Os senadores
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Telmário Mota (PDT-RO) e Angela Portela (PT-RR)
se reuniram hoje (28) com o ministro-chefe do gabinete da Presidência, Jaques
Wagner, no Palácio do Planalto, para entregar uma carta à presidenta Dilma
Rousseff pedindo que ela apoie a ideia de uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) propondo novas eleições presidenciais este ano, para um mandato tampão de
dois anos.
A PEC propõe a
eleição de presidente e vice-presidente em outubro próximo, junto com as
eleições municipais. A posse presidencial seria em janeiro do ano que vem e o mandato
terminaria no fim de 2018.
Argumentos
Na carta, os
senadores apelam para a “grandeza e coragem” das lideranças políticas para
superar a “gravidade do momento por que passa a nação brasileira”.
Segundo o
texto, a PEC 20/2016, que propõe a convocação de nova eleição presidencial para
este ano, foi elaborada com o apoio de 30 senadores. Os parlamentares dizem que
a crise política do governo de Dilma não será resolvida com o processo de impeachment
que tramita no Senado.
De acordo com
os parlamentares, a proposta de novas eleições pode ter o “condão de unificar”
o país para sair do impasse que hoje paralisa a economia e impõe incertezas ao
país.
Eles pedem que
Dilma apoie a PEC, já em tramitação, ou remeta uma nova proposta, de autoria do
Poder Executivo, para garantir que o futuro governo seja eleito pelo voto
popular.
Além de
Randolfe, Telmário e Angela, também assinam a carta os senadores João
Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Roberto Requião (PMDB-PR), Otto
Alencar (PSD-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Jorge Viana (PT-RS) e Paulo
Paim (PT-RS).
“A ideia desta
carta à presidenta, subscrita pelos senadores, foi dialogada com o presidente
Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] ontem pela manhã. O ministro
Jaques Wagner disse que ainda hoje conversará com a presidenta sobre essa
sugestão dos senadores. Essa é a única alternativa que podemos vislumbrar para
resolver a grave crise política que contamina a economia”, disse Randolfe.
Perguntado se
há viabilidade política para que a PEC seja aprovada, o senador disse que a
proposta responde a uma necessidade do Brasil. “Seja agora, ou seja daqui a
duas semanas com o eventual impeachment da presidenta, o Congresso Nacional
deverá soberanamente entender se essa é a alternativa para a crise. Vejo
viabilidade porque a proposta tem uma dinâmica própria”, disse, ainda, que a
proposta não é imposta pelo atual governo ou por um eventual governo do
vice-presidente Michel Temer. “O clamor para novas eleições não virá apenas do
Congresso, mas também das ruas”, acrescentou.
Plebiscito
Em entrevista
após a reunião com o ministro Jaques Wagner, Randolfe afirmou que a presidenta
também poderia propor um plebiscito que levaria ao referendo popular a decisão
sobre a continuidade ou não do governo de Dilma Rousseff e do vice-presidente
Michel Temer. “A presidenta da República tem as prerrogativas constitucionais
de fazer esse encaminhamento. A presidente ainda é Dilma Rousseff e a
legitimidade dessa proposta tem que partir dela.”
Segundo o
senador, Dilma poderia encaminhar um projeto de resolução para o plebiscito
para o Congresso Nacional, que seria realizado paralelamente às eleições
municipais deste ano.
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