foram proibidos também “itens de cunho
político, religioso ou outros temas que possam ser utilizados para causar
ofensa ou incitar discórdia”.
A Lei da
Olimpíada (13.284/2016) proíbe “portar ou ostentar cartazes, bandeiras,
símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, de caráter racista ou
xenófobo ou que estimulem outras formas de discriminação”, mas ressalva o
direito constitucional à livre manifestação e liberdade de expressão.
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