Maiana Diniz –
da Agência Brasil
O Centro de
Cooperação Policial Internacional (CCPI), criado sob a coordenação da Polícia
Federal para agilizar a troca de informações e o levantamento de dados de
inteligência entre polícias de diversos países durante os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos de 2016, foi inaugurado hoje (1º) à tarde na sede da Interpol
(Polícia Internacional), em Brasília.
O ministro da
Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, participou da inauguração e disse que
250 policiais de 55 países vão atuar 24 horas por dia no CCPI com dois
objetivos principais: a prisão de criminosos internacionais foragidos e que
eventualmente venham ao Brasil e a troca de informações para captar qualquer
possibilidade de preparação de atos terroristas.
“Não há nada
mais inteligente para o combate a criminalidade e para o combate ao terrorismo
do que a prevenção. Inteligência, informação e cooperação. Esse centro
possibilita que cada um dos policiais que estão aqui presentes possam se
comunicar imediatamente com seu país de origem, uma comunicação em tempo real,
consultando bancos de dados do seu país de origem e fazendo o cruzamento desses
dados”, disse.
Alexandre de
Moraes está confiante de que os jogos vão transcorrer com tranquilidade e
segurança e avalia que o país está preparado para atuar nos aeroportos e arenas
olímpicas em caso de necessidade.
“O Brasil está
totalmente preparado, como todos os países do mundo que têm a melhor
preparação. Nenhum país nem ninguém pode afirmar 100% que não ocorrerá um crime
ou um ato, isso é uma afirmação impossível. O que posso afirmar é que fizemos a
lição de casa. Tudo de mais moderno, tudo que há de integração com outros
países, tudo que há de informação e inteligência, nós temos no Brasil. Estamos
preparados para qualquer eventualidade.”
O CCPI faz
parte do sistema integrado de comando e controle da Polícia Federal para
grandes eventos. A primeira edição do centro foi montado durante a Copa das
Confederações, em 2013, quando 22 policiais de oito países atuaram em parceria
na país. Na Copa do Mundo, em 2014, a estrutura foi ampliada e teve a atuação
de 205 policiais de 37 países.
Agora, para as
Olimpíadas e Paralimpíadas, os policiais de 55 países vão se dividir em dois
centros de comando e controle, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro, que
será inaugurado na terça-feira (2).
Dupla
checagem
O ministro da
Justiça avaliou que desde a Copa do Mundo houve um processo de aperfeiçoamento
da forma de trabalho da Polícia Federal e da Interpol, além da ampliação de
cruzamentos de informações em bancos de dados internacionais.
“Nós temos
hoje a possibilidade de acesso a todas as pessoas que embarcam para o Brasil e
nós temos essa informação antes de essas pessoas chegarem ao Brasil para que
possamos checar se há algum problema em qualquer desses bancos de dados
internacionais”, disse. “Temos também os dados de documentos furtados ou
roubados de todos esses países, caso esses documentos sejam apresentados no check
in ou na imigração, isso imediatamente seja apontado à autoridade da
imigração”.
Segundo o
ministro, o programa de cruzamento de bancos de dados criado para as Olimpíadas
permite uma dupla checagem da imigração nos aeroportos a partir da coleta de
digitais. “Além da checagem normal, agora temos essa dupla checagem, duas vezes
mais segurança”, disse.
A novidade
evitou que um criminoso foragido entrasse no país na última quarta-feira (27).
“Na semana passada, no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, uma pessoa que vinha
da Inglaterra, mas de nacionalidade, salvo engano, do Quatar, quando ele
colocou o dedo [no sistema de leitura de digitais] deu que havia um mandado de
prisão expedido pela Inglaterra, e a Interpol o estava procurando por
estelionato. Isso constou e ele foi imediatamente deportado.”
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