A presidenta
Dilma Rousseff recebeu hoje (28) o apoio do ganhador do Prêmio Nobel da Paz de
1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, contra o processo de impeachment que
tramita no Senado.
“Está muito
claro que o que se está preparando aqui é um golpe de estado encoberto, o que
nós chamamos de um golpe brando”, afirmou Esquivel, após o encontro no Palácio
do Planalto.
Ele comparou o
processo de impeachment de Dilma ao que ocorreu em Honduras e no Paraguai com
as destituições dos presidentes Manuel Zelaya, em 2009, e Fernando Lugo, em
2012. “Agora, a mesma metodologia, que não necessita das Forças Armadas, está
sendo utilizada aqui no Brasil. A metodologia é a mesma, não há variação com o
golpe de estado nesses países. Países que querem mudar as coisas com políticas
sociais são alvo dessa política de tratar de interromper o processo
democrático.”
Solidário
com Dilma
O Nobel da Paz
disse que veio prestar “solidariedade e
apoio para que não se interrompa o processo constitucional de Brasil porque
isso seria um dano não apenas para o povo brasileiro como para toda a América
Latina.” “Seria um retrocesso muito
grave para o continente. Sou um sobrevivente da época da ditadura [militar na
Argentina]. Nos custou muito fortalecer as instituições democráticas. Aqui se
está atacando as instituições democráticas”, afirmou Esquivel.
Segundo o
argentino, um eventual governo de Michel Temer poderia ser questionado no
Mercosul e na União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que poderiam não
reconhecer uma administração que surja de um “golpe de estado.”
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