Por Emerson Santiago
Militarismo é
o nome dado a uma filosofia que é favorável à preponderância do elemento
militar na vida política e administrativa de uma nação. É a expansão das
práticas militares para a vida política e social de uma nação. Tal conceito
defende que uma expressão militar do poder de um estado é fundamental na
formulação e condução das políticas públicas, e consequentemente resulta na
preponderância da classe militar em relação aos civis, ou a sua forte
influência na tomada de decisões.
O termo
militarismo é derivado do substantivo latino miles, plural, militis (soldado,
soldados), que é combinado com o sufixo grego “ismo”, comum em muitas palavras
em português, originalmente derivado do grego antigo, e utilizado com
frequência em filosofia e política para fazer referência a uma ideologia de
algum tipo.
As ideias do
militarismo aparentemente se fazem presentes há muitos séculos, em íntima relação
com o fenômeno da guerra. O enfrentamento armado entre os grupos humanos
parece ser uma contingência da história do homem. Gradualmente, tais grupos
começam a se armar, não só para caçar e defender-se dos animais ferozes, mas
também para atacar os outros grupos hostis de forma planejada.
Assim, de
acordo com a filosofia militarista, as organizações militares terão papel
fundamental na constituição dos estados. A atividade militar nas democracias
liberais deve ser cultivada como uma profissão regular, com uma ética
profissional própria, orientada, acima de tudo, pela virtude da obediência.
Quanto mais profissionalizado for o setor militar, melhor será a relação com os
civis.
No Brasil, as
ideias militaristas tiveram um campo bastante fértil durante mais de cem anos,
entre a metade do século XIX e a metade do XX. A guerra do Paraguai foi o ponto
de partida para uma maior mobilização da classe militar. De fato, os dois
primeiros presidentes do Brasil república foram militares (Deodoro da Fonseca e
Floriano Peixoto). Após um período de “recesso”, os militares voltam a
influenciar os acontecimentos nacionais com os movimentos tenentistas da década
de 20 do século XX, que culminaram no golpe de 1930 contra a chamada “república
velha”. Os militares voltarão a interferir no jogo político ao destituir Getúlio
Vargas em 1945, e dez anos depois, na tomada de posse de Juscelino Kubitschek.
Finalmente,
com o golpe de 1964, os militares terão a oportunidade de administrar o estado
e colocar em prática os conceitos do militarismo, com resultados bastante
questionáveis. Hoje em dia, a doutrina militarista é mais condenada do que
aceita, e tanto no Brasil como no exterior, sua prática encontra-se em
retrocesso.
O militarismo
hoje está presente em diversas nações, como Coréia do Norte, Israel, Rússia,
Estados Unidos, Alemanha, Japão, Índia, Venezuela, entre outros.
Bibliografia:
Militarismo. Disponível em:
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