Por votação simbólica, o nome do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG)
foi aprovado pela comissão do Senado que analisa a admissibilidade do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O tucano
era a única indicação para o cargo, mas parlamentares governistas
pediram o impedimento do nome de Anastasia para a relatoria do caso.
A
votação foi precedida por questões de ordem de senadores da base de
apoio ao governo que afirmaram haver suspeição sobre o tucano. O
argumento para tentar impedir sua eleição é que o PSDB, maior partido de
oposição no Senado, apoiou o pedido de impeachment da presidenta e por isto, a posição do relator já é conhecida.
Com esta primeira sessão de trabalho começa a contar o prazo para que
a comissão conclua e vote, por maioria simples, um parecer indicando ou
não a continuidade do processo. Este mesmo texto, independente do
resultado no colegiado, será submetido ao plenário do Senado onde
precisa da mesma maioria simples entre os 81 senadores da Casa.
Nos
primeiros minutos da sessão de hoje, a temperatura dos debates se
elevou e o PSDB estava no centro dos impasses. Uma questão de ordem
apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pedia para que o
nome do advogado Flávio Henrique Costa Pereira, coordenador jurídico
nacional do PSDB, fosse incluído como um dos subscritores do pedido que
culminou na abertura do processo, ao lado dos advogados Hélio Bicudo,
Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.
O senador Cássio Cunha
Lima (PB), líder do PSDB na Casa, rebateu afirmando que Pereira é
advogado dos três autores e não subscritor e classificando a iniciativa
como um “tipo de chicana”. O presidente da comissão eleito no início da reunião,
Raimundo Lira (PMDB-PB), indeferiu o pedido. Governistas afirmaram que
vão recorrer ao plenário da Casa para tentar reverter a decisão.
Raimundo
Lira assumiu o comando da comissão com a promessa de conduzir os
trabalhos com afinco e “consciência da responsabilidade que exige essa
tarefa”. Disse ainda que nas próximas semanas os olhos do Brasil estarão
voltados para o Senado e os olhos do Senado para a comissão especial do
impeachment. “É preciso que todos saibam que a comissão não
pode falhar em dar ampla defesa e direito ao contraditório”, alertou
também firmando compromisso com a transparência, o respeito e o diálogo.
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