Em reunião na
manhã de hoje (28), líderes partidários definiram, com quase três meses de
atraso, os partidos que vão ocupar as presidências das 25 comissões permanentes
da Câmara dos Deputados. O colegiado mais cobiçado, a Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ), vai ficar com o PMDB. Confira a lista completa abaixo.
A eleição dos
presidentes está marcada para a próxima terça-feira (3) para que as comissões
comecem a trabalhar no dia seguinte. Os partidos têm até dia 2 para indicar os
demais integrantes. Também ficou acordado que candidaturas avulsas terão de
seguir a definição partidária definida hoje.
Alguns nomes,
no entanto, já estão sendo definidos. Segundo o líder do PMDB na Casa, Leonardo
Picciani (RJ), o mais provavél para ocupar a vaga da CCJ é Osmar Serraglio
(PR). Está nas mãos da CCJ, por exemplo, um recurso apresentado pela defesa do
presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pede anulação da votação do
parecer do Conselho de Ética que deu continuidade às investigações contra o
peemedebista. Cunha é acusado de ter mentido na CPI na Petrobras, quando negou manter
contas no exterior. Serraglio é apontado como um parlamentar próximo de Cunha e
sob ele pesam acusações de que poderia "ajudar" o representado.
"O
recurso será apreciado nos termos do Regimento Interno. Serraglio tem um
histórico de correição, é comprometido com a transparência. Não acredito que
tomará qualquer medida não republicana", afirmou Picciani.
O PMDB também
já definiu os comandos da comissão de transportes, que será de Washington Reis
(RJ), e a de Finanças e Tributação, que terá Simone Morgado (PA) no comando.
Outro nome já divulgado pelos líderes é o de Alexandre Leite (DEM- SP) para a
Comissão de Ciência, Tecnologia e Informação e Comunicações.
Atraso
nos trabalhos
A formação das
comissões deveria ter ocorrido no início do ano, mas dúvidas sobre o rito do
processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff, definido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), acabou esbarrando nas regras de indicação por chapa
oficial ou avulsa para a composição da comissão especial que analisou a
admissibilidade do pedido. Isto levou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), a questionar o impacto da decisão sobre as comissões permanentes.
Poucos dias
depois, a Câmara ainda viveu o troca-troca de legendas promovido pela janela partidária
que permitiu, entre 18 de fevereiro e 18 de março, migrações sem que houvesse
punição para os parlamentares. Neste período, os deputados consideraram melhor
aguardar o novo cenário dos partidos ficarem definidos para então decidirem
como seria a distribuição das bancadas pelos colegiados da Casa.
Ontem,
finalmente, um texto aprovado em plenário por 256 votos a favor e 153
contra, estabeleceu que as vagas e a presidência das comissões serão
distribuídas de acordo com o tamanho atual das bancadas e não de acordo com o
cenário original do início da legislatura nas últimas eleições.
Nas mudanças,
também ficou definido que os suplentes nas comissões devem ser do mesmo partido
do titular e não do bloco parlamentar como acontece hoje. As mesmas regras vão
valer para o Conselho de Ética. Como este colegiado analisa hoje o processo
contra o presidente da Casa, os deputados decidiram que, no caso do conselho,
as mudanças só ocorrerão a partir de fevereiro de 2017 evitando qualquer
influência sobre a relação de forças na análise do futuro de Cunha.
No final da
noite, os deputados também aprovaram, por 221 votos a favor, 167 contra e uma
abstenção, a criação de duas novas comissões técnicas permanentes na Casa:
Defesa dos Direitos da Mulher e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi