Um dia após a aprovação da continuidade do processo de impeachment
da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, a porta-voz
nacional da Rede, Marina Silva, voltou a se posicionar a favor de novas eleições presidenciais.
"A saída para o Brasil não é Dilma, nem Temer [vice-presidente Michel
Temer] é uma nova eleição, que possibilite aos partidos se
reapresentarem para a sociedade brasileira", defendeu hoje (18), em
coletiva de imprensa.
Marina não se apresentou como candidata.
Segundo a ex-ministra, o melhor caminho para o país é a cassação da
chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Rede solicitou, na
última terça-feira (12), ao TSE, a admissão como amicus curiae
(amigos da corte) nos quatro processos contra a chapa de Dilma e Temer
e, com isso, poder trazer novos fatos aos processos. A expectativa é que
haja um resposta até o final desta semana.
Amicus curiae é alguém que, mesmo sem ser parte, é chamado ou se
oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar
ao Tribunal a sua opinião sobre o debate nos autos.
Para a Rede, o processo de impeachment tem
bases legais, mas não alcança a finalidade de resolver a crise
política, econômica e social do Brasil. Marina diz que se posiciona a
favor do impeachment, apesar da bancada do partido na Câmara
ter sido liberada para o voto, ontem. Ela que se posicionará a favor,
também, caso seja admitido o processo de impeachment de Temer.
"Toda
a chapa está comprometida. PT e PMDB praticaram juntos crime de
corrupção, tomaram as decisões que levaram à crise juntos", diz. "O impeachment não é golpe", acrescenta.
Marina
acredita que novas eleições serviriam para reunificar um país dividido.
"Nesse momento, temos que buscar transição, que pode ser pactuada e
legitimada com novas eleições, que unem brasileiros. A saída para essa
crise está na mãos dos sete ministros [do TSE] que podem devolver aos
200 milhões de brasileiros a saída que não foi encontrada pelas
lideranças políticas pela falta de legitimidade para fazê-lo".
A
Rede aposta que as denúncias feitas na Operação Lava Jato podem
contribuir para acelerar o processo de impeachment contra Temer em
tramitação do TSE. A expectativa é que novas eleições presidenciais
possam ser feitas, ainda este ano, aproveitando a estrutura das eleições
municipais, agendadas para outubro deste ano.
Em 2014, Marina
concorreu à Presidência da República pelo PSB e ficou em terceiro lugar,
com 21,32% dos votos no primeiro turno. Em setembro de 2015, a Rede foi
registrada no TSE.
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