Com a abertura
da Ordem do Dia no plenário da Câmara, foi adiada mais uma vez a decisão da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o relatório do deputado Arthur
Lira (PP-AL), em resposta à consulta sobre o rito de cassação de parlamentares
no Plenário da Casa. Criticada pelos adversários de Cunha, que apostam na
rejeição da proposta, a consulta motivou, segundo o grupo que defende a cassação
do mandato do peemedebista, trocas repentinas na composição da comissão.
As
substituições de integrantes do colegiado foi destacada quando o deputado
Jorginho Mello (PR-SC) anunciou sua saída por decisão do partido. “Fui
substituído sem consulta e sem informação”, reclamou o parlamentar. Jorginho e
Paulo Freire eram titulares e se tornaram suplentes. Laerte Bessa e Wellington
Roberto passaram de suplentes a titulares e a deputada Clarissa Garrotinho, que
está em licença maternidade, saiu da suplência e entrou Hugo Leal.
O deputado
Esperidião Amin (PP-SC) disse que essa medida é inédita na Comissão de Ética.
Amin reforçou a defesa de Mello, ao destacar que ele é um parlamentar assíduo e
atuante no grupo. “Cheira mal”, disse.
Júlio Delgado
(PSB-MG) também reiterou que a consulta “está cheirando mal” e afirmou que há
uma "tentativa clara" de repetir o que chamou de "manobras
adotadas" no Conselho de Ética e também na CCJ.
“Quero ser
solidário a Jorginho Mello. E teve outro, do PR, e por coincidência entraram
outros dois que são aliados de Cunha”, denunciou Delgado, sem citar os nomes. O
presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB), pediu para que a secretaria da
comissão fizesse um levantamento sobre as trocas.
“Vamos começar
a contar. Depois de ver que esta consulta não vai prosperar, agora começa a
mudança de membros desta comissão. Não aceitemos este jogo na CCJ. Se
começarmos a prática que vimos durante um ano e meio no Conselho de Ética, onde
tivemos 14 modificações, vamos denunciar todo o dia os nomes”, afirmou.
Alvo de
críticas, o relator da consulta, Arthur Lira (PP-AL), disse que não admite ser
acusado de participar de manobras. “Eu estou tratando de uma consulta
regimental que tem que ser esclarecida”, afirmou.
A consulta foi
feita pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), e o parecer de
Lira pode alterar o destino do presidente afastado da Câmara. De acordo com o
relator, há a possibilidade de, no plenário, onde a decisão do conselho precisa
ser submetida caso aprovada no colegiado, de que, ao invés do parecer do
conselho, os parlamentares deliberem sobre um projeto de resolução que pode ser
apresentado, incluindo uma pena mais branda para Cunha ou até sua absolvição.
Maranhão
também perguntou se, no caso da votação de projeto de resolução, serão
admitidas emendas ao texto no plenário e se elas podem “ser prejudiciais ao
representado”. Lira respondeu que o texto do projeto de resolução pode ser
emendado pelos parlamentares, mas que as emendas não poderão prejudicar o
representado, sob pena de “de violação da ampla defesa, prevista no § 2º do
artigo 55 da Constituição”.
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